Biomuseo

O Biomuseo não é só um prédio com arquitetura maluca no começo da Calçada do Amador. É um lugar que te deixa encantado com a biodiversidade do Panamá, por meio de projeções em grande escala, vídeos, sons, totens e jogos interativos. Eu achei o museu mais interessante da Cidade do Panamá, um rico programa para toda a família. Pena que o ingresso não é muito barato.  

Lá você aprende sobre a flora e fauna local, vendo quais são os animais ameaçados de extinção. Dá para admira aquários com peixes do Pacífico e do Caribe (os dois mares que cercam o Panamá), e, o que eu achei mais interessante, consegue entender como a ascensão do istmo do Panamá mudou o mundo. Eu explico. 

Cerca de 3 milhões de anos atrás, durante o final do período Plioceno, o istmo (estreita faixa de terra que liga duas áreas de terra maiores) emergiu como uma ponte entre os continentes da América do Norte e América do Sul. Antes disso, o que hoje é o Panamá era um fundo marinho com ilhas vulcânicas dispersas. 

A formação do istmo influenciou na migração das espécies, afinal muitos bichos que estavam na América do Sul subiram à do Norte e vice-versa, levando ao surgimento da biodiversidade atual. Esse painel mostra animais que entraram em contato pela primeira vez, eles chamam isso de "o grande intercâmbio". 

Sem falar que teve um impacto profundo no clima do planeta. Ao criar dois oceanos muito diferentes e alterar drasticamente a circulação das correntes, o Panamá participou do processo de congelamento da Groenlandia e na transição de paisagens mais úmidas para áreas mais secas na África. Doido, né? 

Essa aqui foi outra parte que eu amei no museu: uma sala interativa onde, ao pular nas pedrinhas projetadas no chão, a gente vai revelando experiências culturais únicas do Panamá. Além da biodiversidade, o Biomuseu também enaltece a riqueza cultural do país. 

Outra coisa boa desse museu é que tem monitores à disposição, que podem esclarecer suas dúvidas em espanhol ou inglês. Tem uma pequena lanchonete no museu, mesas com essa belíssima vista do Pacífico e uma lojinha de souvenir, com pelúcias de animais panamenhos. Eu admito que fiquei querendo uma preguiça. 

Reserve ao menos duas horas para o passeio.

Biomuseo: arquitetura

Obra do famoso arquiteto canadense Frank Gehry, o Biomuseu foi projetado para contar a história de como o istmo do Panamá emergiu do mar, conectando dois continentes e dividindo um grande oceano em dois.

Gehry utilizou cores vibrantes e formas irregulares para refletir a diversidade natural do Panamá. O edifício apresenta um átrio público ao ar livre, coberto por marquises metálicas coloridas para proteger os visitantes das chuvas frequentes. Legal, né? 

Créditos: biomuseo.org

O trabalho de Gehry é caracterizado pelo uso de materiais não convencionais e formas esculturais. Inclui edifícios como o Museu Guggenheim em Bilbao, Espanha, e o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles. O Biomuseo foi sua primeira obra na América Latina.

Parque do Biomuseu

Vale caminhar pela área verde que circunda o museu, tem um lindo paisagismo à beira do Pacífico. O Parque da Biodiversidade estende a história das exposições para a paisagem ao redor, com estações educativas que ilustram a interação entre plantas e animais locais. É um ótimo lugar para passear, mesmo se não quiser pagar ingresso para entrar no museu. 

Mas é bom evitar os horários de sol forte. Quando eu fui, o calor estava insuportável, eu só quis o ar condicionado do museu. 

Ingresso do Biomuseo

É cobrado ingresso para entrar no Biomuseo, e como de praxe ali no Cidade do Panamá, não é tão barato. Custava 20 dólares para adultos estrangeiros e 12 dólares para crianças de 5 a 17 anos em julho de 2025. Ah, se você é estudante, vale levar a carteirinha para ter desconto. O ticket pode ser adquirido na hora, na bilheteria.

Importante destacar que o museu não abre nas segundas-feiras. Funciona das 9h às 15h de terça a sexta-feira e das 10h às 15h nos sábados e domingos. Você pode consultar mais detalhes no site oficial.