Jericoacoara
Jéssica Weber Jornalista apaixonada por mato e praia, interessada na história dos lugares, na arquitetura das cidades e em comida, é claro.

Transportes em Jericoacoara

Turista não pode entrar de carro na Vila de Jericoacoara. E como o que há no parque nacional são caminhos na areia em vez de estradas, veículos de passeio também não são adequados para desbravar a região.

Esse é um dos motivos pelos quais Jeri é considerada um destino caro: é necessário desembolsar uma grana para conhecer atrações fora da vila. Por isso é importante pesquisar bem antes o que tem para fazer em Jericoacoara, em especial os pontos turísticos do passeio leste e do passeio oeste, para decidir o que combina mais com você e não ficar desperdiçando dinheiro. As agências podem personalizar o roteiro segundo a preferência do cliente.

Reserve os passeios pela Civitatis:

A gente experimentou cinco formas de conhecer a região: 

Buggy em Jericoacoara

A cara do Ceará, o buggy é o veículo mais tradicional para conhecer Jeri. Dá para ir com cinto de segurança do lado do motorista, na sombra, ou sacolejando lá atrás, com muito vento na cara e sol no lombo. Mas vai por mim: o perrengue é metade da graça.  

Os bugueiros levam até quatro pessoas, meio apertadas, e não têm medo de duna. Costumam botar música no rádio, que vai ser forró ou piseiro, se você deixar. Pode ser que você precise descer para ajudar a desatolar em algum momento? Pode. Mas a galera dos outros buggies é bem parceira: se a gente não dá conta, pinta alguém para ajudar. 

A gente usou buggy tanto para chegar em atrações do passeio leste quanto no oeste, e foi uma ótima experiência — dividimos os roteiros em dois dias para dar conta de todos os pontos turísticos. Em dezembro de 2022, os passeios custavam em torno de R$ 400 por veículo. 

Passeios em 4x4

A forma mais confortável de conhecer Jeri é reservar um passeio privativo de veículo 4x4, tipo Hillux. Você vai na sombra, no conforto do ar-condicionado, em um carro limpinho. Pode até rotear o bluetooth e colocar sua playlist no rádio.

Nosso guia foi contando curiosidades dos pontos turísticos da região — no buggy, com a quantidade de vento, a comunicação é um pouco mais difícil. Mas é o transporte mais caro: custava em torno de R$ 550, R$ 600. Se for passar o dia em uma atração apenas, dá para pedir para o motorista te deixar e buscar depois e pedir um bom desconto. 

Existe também a opção de fazer os passeios em um 4x4 compartilhado, ou seja, com outros turistas. É mais barato (em torno de R$ 200), mas bem menos cômodo. A maior parte das pessoas vai sentada atrás, num reboque aberto com bancos acoplados. Adeus ar-condicionado.

A vantagem é a economia e a possibilidade de fazer novos amigos pelo caminho. Em contrapartida, você não poderá influenciar no itinerário: vai precisar cumprir todas as paradas do roteiro e ficar o tempo delimitado pelo guia.

Transportes em Jericoacoara

Quadriciclo em Jericoacoara

Para mim, esse foi o meio de transporte mais divertido de Jericoacoara. Mas o mais cansativo também — no final do dia, eu estava moída. 

Diferente de outros lugares do nordeste, você vai pilotando o seu próprio quadriciclo, com até uma pessoa na carona. O seu guia dá as instruções para dirigir o veículo e vai mostrando o caminho em uma moto na frente. A gente fez o passeio oeste de quadriciclo, e foi, com certeza, o melhor itinerário para ter essa experiência. 

Eu nunca tinha dirigido quadriciclo na vida. Levei uns bons quilômetros para descobrir a quarta marcha, para desespero do guia. Mas quando eu atravessei a primeira duna, com o vento batendo na cara e uma sensação forte de liberdade, foi massa demais. Me senti parte de Jeri. 

Ainda mais por contar com nossa própria perícia, o quadriciclo não é um transporte totalmente livre de riscos. Especialmente ao descer dunas. Na chamada duna do esquibunda, eu quase me rendi. É que, quando você chega na pontinha dela, não consegue nem ver o pé da duna, de tão íngreme que é. Mas obedecendo o guia direitinho, ou seja, não entortando o guidão "por nada nesse mundo", eu sobrevivi!

Fat Bike

Essa aqui é só para quem está com o shape em dia. Eu descobri que não é o meu caso da pior forma, no meio do Morro do Serrote. Desisti de pedalar a bike e fiquei sentada na areia esperando o colega voltar.

Deixa eu me defender: a bicicleta é um dos meus principais meios de transporte na cidade, mas é muito pesado pedalar na areia, ainda mais morro acima. Mesmo sendo a fat bike um veículo adaptado para isso, com pneus bem mais largos.

A gente demorou um pouco para achar, mas alugou por R$ 60 a hora em uma loja de assistência técnica de celulares na Rua do Forró hehe. Tem agências focadas nisso que fazem passeios em grupo, saindo de madrugada para ver o sol nascer, inclusive.

Caminhada em Jericoacoara

Meu velho par de Havaianas foi o transporte que mais usei em Jeri. Especialmente na Vila de Jericoacoara, que tem apenas ruas de areia e não permite carros de passeio, a gente conhece tudo caminhando mesmo. Todos os restaurantes, hotéis e praias são acessados a pé por ali. 

A Duna do Pôr do Sol e a Pedra Furada são pontos turísticos que demandam caminhada, partindo da vila. E convenhamos, depois de se fartar com tanta comida boa que tem em Jeri, a gente tem mais é que queimar umas calorias mesmo.

Transportes em Jericoacoara

DICAS: 

- Dá para pedir desconto nos passeios pagando à vista. Algumas agências davam R$ 50 de desconto, cerca de 10%. 

- Não poupe em protetor solar para fazer os passeios, bonés e blusas com proteção solar também são bem-vindos. Se você optar por buggy ou, principalmente, quadriciclo, use óculos escuros também, ajuda a proteger um pouco do vento com areia.

- As autoridades têm feito um cerco aos guias irregulares, mas não custa ficar atento na hora de contratar um passeio. Os veículos usados nos passeios precisam ter um selo da cooperativa e um adesivo com numeração cadastrada no ICMBio, indicando que é autorizado. Também têm um adesivo com o selo de seguro para o turista.

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