Vale do Amor

O Vale do Amor é uma ampla área verde no interior de Petrópolis, na serra do Rio de Janeiro, com jardins que homenageiam várias religiões. É um lugar que alia espiritualidade e contato próximo com a natureza, perfeito para um passeio em dia de sol. 

No começo do percurso, você atravessa um Torii, um portão japonês que em santuários xintoístas marca a transição do mundano para o sagrado. Enquanto passa pelos jardins, você encontra várias imagens de divindades orientais, sendo que muitas contam com placas explicando seu significado.

Um labirinto formado apenas por uma espécie de bromélia nos convida a abandonar qualquer pensamento e caminhar, prestando atenção em cada passo. Labirintos são considerados uma preciosa ferramenta de meditação, por sua capacidade de acalmar os pensamentos, equilibrar as emoções e clarear a mente para as escolhas dos melhores caminhos. 

O principal espaço do Vale do Amor de Petrópolis fica ao final de um caminho de pergolado. Chama-se Igreja de Francisco e Clara, mas não tem parede e nem teto. É um templo a céu aberto, com flores cor-de-rosa cercando cada banco de pedra. 

O caminho do altar alinha-se direitinho com o topo de um morro, que eles chamam de Montanha Sagrada de Shiva. Esse espaço homenageia São Francisco, fundador da ordem que empresta o seu nome, e Santa Clara, idealizadora da Segunda Ordem Franciscana. Mas no local acontecem celebrações universalistas, onde há a confraternização com diferentes religiões.

Eu também amei a clareira junto à Cachoeira de Aruanda, mesmo correndo apenas um filete de água quando eu fui. É um espaço de contato próximo à natureza, com muitas árvores no entorno e copos-de-leite no meio da clareira. Ali, a vocação ecumênica do Vale do Amor também fica evidente, pois tem imagens de Nossa Senhora da Conceição, associada sincreticamente à orixá Oxum, mãe das águas doces; São Sebastião, relacionado ao Senhor das Matas, o orixá Oxossi; Santa Bárbara, que corresponde à orixá lansã, divindade dos ventos; e a própria Iemanjá, na imagem da Umbanda mesmo. 

Existe uma lojinha no final do percurso que vende incensos, talismãs, imagens de santos e outros souvenires.

A história do Santuário Vale do Amor

O Santuário Vale do Amor foi idealizado por um médium chamado Sérgio Fecher. Ele cresceu nessa região tomando banhos de cachoeira, ouvindo o canto dos pássaros, brincando na mata enquanto esperava a vó preparar o almoço. Foi ali na Fazenda Inglesa que seus avós se conheceram, seus pais se casaram e tiveram oito filhos. 

A história e o propósito do Santuário são pincelados em uma placa no último jardim, que homenageia Chico Xavier. Conta-se que seis anos antes de desencarnar, o grande expoente do espiritismo no Brasil realizou uma premonição: revelou a "grandeza da psicosfera espiritual" da cidade de Petrópolis e que haveria um trabalho singular a ser realizado ali, o qual estabeleceria uma conexão entre a prática da medicina espiritual e o diálogo inter-religioso. Em 2015, esta revelação foi compartilhada ao médium que construiu o santuário.

Ingresso para o Vale do Amor de Petrópolis

O ingresso inteiro para o Vale do Amor custava, em agosto de 2023, R$ 20 durante a semana e R$ 40 aos finais de semana. Para estudantes, professores da rede pública, idosos e jovens de até 21 anos, custa sempre R$ 20. Não aceita cartão de crédito, apenas débito, dinheiro ou pix. 

A gente recomenda ir com, no mínimo, duas horas disponíveis para conseguir passear pelos jardins e curtir a atmosfera do local sem pressa. 

Onde fica o Vale do Amor

O Santuário Vale do Amor fica no bairro Fazenda Inglesa, próximo ao Rocio, na serra do Rio de Janeiro, a aproximadamente 40 minutos de carro do Centro de Petrópolis, na estrada Mata Cavalo, sem número. A gente recomenda que você busque pelo local no Google Maps ou outro aplicativo de mapa. 

A estrada tem alguns buracos e estreita bastante no final. Se você for de Uber ou táxi, não esqueça de marcar com o motorista um horário de retorno também. 

Santuário do Vale do Amor: fotos

Veja mais fotos desse espaço abençoado pela natureza e pelas mãos do homem na serra do Rio de Janeiro:

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