Maldivas

"As Maldivas devem ser lindas, mas talvez não sejam tudo isso", pensava eu, com minha tendência a desconfiar de qualquer destino que ganhe fama de paraíso. E aconteceu que, antes mesmo de aterrissar no arquipélago, eu já estava mudando de ideia. Bastou que os primeiros atóis surgissem pela janelinha do avião, com suas areias brancas emolduradas pelo mar azul cristalino, para que eu chegasse à conclusão: se o paraíso não for assim, ele deve ser bem parecido.

O destino está na lista de lugares que todos sonham visitar ao menos uma vez na vida, especialmente casais em lua de mel ou em busca de momentos inesquecíveis e românticos a dois. Mas a verdade é que as Ilhas Maldivas também combinam com grupos de amigos, famílias com crianças e até mesmo viajantes solo. Há sempre uma ilhota, uma praia, um pedacinho de Éden para chamar de seu.

Vivendo o sonho de um bangalô nas Maldivas

Hospedar-se em um bangalô sobre a água, como o em que fiquei na foto acima, é, para muitos, a cerejinha do bolo em uma viagem às Maldivas. E é incrível mesmo. Mas você já ouviu falar do fundo do mar nessa região? Imagine mergulhar ou fazer snorkeling entre corais e peixes coloridos, de tamanhos e formatos variados, nadar entre tartarugas, arraias-manta, tubarões-baleia e diversas outras espécies marinhas. Tudo isso em águas claras, com uma temperatura que não tem outro adjetivo que dê conta senão perfeita.

Snorkeling nas Maldivas

Seja no conforto de um resort cinco estrelas ou nas pousadinhas das ilhas habitadas pela população local, as Maldivas encantam com sua beleza. Viajei para lá em novembro de 2024 e, neste guia completíssimo, compartilho com você todas as dicas para fazer uma viagem dos sonhos! Vamos juntos?

Park Hyatt Hadahaa

Hotéis nas Maldivas

A experiência de uma viagem ao arquipélago está totalmente vinculada à escolha da hospedagem. É por isso que já começo falando sobre onde ficar nas Maldivas. Não é tarefa tão simples escolher entre as mais de 150 opções de hotel nas Maldivas. Além da localização, cada um deles oferece experiências distintas em termos de estrutura, serviço, alimentação e até mesmo beleza natural. Embora as paisagens sejam lindas praticamente em qualquer ilha, há atóis mais indicados para mergulho, outros para surfar, e por aí vai.

Isso significa que será preciso pesquisar bastante! Para ajudá-lo, eu e mais dois colegas aqui do Melhores Destinos relatamos nossas experiências em seis diferentes hotéis nas Maldivas. Há opções pertinho de Malé, para quem deseja economizar com o deslocamento entre as ilhas, e também recomendações de resorts mais distantes e luxuosos! Confira aqui.

Piscina no bangalô do Finolhu

Também fiz um relato bem completo, com preços e todos os detalhes, de dois dos hotéis em que mais gostei de me hospedar nas Maldivas: o Resort Adaaran Vadoo e o Resort Finolhu.

Maldivas — onde fica

As Maldivas estão situadas no Oceano Índico, no sul da Ásia, a sudoeste da Índia. O país fica a poucas horas de avião dos principais destinos do Sudeste Asiático e do Oriente Médio. Pode ser uma boa pedida combinar uma viagem às Maldivas com Dubai, Tailândia ou Singapura, por exemplo.

Ilhas Maldivas no mapa

Ilhas Maldivas — mapa

O país é formado por cerca de 1200 ilhas agrupadas em mais de 20 atóis (ilhas oceânicas em formato de anel, formadas a partir do acúmulo de recifes de corais). Todos os voos internacionais chegam à capital, Malé, de onde partem voos domésticos, hidroaviões e lanchas rápidas para outras ilhas do arquipélago, que conta com mais de 150 resorts.

Mapa das Maldivas

Quando ir para as Maldivas

A melhor época para viajar às Maldivas é entre novembro e abril, especialmente a partir de janeiro, quando as chances de chuva são ainda menores. Como em qualquer lugar do mundo, no entanto, a alta temporada nas Maldivas se reflete nos preços, sobretudo das acomodações.

A estação mais chuvosa nas Maldivas vai de maio a outubro, período em que o país é afetado pelas monções, um fenômeno que traz precipitações volumosas, embora passageiras. Leia mais no post sobre quando ir às Maldivas.

Resort Adaaran Vadoo

Como chegar às Maldivas

Não há voos diretos ligando o Brasil às Maldivas. As viagens mais curtas duram em média 20 horas e são operadas pela Emirates, com conexão em Dubai, ou da Qatar Airways, com troca de avião em Doha. A Turkish Airlines também é uma boa alternativa, parando em Istambul, onde é possível fazer um stopover sem custo. 

Quando fui às Maldivas, voei de Emirates com conexão em Dubai. Fiz um vídeo contando como foi a experiência de voar no A380 da companhia aérea mais premiada do mundo. Confira:

Embora a duração total dos voos seja mais longa, a Latam também liga o Brasil a diversos aeroportos da Europa, de onde partem voos para as Maldivas operados por companhias parceiras. Veja nosso post sobre como chegar às Maldivas e acompanhe os preços das passagens aéreas para as Maldivas.

Atóis vistos do hidroavião

Quanto tempo ficar nas Maldivas

Uma vez nas Maldivas, a vontade é de nunca mais ir embora do paraíso. Mas sabemos que é uma viagem nada barata, especialmente se a ideia for se hospedar nos maravilhosos bangalôs das ilhas-resort. Minha recomendação, portanto, é que você fique pelo menos cinco dias nas Maldivas — tempo suficiente para relaxar com as belas paisagens, dentro e fora d'água.

Beleza por todos os lados no Finolhu

Com mais tempo — uma semana, por exemplo — já é possível dividir a estada em dois hotéis nas Maldivas ou combinar a hospedagem em um resort e em uma ilha pública, o que barateia os custos da viagem. 

Quando fui às Maldivas, fiquei 10 noites em três ilhas-resort diferentes. Embora as atividades oferecidas pelas acomodações sejam muito parecidas, cada região tem suas particularidades, desde o tipo de quarto até as opções gastronômicas e de entretenimento. Fiz um relato completo sobre dois dos hotéis que mais gostei nas Maldivas: o Adaaran Prestige Vadoo e o Finolhu Maldives.

Resort Adaaran Vadoo

Onde ficar nas Maldivas

Em termos gerais, são duas as opções de hospedagem nas Maldivas: ilhas públicas e ilhas-resort. Nas públicas, mora a população local e há hotéis econômicos, sem bangalôs ou sistema all-inclusive, o que torna a viagem muito mais barata — ainda que sem o charme e o luxo que vemos nos sites de viagem e nos perfis de blogueiros que visitam o país. As mais próximas de Malé, que também são as mais visitadas por turistas, podem ser acessadas de barco. Leia mais sobre como fazer uma viagem barata às Maldivas.

Vale lembrar que as Maldivas são um país muçulmano e, portanto, algumas regras devem ser respeitadas nas ilhas públicas, onde vive a população local. Por exemplo: em algumas praias é estritamente proibido usar roupas de banho. O consumo de álcool e carne de porco também é proibido, e boa parte do comércio fecha às sextas-feiras, o dia de descanso para os praticantes do Islã.

Praia em ilha pública

Já nas ilhas privativas, cada uma delas administrada por um resort diferente, as acomodações ficam na beira da praia ou sobre a água. O serviço é de primeira, muitas vezes com um concierge para auxiliar durante toda a viagem. Esses hotéis contam com diferentes restaurantes, centro de mergulho e atividades culturais e de entretenimento. Algumas ilhas-resort ficam pertinho do Aeroporto de Malé, mas a grande maioria está distante, sendo necessário voar de hidroavião ou combinar um voo doméstico mais um trecho de lancha para chegar até elas.

Praia do resort Finolhu

Como o hotel escolhido vai determinar toda a experiência da sua viagem às Maldivas, escrevi um post com todas as informações que você precisa saber sobre onde ficar nas Maldivas. Nele, falo sobre preços, as diferenças entre se hospedar em uma vila na praia ou em um bangalô sobre o mar, os diferentes tipos de pensão (all-inclusive vale a pena?) e as melhores ilhas das Maldivas de acordo com o seu perfil de viajante.

As águas cristalinas das Maldivas

O que fazer nas Maldivas

Ficar de pernas para o ar, admirando o mar transparente das Maldivas a partir do deck do seu bangalô já é um programa e tanto. Mas as Maldivas oferecem mais! Começo pelo surpreendente fundo do mar, onde facilmente podem ser vistos peixes coloridos de todos os tamanhos, tartarugas e até alguns gigantes inofensivos, como arraias-manta e tubarões-baleia. Basta pegar uma nadadeira e uma máscara de snorkel do hotel e cair na água para se maravilhar com a beleza que habita os corais.

Quem se hospeda nos resorts pode viver momentos incríveis do início ao fim do dia, como tomar café da manhã na piscina do bangalô ou iniciar a noite com um jantar privativo para lá de romântico — na beira da praia. E que tal fazer uma refeição em um restaurante debaixo d'água? Em alguns hotéis isso também é possível.

Café da manhã no bangalô do Vadoo

Praticar atividades como andar de caiaque ou stand up paddle, fazer massagens relaxantes e curtir a programação cultural e de entretenimento oferecida pelos resorts também são boas pedidas. E mesmo se não estiver hospedado nesses hotéis, você pode fazer um day use nas Maldivas, aproveitando toda a infraestrutura e pagando muito menos do que uma diária. Veja nosso post completo com 12 dicas de o que fazer nas Maldivas.

Vida mansa nas águas calmas do Finolhu

Transportes nas Maldivas

A forma como você se deslocará nas Maldivas depende da localização do seu hotel e de se você se hospedará em um único lugar ou dividirá a estada entre diferentes acomodações. Em resumo, são três as maneiras de chegar às diferentes ilhas: de barco, hidroavião ou combinando voo doméstico com um trecho final de lancha.

Hidroavião é o transporte clássico nas Maldivas

Para quem se hospeda perto de Malé, seja em ilhas públicas ou resorts próximos, o transporte certamente será feito com lanchas e barcos públicos. Para ilhas ou hotéis mais distantes, a maneira mais conveniente é voar de hidroavião (um clássico nas Maldivas, que proporciona uma experiência por si só). E, se a ideia for economizar, existe ainda a opção de pegar um voo doméstico de Malé até outro aeroporto do arquipélago e fazer o percurso final até o hotel de barco. Leia mais no post completo sobre transportes nas Maldivas.

Documentos para viajar para as Maldivas

Direto ao ponto: para viajar para as Maldivas é preciso ter o Certificado Internacional de Vacinação contra a Febre Amarela. Além disso, é claro, será preciso ter um passaporte válido por seis meses a contar da data de entrada nas Maldivas, passagem de volta emitida e reserva em um hotel no país. Com todos esses documentos, você deverá preencher um formulário online (aqui) com até 72 horas de antecedência da chegada ao país. O QR code gerado no fim do processo precisa ser apresentado ao passar pela imigração, onde o viajante recebe um visto de 30 dias de permanência.

Fim de tarde no Adaaran Vadoo

Quanto custa uma viagem para as Maldivas

Se você acha que não tem como ir às Maldivas sem ir à falência, repense! Apesar de os resorts nas ilhas privadas terem diárias acima dos milhares de dólares, é possível, sim, viajar para o país de forma econômica. Em 2008, o governo permitiu a criação de pousadas em ilhas povoadas pela população local, reduzindo consideravelmente os custos para os viajantes.

Hotel Triton Prestige, em Maafushi

A passagem aérea para as Maldivas pode variar entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, dependendo da época da viagem e com que antecedência você começará a pesquisar os voos. Para se hospedar nas ilhas públicas, espere gastar em torno de 100 dólares por dia. Se a ideia for ficar em uma ilha-resort, aí o céu é o limite: há acomodações com diárias partindo de 500 dólares e outras que passam dos 10 mil dólares por noite. Há opções para todos, só é preciso pesquisar bastante.

Hotel Arena Beach, em MaafushiOutro ponto a considerar é em relação aos transportes nas Maldivas. Os barcos saindo de Malé para as ilhas públicas costumam ser baratos. No entanto, os voos de hidroavião até as ilhas mais distantes custam entre 300 e 600 dólares por pessoa. Uma alternativa mais econômica é a combinação de voo doméstico com barco. Fique atento: alguns hotéis já incluem o transfer na diária.

Resort Velassaru, perto de Malé

Nas ilhas públicas, a alimentação pode ser feita nos restaurantes locais, onde os pratos variam de 10 a 15 dólares. Já nos resorts, tudo dependerá do tipo de pensão escolhido. O all-inclusive é mais caro, porém já contabiliza todos os gastos com refeições. É ainda possível pegar diárias que contemplam somente o café da manhã, ou o desjejum matinal mais almoço ou janta — com possibilidade de pagar as demais refeições à parte. Vale colocar tudo na ponta do lápis antes de decidir! E também consultar o menu dos restaurantes (com valores, claro) do hotel que você pretende reservar.

Os passeios para snorkeling saindo das ilhas públicas (seja para ver peixes, ou específicos para arraias-manta e tubarões-baleia) variam entre 60 e 100 dólares. Já nas ilhas-resorts, os valores ficam entre 100 e 200 dólares, dependendo do tipo de atividade.

Dinheiro nas Maldivas

A moeda das Maldivas é a Rúpia Maldívia (MVR), mas você não verá nem a cor dela se ficar hospedado em um resort. Isso porque você somente acertará a conta (de eventuais gastos extras, caso seja all-inclusive) no fim da hospedagem e provavelmente pagará em dólares, aceitos em qualquer serviço turístico. Somente será necessário sacar rúpias maldívias se você ficar em Malé ou hospedado nas ilhas públicas.

Resort Adaaran Select Meedhupparu

Para pagar os gastos nessa viagem, utilizei o cartão da Nomad, que é um banco digital internacional. Inseri dólares na minha conta da Nomad através de um PIX no Brasil e usei o cartão físico da Nomad para fazer saques, ou simplesmente efetuei os pagamentos direto da minha conta de débito internacional usando meu cartão.

Como ganhar até US$ 20 de bônus com a Nomad

Se você ainda não é cliente, baixe o app Nomad e utilize o cupom MDGUIA no código de convidado (não pule esta etapa!). Depois, insira os seus dados pessoais e envie a foto de seu passaporte, RG ou CNH. Pronto: você receberá um bônus de 2% do valor da sua primeira operação de câmbio, limitado a US$ 20 de bônus (cerca de R$ 100), em até 15 dias úteis. Aproveite, pois é por tempo limitado!

Resort Finolhu Maldives

Chip de celular nas Maldivas

Sempre que viajo para o exterior, uso o chip virtual da Airalo. Ele funciona em mais de 180 países e existem diferentes planos que podem ser contratados dependendo do período da viagem. A melhor coisa desse chip é que ele é virtual, ou seja, não é necessário inserir um chip físico no telefone ao chegar no país — uma praticidade a mais para quem viaja. Utilize o código MELHORESDESTINOS15 para receber 15% de desconto em suas compras pelo site ou pelo aplicativo.

Espero que aproveite bem as nossas dicas e faça uma viagem dos sonhos!