Abu Simbel
Abu Simbel é um dos lugares mais incríveis do Egito: os templos foram esculpidos diretamente na rocha, com estátuas de 21 metros do faraó guerreiro Ramsés II guardando a porta. E o interior é tão impressionante quanto a fachada. Um corredor de esculturas gigantes conduz a um santuário, passando por paredes e colunas com desenhos super preservados.
Alguns metros ao lado, fica um templo menor, também cavado no morro. Esse foi dedicado à esposa favorita do faraó, a Rainha Nefertari — acredita-se que ele teve oito esposas e dezenas de concubinas. Os templos foram construídos há mais de 3,2 mil anos, na 19° Dinastia, para projetar o poder do Egito nessa área de ligação com a África.
Esse foi meu lugar favorito da viagem, me encantou ainda mais do que as Pirâmides do Egito. Ver os primeiros raios de sol pintando de laranja o templo de Abu Simbel, que também é dedicado ao deus do sol, foi de arrepiar. Mas a logística é também a mais trabalhosa, para chegar. A gente te explica tudo nesse post.
- Excursão de 2 dias a Abu Simbel
- Excursão a Abu Simbel a partir de Assuã
- Pacote completo de 8 dias com tudo incluído
- Egito completo + Mar Vermelho + 11 dias com tudo incluído
Abu Simbel: onde fica
Os Templos de Abu Simbel levam o nome da vila onde estão localizados, na região da Núbia, quase na fronteira do Egito com o Sudão. Até tem hotel em Abu Simbel, mas é bem comum de os turistas fazerem base na cidade de Assuã, a cerca de 290 quilômetros. Hospedam-se por lá, ou mesmo em um cruzeiro no Nilo, e vão de excursão. O nosso pacote de oito dias já tinha cruzeiro, transporte e ingresso inclusos.
Como é a visita ao templo de Abu Simbel
A gente madrugou para fazer esse passeio. Pelas 2h30min da manhã, nos juntamos a um comboio de ônibus de turistas escoltados pela polícia. Leva aproximadamente 3h para chegar, então chegamos ainda antes de amanhecer. O ingresso custava, em maio de 2025, 822 libras egípcias, o equivalente a 95 reais.
Nosso guia estava apressando o passo porque poderíamos ser os primeiros a entrar. De fato, no começo tinha um casal gringo só na minha frente, mas eu hesitei um pouco diante da fachada colossal e entrou um grupo. Ainda assim, estávamos quase sozinhos, nós e as andorinhas que ficam cantando lá dentro ao amanhecer. Dez minutos depois, o cenário já era completamente diferente, com uma multidão disputando espaço para fot.
Esses templos foram feitos a mando de Ramsés II, um dos mais longevos e poderosos faraós do antigo Egito. É ele retratado nas gigantescas estátuas da fachada, em quatro idades diferentes, de jovem a idoso. O faraó guerreiro foi o segundo rei mais longevo do Egito Antigo, seu reinado durou 66 anos. Uma das estátuas colapsou durante um terremoto e seus fragmentos ainda podem ser vistos no chão, na frente do templo.
Alguns familiares de Ramsés II foram retratados em esculturas bem menores aos seus pés, incluindo sua mãe Tuv, a já referida esposa favorita, Nefertari, e os dois filhos mais velhos. Também tem uma fileira de macacos, comuns em templos dedicados a Amon-Ra, que também é deus do sol. Isso porque os egípcios observavam os macacos fazendo barulho e aplaudindo o amanhecer, então imaginavam que também praticavam um culto diário ao sol, segundo nosso guia.
A entrada no templo é de tirar o fôlego. A primeira sala tem um largo hall com oito estátuas de Ramsés II representados na forma do deus Osiris. As paredes são decoradas com cenas de batalhas, incluindo a vitória do faraó na chamada Batalha de Cades, contra o Império Hitita. Nas laterais, há outras salas também, com pinturas de rituais e oferendas a diferentes deuses egípcios.
Seguindo até o final do templo, você chega ao santuário, que é uma sala pequena com quatro estátuas: de Ptah, um deus associado à criação, artes, especialmente à construção em pedra; Amun-Ra, o rei dos deuses; uma versão do próprio Faraó Ramsés II e Ra-Horakhty, uma forma do deus egípcio do sol Rá, que incorpora a imagem de Hórus, o deus falcão, e o disco solar.
Uma coisa muito interessante é que nos dias 22 de fevereiro e 22 de outubro, raios de sol entram no templo e iluminam diretamente o rosto dessas estátuas. Isso demonstra o domínio do povo egípcio nos estudos da astronomia e da arquitetura.
O templo de Nefertari é bem menor, mas também vale a visita, com inscrições e desenhos super preservados.
Outra curiosidade é que esses templos foram transferidos do local original na década de 1960, por causa da construção da represa de Assuã — eles ficariam completamente submersos. A obra foi cortada em mais de mil blocos e levada a esse ponto mais de 60 metros de mais alto em uma operação gigantesca orquestrada pela Unesco. A instalação original hoje está dentro do lago de Assuã, cerca de 170 metros dali.
Hotéis em Assuã
O nosso pacote de oito dias já tinha a hospedagem em cruzeiro incluída, mas segue uma lista de hotéis bem avaliados pelos hóspedes em Assuã, a 280km de Abu Simbel. Hospedando-se lá, é necessário ir em excursão até Abu Simbel.
Fotos de Abu Simbel