Espanha

Maiorca

Jéssica Weber Jornalista apaixonada por mato e praia, interessada na história dos lugares, na arquitetura das cidades e em comida, é claro.

No primeiro dia em Maiorca, eu caminhei sobre muralhas de uma fortaleza do século 14. No dia seguinte, dirigi por penhascos cinematográficos à beira-mar. Passeei por vilas medievais que pareciam saídas de contos de fadas, no terceiro dia, e ainda andei de barco no lago subterrâneo de uma caverna, para celebrar o quarto dia de viagem boiando tranquilona em uma praia de mar turquesa. Maiorca é assim, uma caixinha de surpresas no Mediterrâneo.

Também chamada de Mallorca, na grafia catalã, essa ilha espanhola ainda não é o destino mais conhecido dos brasileiros. Eu mesma ouvi falar apenas dois meses antes de embarcar, e só porque o destino original era sua ilustre vizinha, Ibiza. Mas há tanto a descobrir por lá, que, aposto, vai ter muita canga verde-amarela estendida naquelas areias douradas em breve. A minha também, tomara!

MaiorcaCaló des Moro

Esse guia deve tirar suas principais dúvidas sobre Maiorca, incluindo como chegar, quando ir (inverno e verão oferecem experiências completamente diferentes), as melhores dicas de hotéis e de o que fazer por lá! Vamonos?

Maiorca: informações gerais

País: Espanha
Moeda: Euro
Idioma: catalão e espanhol
Aeroporto: Aeroporto de Palma de Maiorca (PMI)
Documentos: passaporte e seguro viagem

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Perrengues e imprevistos podem acontecer em qualquer viagem, até mesmo com os viajantes mais experientes. Seja um acidente, um problema de saúde inesperado, uma bagagem extraviada ou uma conexão perdida… Nessas ocasiões ter um bom seguro viagem é fundamental! Ele te oferece atendimento imediato e todo o amparo necessário para enfrentar momentos de tensão e dificuldade em outro país. E o melhor: o seguro viagem custa tão pouco perto da proteção que ele oferece, que não vale a pena arriscar! Mesmo onde o seguro não é obrigatório, nós fazemos e recomendamos que você também faça. Quer um seguro de qualidade com um descontão? Aproveite essa oportunidade e faça sua cotação na Allianz Travel com até 50% de desconto usando o cupom MELHORESDESTINOS!

Com relação ao transporte, na ilha tem táxi, operado com taxímetro, Uber e ônibus urbano (o Google Maps pode te ajudar com as rotas). Mas se você quer explorar bem Maiorca, o jeito é alugar um carro. Maiorca é a maior ilha da Espanha, tem seis vezes o tamanho da vizinha Ibiza. O veículo vai te dar autonomia para conhecer várias praias e desbravar a Serra da Tramuntana do seu jeito, e nem é tão caro. A gente alugou pela Rent Cars, um site que compara os preços das locadoras locais e te entrega de lambuja. Utilizando o nosso código MDGUIA5 no site da Rent Cars, você ganha 5% de desconto. 

MaiorcaValldemossa, na Serra de Tramuntana. Fotos: Jéssica Weber/Melhores Destinos

Onde fica Mallorca

Uma ilha da Espanha, Maiorca fica no Mar Mediterrâneo. Compõe o arquipélago das Ilhas Baleares, junto com IbizaFormentera e Menorca, é a maior das quatro ilhas. Fica a 180km da costa da Espanha no ponto mais próximo, que no caso, é Barcelona, a capital da Catalunha. As línguas faladas são justamente o espanhol e o catalão.

Não existem voos diretos do Brasil, você precisará fazer pelo menos uma escala. Dos principais hubs da Europa, como Madrid, Frankfurt, Lisboa, Amsterdam ou Londres, tem uma boa oferta de voos, inclusive de companhias low cost (baixo custo), como Ryanair e Vueling. De Barcelona, a metrópole mais próxima, o voo dura 55 minutos apenas, e eu encontrei trechos a partir de 18 euros. 

Se você vai para Ibiza, tem a possibilidade de pegar um ferry, mas adianto que dificilmente é mais vantajoso que avião. Leia nosso post completo sobre como chegar em Mallorca

Pesquisar passagens aéreas

Quando ir a Maiorca?

Essa é uma questão importante, porque diferente do Caribe ou mesmo do Nordeste brasileiro, não faz calor o ano inteiro em Mallorca. 

No verão do Hemisfério Norte (junho a setembro) é quando dá praia, a ilha enche e os preços sobem. Viajar fora da temporada pode ser bem mais barato e tranquilo, mas boa parte de hotéis e restaurantes fecha as portas no final do outono e no inverno, e só os mais corajosos (ou doidos) vão entrar no mar. 

Maiorca

Abril, maio e outubro são meses em conta, mas se você me perguntar qual mês acho melhor, eu diria junho. Além de não ser ainda tão caro quanto julho e agosto, já começa a esquentar e as chuvas são raríssimas. 

A gente traz todos as informações sobre o clima, vantagens e desvantagens de cada época no post quando ir a Maiorca.

Hotéis em Mallorca

Maiorca não é um destino barato para brasileiros, e a hospedagem é o que mais pesa na conta. Por isso, é importante decidir onde ficar com boa antecedência, para garantir vaga em algum hotel com bom custo-benefício. 

A ilha não é pequena, tem duas vezes a área da cidade de São Paulo. Então você vai ter que escolher que tipo de viagem pretende fazer para escolher o melhor hotel, ficar bem localizado. A gente te ajuda a decidir no post onde ficar em Maiorca

O que fazer em Maiorca

A ilha espanhola tem praias idílicas, vilas medievais, uma linda região de montanhas e uma capital vibrante. Então, sim, você vai ter muito o que fazer em Maiorca. Se você não quer partir com a sensação de que perdeu muita coisa, sugiro programar uma viagem de cinco dias, pelo menos. Eu ficaria uma semana por lá, sem contar os dias de chegada e partida. 

Esses são alguns dos passeios mais populares da ilha:

1 - Explore Palma de Mallorca

Palma de Maiorca não é apenas a capital da ilha, mas também uma cidade cheia de história e charme, onde ficam os principais patrimônios arquitetônicos e culturais. Se eu fosse você, eu ficaria pelo menos dois dias lá, na chegada ou na partida — a capital fica perto do aeroporto. 

Maiorca

É uma delícia caminhar sobre as muralhas da fortaleza de Palma e se perder ao centro histórico, que em espanhol é chamado de "El Casco Antiguo". Uma boa forma de dar "check" nos principais pontos turísticos e ouvir um bocado de curiosidades é fazendo um free walking tour, em que você colabora com o valor desejado no final da caminhada. 

Maiorca

O principal cartão-postal, sem dúvidas, é a Catedral de Palma. Também chamada de La Seu, é vista de longe sobre as muralhas medievais. Os mais criativos conseguem enxergar nela um barco atracado sobre uma falésia, mirando o Mar Mediterrâneo. Uma curiosidade: a catedral começou a ser construída em 1229, mas foi reformada entre 1903 e 1915 por ninguém menos que Antonio Gaudí, o "deus da arquitetura" de Barcelona. 

Sua rosácea principal (vitral com formato redondo) é uma das maiores já construídas em catedrais góticas, e o templo está cheio de lendas. Você pode visitá-la por conta, com a opção de subir nos terraços (veja os diferentes tickets), ou fazer uma visita guiada pela catedral de Palma. Só atente que a catedral não abre a visitações aos domingos. Exatamente quando eu estava lá, veja que sor-tu-da. 

MaiorcaA catedral e as muralhas vistas do Parc de La Mar

Outros pontos turísticos para conhecer em Palma de Maiorca: 

  • Parc de La Mar: Foi exatamente por aqui que eu comecei meu passeio por Palma de Mallorca. O Parc de la Mar é um belíssimo parque urbano de acesso gratuito aos pés das muralhas medievais e da Catedral de Palma. É um passeio amplo, com canteiros de flores, muitas palmeiras e um majestoso espelho d'água. É fácil encontrar eventos públicos, feirinhas e artistas de rua por ali.
  • Palácio Real de la Almudaina: Logo em frente à catedral, fica a residência oficial do Rei e da Rainha da Espanha durante suas estadias em Maiorca. O castelo foi construído no início do século XIV para Jaime II. Tem quartos em estilo medieval, objetos reais, a capela de Santa Ana e as antigas casas de banho. Você pode visitá-lo de terça-feira a domingo, veja mais informações neste link
  • Castelo Bellver: Localizado a 3km do centro histórico, o Bellver é um lindo castelo com planta em formato circular a 112 metros do nível do mar. Foi erguido no início do século XIV e utilizado como prisão militar durante muito tempo. Hoje, é um importante ponto turístico, com vistas panorâmicas da cidade, do porto, da baía e da serra. Em 2024, o ingresso custava 4 euros. 
  • Porto de Palma: O porto tem uma atmosfera vibrante, com iates luxuosos e muitos bares e restaurantes. Você pode fazer um passeio de barco ou simplesmente caminhar ao longo da orla, conhecendo alguns dos restaurantes que existem ali. O Ola del Mar, especializado em frutos do mar, é um dos mais famosos
  • Museu Es Baluard: o Museu de Arte Moderna e Contemporânea, também chamado de Es Baluard, foi construído em 2003, com três andares que são conectados ao exterior, às muralhas da cidade e entre si por meio de rampas, claraboias e varandas internas. O museu tem uma coleção de mais de 700 obras de arte vinculadas a artistas das Ilhas Baleares ou de renome internacional.
  • Palma Aquarium: Se você estiver viajando a Maiorca com crianças, ou se nunca visitou um grande aquário, pode ter no Palma Aquarium uma bela atividade. Ele tem mais de 8 mil animais marinhos, tipo peixes, corais, polvos, arraias, tubarões, vivendo em 5 milhões de litros de água salgada. Você pode comprar o ingresso na hora ou antecipadamente, tanto no site oficial quanto na nossa parceira Civitatis, que cobra o valor final, em reais — veja o preço
  • Passeig del Born: essa via, que se conecta à Jaime III , é a "avenida elegante" de Palma de Mallorca. Reúne algumas das marcas de designers mais conhecidas e luxuosas do mundo, então se você for a Maiorca e quer fazer umas comprinhas, pode acrescentar essa rua ao seu roteiro.

Maiorca

Outros passeios incríveis que você pode fazer:

2 - Mergulhe nas lindas praias do Mediterrâneo

As praias são responsáveis por fazer de Maiorca um importante destino de verão para os europeus. A ilha tem pequenas calas, que são enseadas cercadas por rochas, e também praias extensas de areia fofa e mar aberto. 

O sudeste de Maiorca reúne algumas das calas mais lindas, como:

  • Cala d'Or 
  • Santanyí
  • Llombards
  • Figuera
  • s’Amarador
  • Caló des Moro

Eu escolhi a Caló des Moro, que se revelou uma das praias mais bonitas que já vi. O tom turquesa da água é surreal, a curta faixa de areia é cercada por morros arborizados, e ainda tem essas trilhas delimitadas por cercas feitas de galhos. Mas no verão é recomendado chegar bem cedo, porque ela enche demais.

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Para acessar a Caló des Moro, é necessário passar por uma longa escadaria e uma trilha de nem 10 minutos. Você vai passar por S'Almonia, uma praia de grandes rochas, de onde uma galera se atira no degradê de azuis do Mediterrâneo. No canto, tem umas simpáticas garagens de barco e umas casinhas, bem fotogênicas. É um bom lugar para fazer snorkel, também.

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Ali mesmo que começa a trilha para Caló des Moro, bem delimitada e fácil. Só na hora de descer o morro até a faixa de areia que fica um pouco mais difícil, foi necessário sentar nas pedras e usar as mãos para auxiliar nesse trechinho. Não deixe de fazer as trilhas laterais, ainda na parte alta da praia, para ter uma vista incrível da cala. 

A Caló des Moro não tem estrutura nenhuma de restaurantes, banheiros ou aluguel de cadeiras. Se você quer uma praia com faixa de areia mais larga e mais estrutura, com restaurantes ou ao menos quiosques, essas estão entre as mais famosas: 

  • Playa de Muro
  • Playa de Alcudia
  • Calla Millor
  • Playa de Palma
  • Es Trenc

Localizadas no norte da ilha, Playa de Alcúdia (foto à esquerda) e a Playa de Muro (direita) são basicamente a continuação uma da outra. As duas são muito parecidas, bem extensas, com areia branquinha e marzão azul clarinho, estrutura de restaurantes e hotéis pé na areia também. Eu vi fotos do mar piscininha por ali, mas, quando visitei, tinha bastante vento e a formação de ondas. Inclusive, tinha gente praticando kite surf em uma das pontas da Playa de Muro. 

Uma coisa interessante é que o aluguel de espreguiçadeiras e guarda-sol é padronizado pela prefeitura, e tem aos montes por lá. Custava 18 euros para um dia inteiro, com um par de cadeiras e o ombrelone de palha, e no topo ainda tinha uma espécie de cofre para você guardar seus pertences. 

Uma dica se você quiser ir na Playa de Muro: sugiro ir até o "moll de fusta", o extenso píer de madeira da praia, um lugar onde tem mais estrutura e saem passeios de barco também em dias de mar calmo — além de gerar boas fotos. 

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Cala Millor fica no leste da ilha, é também é uma praia com boa infraestrutura. Não acho tão bonita quanto as calas do sudeste da ilha, mas atrai mais visitantes porque tem grandes hotéis e opções mais econômicas também. Lá paguei a diária mais barata dos quatro hotéis que fiquei, no Millor Sol, um hotel com decoração antiga, mas uma piscina enorme com bar e um café da manhã fartíssimo. Uma curiosidade: essa praia é um reduto de turistas alemães. Vai entender. 

No sul da ilha, Es Trenc é mais preservada, ou seja, não tem construções nem vias públicas junto à praia, mas tem quiosques para fazer um lanchinho ou tomar um drink e restaurantes próximos. Destaca-se pelas águas azuis clarinhas e areia branca. 

Fica junto à planícies de Ses Salines, onde alguns dos melhores sais das Ilhas Baleares são produzidos. Eu achei a água do mar bem salgada, inclusive manchou minha blusa de branco. Quando eu fui, tinha um pouco de vento, mas não tanto quanto havia na costa norte. 

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3 - Percorra a Serra da Tramuntana

Maiorca

Uma cordilheira paralela à costa noroeste da ilha de Maiorca, a Serra da Tramuntana reúne muitos dos cenários cinematográficos da ilha espanhola, com seus vilarejos de contos de fadas e falésias fascinantes à beira-mar. Não à toa foi declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Nesse post, eu conto o meu roteiro de dois dias pelas estradas Ma-2210 e Ma-10, a bordo de um charmoso Cinquecento vermelho. Mas foi muito pouco, se você tiver mais tempo para explorar essa região, vai poder conhecer outras cidades medievais e curtir a paisagem com mais calma — tem hospedagens incríveis por lá. 

Só atente que vários trechos da estrada tem curvas muito sinuosas, algumas próximas a penhascos. Esse cenário faz da Serra de Tramuntana um destino mega desejado por ciclistas de estrada, você deve encontrar vários pelo caminho. 

Os próximos tópicos são de atrações que integram a Tramuntana. Eles podem ser conhecidos em sequência, ou, dependendo dos seus interesses e tempo, de forma separada. 

3.1 Admire a vista absurda de Es Colomer e Cap de Fomentor 

Na cinematográfica rodovia MA-2210, na costa norte de Maiorca, você vai encontrar primeiro o mirante de Es Colomer, de fácil acesso, e depois pode ir até a ponta da península, onde fica o farol de Cap de Fomentor. Vale fazer os dois no mesmo passeio. 

O Mirador de Es Colomer é um mirante na ponta de uma falésia, a 232 metros do nível do mar. Tem um estacionamento público, de ambos os lados da rodovia, mas não é raro de estar cheio, então chegue cedo. Os visitantes caminham uns 200 metros em um caminho pavimentado, com alguns lances de escada, que vai revelando paisagens cada vez mais estonteantes. 

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Você ainda vai estar a 9km do mirador (mirante) Cap de Formentor, que significa "fim de Formentor", o nome da península de 20 quilômetros a nordeste do porto de Pollença. Eu já visitei faróis em muitos países, mas nenhum fica em um cenário tão impressionante, no topo daquela montanha cortada por uma estrada sinuosa, contrastando com o azul intenso do Mar Mediterrâneo. 

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Atente que o acesso de veículos de passeio à península de Formentor é restrito durante os meses de verão (junho a setembro). Nós deixamos o carro no estacionamento da Playa de Formentor (não cobrava nada) e pegamos ali mesmo o ônibus que sobe até o farol, da linha 334 - Far de Formentor. Custava, em 2024, 1,80 euro no cartão e 3 euros em efetivo.

Não demorei muito para entender porque o acesso de carros é vetado na alta temporada. Os penhascos são de deixar qualquer um de cabelo em pé, e o motora tira fininho dos penhascos. Quando surgiu um ônibus no caminho contrário, eu duvidei que conseguiriam atravessar. Mas chegando aos pés do farol, a vista é um absurdo, vou poupar palavras e falar com imagens:

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Se você estiver com tempo, considere conhecer a praia de Formentor, do estacionamento, é necessário fazer uma caminhada de pelo menos 500 metros. Com um mar azul clarinho, ela se destaca das outras praias por ser rodeada por árvores. 

3.2 Vença as curvas de Sa Calobra e visite Torrent de Pareis 

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Sa Calobra é uma enseada deslumbrante no noroeste de Mallorca, escondida entre morros e estradas sinuosas no noroeste da ilha espanhola. É lá onde fica Torrent de Pareis, a praia entre dois morros rochosos que é um dos cartões-postais da ilha. 

O caminho para chegar à enseada de Sa Calobra é uma parte importante da experiência, igualmente lindo e desafiador. Ramificação da carretera MA-10, a estrada que desce até Sa Calobra vai contornando a montanha como uma serpente, com 12 curvas tão fechadas que, só de ver, dá frio na barriga. No começo do percurso, parei nesse mirante improvisado ao lado de um viaduto, onde a estrada faz um "nó de gravata". Pensei duas vezes se teria coragem. 

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Mas fui. Devagarinho, é verdade, nem sei se passei de 20km/h. Fui achando mais fácil enquanto avançava e cada vez mais encantador, com plantações de oliveiras, alguns penhascos, é verdade, e até esse simpático túnel nas rochas. Os aplicativos de GPS como Google Maps conduzem certinho até Sa Calobra. 

Tem um estacionamento pago lá embaixo, eu desembolsei 3,50 euros para 1 hora e 10 minutos em 2024. Ainda é preciso fazer uma pequena caminhada. Junto ao porto de Sa Calobra, há um caminho devidamente calçado que leva a Torrent de Pareis, tem aproximadamente 1km e dificuldade baixa. 

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O caminho é lindíssimo porque ocorre praticamente todo em um nível acima do mar. No trecho final, você ainda é surpreendido com um túnel na rocha. É meio estreito, mas não achei claustrofóbico, e tem algumas janelas cavadas na pedra revelando vistas como essa abaixo. O barulho das ondas batendo na rocha é de arrepiar. 

Se o mar estiver calmo, durante a temporada é possível chegar a Sa Calobra de barco (veja as datas e preços do passeio de barco saindo de Sóller). Durante a minha passagem por Maiorca, uma tormenta no Mar Mediterrâneo estava agitando e gerando uma cor turva. Dizem que, em condições normais, tem água azul turquesa e cristalina. 

3.3 - Encante-se com os vilarejos de montanha 

O pôr do sol pintava de rosa o topo da montanha à nossa esquerda. No fim da da curva, o Mediterrâneo apareceu por trás das oliveiras, além do penhasco. Estava tão lindo que eu não sabia se eu sorria ou se eu chorava atrás volante, acho que eu fiz os dois. Então surgiram os primeiros sobrados de pedra e esquadrias coloridas, marca registrada dos vilarejos de montanha de Mallorca. 

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Deià foi paixão à primeira vista, mesmo me castigando pra manobrar o carro nas suas ruelas ridiculamente apertadas. Sei que a gente está na Espanha, mas a arquitetura monocromática, com sobrados de pedra cobrindo o morro de forma tão harmoniosa, me remeteu à Toscana, na Itália. 

Fiz questão de me hospedar lá, para ver como era esse lugar ao anoitecer. Ficamos em uma pousada exclusiva para adultos chamada Hostal Villa Verde, bem na parte mais linda do vilarejo. É um negócio familiar em um casarão antigo com cheiro de madeira. O terraço onde é servido o café da manhã, em dias de tempo bom, é um charme, e a janelinha do nosso quarto mais parecia um quadro com movimento.

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Paramos praticamente embaixo da igreja Sant Joan de Deià, construída no século 14 e reconstruída no século 18. Dá para entrar no templo, ele não é muito grande e é bem escuro. Mas sabe o que eu gostei mais? Do cemitério nos fundos, uma pequena área com túmulos despadronizados e algumas árvores, emoldurada por essa vista da serra e do Mediterrâneo:

Maiorca

No dia seguinte, fomos para Valldemossa, o mais alto pueblo da ilha, com 500m de altitude, tão romântico e ainda mais fotogênico que Deià. Me pareceu mais turístico, também, então você deve encontrar mais multidão por lá. 

MaiorcaCaminhando pelas ruas exclusivas para pedestres, foi fácil entender por que esse vilarejo encantou reis espanhóis e artistas do calibre de Frédéric Chopin. Eis uma fofoca de quase 200 anos: Frédéric Chopin e sua amante, a escritora francesa George Sand, passaram o inverno de 1838 na vila, em quartos que alugaram no mosteiro. Ela escreveu um livro sobre esse período, Un hiver à Majorque (Um Inverno em Maiorca), você não deve ter dificuldades de encontrá-lo nas lojas da cidade. 

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No Cartuja de Valldemossa, você pode visitar o palácio do rei Sancho I de Mallorca, onde você também pode subir à torre e ter uma bela vista da cidade; também pode visitar o monastério e a igreja que ficam logo ao lado (a igreja é acessada por dentro do monastério). Uma das salas, ou celas, como chamam, abriga o Museu Chopin, com o piano original do compositor. Mas esse museu não está incluso no ingresso da Cartuja. 

A gente conheceu esses vilarejos vindos do norte — começamos a viagem em Alcúdia, passamos antes por Cap de Formentera, Sa Calobra. Mas é ainda mais fácil acessá-los da capital: Valldemossa é a cidade mais próxima, a apenas 20km de Palma. 

Veja mais dicas desses vilarejos encantadores neste post. E, se tiver tempo, explore outros ao longo da Serra da Tramontana, como Lluc, onde fica o santuário de Santa Maria de Lluc, e Sóller, com sua bela igreja de San Bartolomé, que mescla estilos barroco, modernista e neogótico. 

4. Entrar em uma gruta com lago submerso 

MaiorcaOutro ponto turístico popular em Maiorca são as Cuevas del Drach, uma caverna subterrânea gigantesca com lago cristalino com barquinhos, onde acontece até um pequeno concerto. A beleza é absurda, incontestável, mas é importante saber algumas coisas antes da visita para não se decepcionar.

As Cuevas del Drach ficam no leste da ilha, 40km ao norte de Santanyí e 13km ao sul de Cala Millor. Tem vários outdoors espalhados pela estrada, o marketing deles é bom. A estrutura também: tem um grande estacionamento gratuito em frente à atração, lojinha, restaurante e lanchonetes, que eu não achei caras. 

O ingresso custa 17,50 euros para adultos e 10,50 euros para crianças comprando pelo site antes, ou um euro a mais se comprar na hora (preços de 2025). Você compra para algum horário específico e precisa estar na fila de acesso à caverna um pouco antes (eu diria pelo menos 20 minutos, considerando que os grupos são enormes). Uma dica importante é pegar na bilheteria os folders com explicações sobre o lugar, pois lá dentro ninguém te explica nada. 

As grutas desenvolveram-se debaixo do solo de Mallorca entre 11 e 5,3 milhões de anos. As rochas são de composição calcária, formadas por minerais como Calcite ou Aragonite, que podem se dissolver facilmente com a ação da água da chuva que se infiltra nas gretas, por causa da porosidade do terreno. 

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Essas infiltrações são as causadoras da formação de cavidade e, à medida que vão aumentando de tamanho, formam as salas e lagos, cobrindo-se depois de estalactites, que se formam no teto como um tubo fino, que cresce em forma de cone. Algumas parecem velas com cera escorrendo, ou mesmo cascatas de chocolate branco que a gente vê em lojas de chocolate, sabe? Às vezes, nem parece de verdade. Também dá para observar incontáveis estalagmites, que brotam no solo por causa do gotejamento de uma estalactite. 

A gente começa o percurso na gruta de Luis Salvador, que foi a última descoberta, em 1896. Ao entrar, sente na hora a umidade superior a 90%, necessária para o crescimento das formações. Passamos por formações como o chamado Monte Nevado, que deve a sua cor branca ao carbonato de cálcio que infiltra a chuva através das rochas. Mas é quando o Canal Azul aparece à esquerda que eu fiquei encantada, o tom da água iluminada artificialmente chega a enfeitiçar. MaiorcaNo reta final, chegamos ao lago Martel, que tem 170 metros de extensão e até 12 metros de profundidade. É dentro dele que ocorre um concerto de aproximadamente dez minutos, com um violoncelo, dois violinios e até um piano, em barquinhos iluminados. Pede-se para não tirar nenhuma foto nessa hora. Depois, quem quiser, pode ir para a fila para fazer uma pequena travessia com os barquinhos, coisa de nem cinco minutos.

Maiorca A visita dura cerca de uma hora e o percurso é de aproximadamente 1.200 metros, com um desnível de 25 metros. O que me desapontou foi o fato de os grupos que entram serem muito grandes, muitas dezenas de pessoas, o que torna tumultuada a visita e difícil de se conectar com o lugar. Também senti falta de ter algum guia ou algo que desse explicações durante o percurso. Você acha as formações muito bonitas, mas não faz ideia do que realmente são. Também acho que teve intervenção humana demais na cova, com passarelas, escadarias e até o anfiteatro.

5. Visite a Alcúdia, antiga capital de Mallorca

Capital da ilha durante a ocupação romana, Alcúdia é uma cidade no norte de Maiorca, com uma vila medieval e algumas das praias mais famosas da ilha espanhola — que a gente já trouxe mais acima. Conhecida inicialmente como Pollentia, a cidade já foi habitada por fenícios também, e sofreu o ataque contínuo de piratas que levou à construção de muralhas em torno da vila. 

Não deixe de caminhar sobre as muralhas da fortaleza, você consegue uma vista bonita da vila, além de ler algumas explicações sobre a história do local em painéis informativos. A fortificação ao redor da vila de Alcúdia começou a ser construída no final do século 13.

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A Església de San Jaume de Alcudia também merece sua visita. É uma obra-prima da arquitetura gótica, foi construída em meados do século 13 e, desde então, passou por várias alterações e extensões. Na fachada, se destacam a rosácea e a torre do sino. Cobrava um euro para entrar em 2024. 

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Especialmente na temporada, você encontra muitos restaurantes nessa região da Alcúdia, espalhados pelas ruas apertadinhas da vila, ou então na Plaça de la Constitución e na Placeta de les Verdures. 

Atravessando a avenida, já fora dos limites da fortaleza, você chega às ruínas da antiga cidade romana de Pollentia, construída entre os séculos 1 a.C. a 3 d.C. É um sítio arqueológico onde dá para ver o que sobrou do único anfiteatro romano de Maiorca e as fundações de outras construções. 

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Mas assim, esse rolê é mais para quem se interessa mesmo por história romana e achados arqueológicos, tá?! O ingresso custava 4 euros em 2024, e dava direito também à entrada no Museu Monográfico, que fica ao lado da igreja. 

Do porto da Alcúdia, também saem vários passeios de barco e até excursões de jet ski, para conhecer a ilha de outro ângulo. Veja algumas sugestões:

6 - Coma bem — afinal, você está na Espanha!

Quem aí também ama comida espanhola? Uma boa paella tem o seu valor, ainda mais acompanhada de um copo de sangria — ou jarra! Mas a gente foi um pouco além e experimentou também alguns pratos típicos de Maiorca mesmo, um pouco mais pesados ou polêmicos. 

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Nós chegamos em Mallorca famintos e a primeira coisa que fizemos foi sentar em uma das mesinhas na rua do restaurante Sa Portassa, em Alcúdia, para provar uma parrillada mallorquina, com lombo de porco, vegetais, panceta, butifarra (um tipo de morcilha típico da região) e longaniza, que é uma outra linguiça típica da ilha, parecida com chorizo. O prato não é nada light, mas é saboroso, e remete aos churrascos na rua em dias de festa na ilha.

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Outra refeição típica foi na capital, Palma. Fomos à tradicionalíssima Casa Julio, que já está na terceira geração de donos, uma decoração raiz e o menu do dia escrito no quadro de giz. Pedi um prato de fritada maiorquina, um picadinho de miúdos de cordeiro com legumes e batata, achei o preço bem justo. 

Se você está em Palma e quer variedade, vá almoçar no Mercado de Olivar, que tem mais de 20 bares e restaurantes. Aberto desde 1951, o mercado oferece uma excelente oportunidade de experimentar produtos locais, como queijos, presuntos crus, aves, carnes, peixes, frutas e frutos do mar frescos. 

7 - Outras experiências inesquecíveis em Maiorca

  • Rafa Nadal Museum Xperience: você sabia que essa lenda do tênis nasceu em Maiorca? Nesse museu, na cidade de Manacor, você poderá conhecer a fundo a carreira de um dos maiores tenistas da história em exposições totalmente interativas. Pode ver mais detalhes e comprar ingresso neste link
  • Passeio de balão: acredita que tem até passeio de balão em Mallorca? Você pode escolher fazê-lo ao amanhecer ou ao entardecer. As partidas ocorrem em San Lorenzo de Cardessar, Manacor ou Petra, Cala Millor ou Arta, depende das condições. Veja preços e detalhes neste link.
  • Trem a Soller: Há um trem centenário muito fofo que faz o trajeto entre Palma e Sóller, uma das cidades históricas da Serra da Tramontana. Neste tour aqui, você vai percorrer o lado ocidental de Mallorca no trem e ainda fará um passeio de barco até Sa Calobra, que a gente descreve lá em cima. 

Veja todos os passeios disponíveis em Maiorca 

E aí, viajante, já está animado para a viagem a Maiorca? Espero que esse guia tenha ajudado a esclarecer suas dúvidas. Até a próxima!