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Jéssica Weber Jornalista apaixonada por mato e praia, interessada na história dos lugares, na arquitetura das cidades e em comida, é claro.

Museu do Café

O Museu do Café é uma atração surpreendente de Santos, importante para entender a história da cidade e cheia de curiosidades para quem, como eu, não consegue começar o dia sem uma xícara. Ele ocupa a antiga Bolsa Oficial de Café, um edifício de estilo eclético inaugurado em 1922. Cobra ingresso, mas não é nada caro — em abril de 2025, era R$ 16 a inteira e R$ 8 a meia. Ah, a entrada era gratuita aos sábados. 

O Museu do Café fica na Rua 15 de Novembro, uma das mais bonitas do Centro Histórico de Santos. Vale fazer no mesmo dia atrações como o bondinho, o Museu do Pelé e a subida de funicular ao Monte Serrat

Café do Museu — como é a visita

Antes de entrar, vale admirar a arquitetura desse prédio, que tem mais de 200 portas e janelas. Com cerca de 40 m, o dobro da altura do prédio, a Torre do Relógio possui quatro esculturas, simbolizando a agricultura, o comércio, a indústria e os navegantes. Curiosidade: responsável pela convocação para as sessões do pregão, o relógio suíço alterou a rotina da população santista nos anos 20, que antes contava com os sinos das igrejas para referência de tempo.

Museu do Café

Assim que você puser os pés no museu, sugiro tomar um café para ir entrando no clima, por ali mesmo, na cafeteria que fica na entrada do prédio — você será guiado pelo cheiro. Mas abro um parêntese para sugerir que inclua no roteiro pelo centro uma parada no Rei do Café, que tem cafeteria, torra e moagem ali pertinho, na Rua Gonçalves Dias. 

Outra atração na entrada do museu é um espaço para fotos à moda antiga. Você e sua família ou amigos podem se caracterizar com roupas de época para fazer um registro — eu acho brega, mas igualmente divertido. É pago à parte. 

Museu do Café

Normalmente, os visitantes conhecem o Museu do Café por conta própria e ao seu tempo, mas optei por entrar com uma visita guiada, que eles chamam de "visitas mediadas espontâneas". Quando viajei, elas ocorriam ao meio-dia durante a semana e às 10h, 11h e 16h aos finais de semana, mas vale dar uma ligadinha para confirmar se os horários se mantêm. A visita abrange apenas o primeiro piso do museu.

Você logo se depara com o Salão do Pregão, com 81 cadeiras e mesas originais em imbuia sobre um estrado de jacarandá. Esse era o espaço das negociações que fixavam as cotações diárias das sacas de café até 1950. Observe que há 11 cadeiras principais destinadas ao presidente, ao centro, e aos secretários, ao lado, e as outras 70 ao redor, aos corretores. Produtores e exportadores assistiam às sessões no mezanino. 

Museu do Café

Importante se situar no contexto histórico: o café era o principal produto da economia brasileira, representava cerca de 70% das exportações. Santos era (e ainda é) o maior porto exportador de café do país. Quase todo o café do estado de São Paulo e de outras regiões passava por lá antes de seguir para Europa e Estados Unidos.

O piso tem desenhos geométricos, com mármores da Grécia, Espanha e Itália. Destaca-se a estrela de Davi, elemento de referência maçônica. Detenha-se por um instante em frente à pintura tríptica do Salão do Pregão, feita por Benedito Calixto. Ela mostra as transformações urbanas e econômicas de Santos: fundação da vila, 1822 e 1922.

Museu do Café

No teto, há um dos primeiros vitrais com temática brasileira, chamado "A epopeia dos bandeirantes", que também é de Benedito Calixto. Ele apresenta alegorias para representar a riqueza de três períodos da história, destacando: o ouro do Brasil Colônia; o café, a cana-de-açúcar e o algodão do Império; e o comércio, a exportação e a modernização da República.

Museu do CaféMas esse é só o começo do museu, ainda tem um espaço nos fundos, no térreo, e todo o segundo piso para explorar, com uma proposta mais moderna e interativa.

A exposição permanente "A trajetória do café no Brasil" mostra a relação entre a cafeicultura e o desenvolvimento do Brasil. Você ainda verá as profissões relacionadas ao café em Santos antigamente, além de ambientes lúdicos que simulam uma cafeteria antiga e outra cafeteria futurista, e aprenderá curiosidades sobre a história, a evolução de preços, de costumes, as especialidades e mais. Há até obras de arte, como essa da foto, "Flor do Desejo", de Raquel Fayad, feita com 3.000 xícaras e 1.000 pires brancos de louça.

Café do Museu

Não podia ter coisa melhor para entrar no clima do que o cheirinho que vem da Cafeteria do Museu, logo na entrada do prédio. Há algumas mesas instaladas nesse bonito hall, e são servidos cafés de vários tipos e preços, preparados de diversas formas. A cafeteria oferece cafés expressos, coados em sete diferentes métodos, gelados...

Museu do CaféLá, encontrei o lendário Jacu Bird Coffee, um café caríssimo e conceituadíssimo que é tirado do cocô do Jacu. Eu explico: essa ave nativa da Mata Atlântica seleciona os melhores grãos de café no pé — sua presença é um sinal de saúde ambiental da região. Uma vez que se alimenta dos melhores frutos, o jacu elimina os grãos ao pé das árvores de café, e estes são colhidos manualmente pela equipe de catadores, depois secos, limpos e guardados. Após um período de descanso, são torrados para consumo. Custava R$ 50 a xícara ali na cafeteria.

Mas eu estava mais conservadora nesse dia e fui em um mais convencional mesmo. Uma delícia. 

Museu do CaféSe você estiver a fim de um docinho, vi que havia até torta de café e brigadeiro de café. E outras opções sem café também, o que agrada a todos.


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Museu do Café

Rua Quinze de Novembro,95
Santos
11010-150
http://www.museudocafe.org.br/