Ilha Grande
Monique Renne Repórter fotográfica. Com um mundo inteiro a ser descoberto.

Trilhas na Ilha Grande

Percorrer trilhas é a maneira mais intensa de conhecer a Ilha Grande, seja por dentro da mata fechada, encontrando cachoeiras e riachos, seja à beira-mar. Os mapas de trilhas estão espalhados por toda a ilha. Placas mostram as rotas, numeradas de 1 a 16, com tempo médio do percurso e grau de dificuldade. Difícil não parar em ao menos uma delas para conferir até onde é possível ir seguindo os trajetos demarcados. Com 193 km² de área, é de se esperar que muita gente queira percorrer este paraíso a pé. E não só isso é possível, como é uma das melhores maneiras de conhecer intimamente as praias, mangues, rios, cachoeiras e os segredos da ilha.  

Trekkings e caminhadas são maneiras excelentes de desbravar a Ilha Grande, especialmente para quem gosta do contato direto com a natureza. A mata é exuberante e as paisagens ao longo das trilhas são mesmo espetaculares. Nem todas são fáceis, é verdade. Mas há trilhas de todos os níveis. Com alguns minutos de caminhada, já é possível ter a sensação de percorrer o caminho que leva ao paraíso. Os mais aventureiros também têm vez e podem passar uma semana intercalando trilha e visuais paradisíacos, tudo para completar a volta na ilha.   

Ilha-grande

As trilhas mais populares entre os turistas que querem somente curtir uma caminhada leve em roteiros de um dia são: T1 (Circuito do Abraão); T2 (Aqueduto – Saco do Céu); T10 (Abraão – Pouso); e T11 (Pouso – Lopes Mendes). Elas estão entre as mais populares por saírem da Vila do Abraão e terem grau de dificuldade leve. Essas trilhas podem ser percorridas por todos os visitantes com disposição e o mínimo de habilidade para subir e descer pedras, caminhar em terrenos com lama e ultrapassar riachos, quedas d’água ou passear ao longo da praia. São trilhas possíveis de serem percorridas até pelo turista mais inexperiente. Veja mais detalhes sobre as trilhas da Ilha Grande (todos os tempos e distâncias são para um trecho, e não ida e volta):

  • T1 - Circuito do Abraão / 1800 m / 1h / nível fácil / circuito plano
  • T2 - Aqueduto - Saco do Céu / 5800 m / 3h / nível médio / circuito íngreme
  • T3 - Saco do Céu - Freguesia / 4000 m / 2h / nível fácil / circuito íngreme
  • T4 - Freguesia - Bananal / 3000 m / 1h30 / nível fácil / circuito íngreme
  • T5 - Bananal - Sítio Forte / 5000 m / 3h / nível fácil / circuito íngreme
  • T6 - Sítio Forte - Araçatiba / 6000 m / 3h30 / nível médio / circuito íngrime
  • T7 - Araçatiba - Gruta do Acaiá / 5300 m / 3h30 / nível médio / circuito íngrime
  • T8 - Araçatiba - Provetá / 4500 m / 2h30 / nível médio / circuito íngrime
  • T9 - Provetá - Aventureiro / 3500 m / 2h30 / nível difícil / circuito muito íngreme *
  • T10 - Abraão - Mangues - Pouso / 6000 m / 3h / nível médio / circuito íngrime
  • T11 - Mangues - Pouso - Lopes Mendes / 1100 m / 0h50 / nível fácil / circuito íngreme
  • T12 - Mangues - Pouso - Farol dos Castelhanos / 6000 m / 3h / nível difícil / circuito íngrime
  • T13 - Abraão - Pico do Papagaio / 6000 m / 3h30 / nível perigosa / circuito íngreme
  • T14 - Abraão - Dois Rios / 7000 m / 3h / nível médio / circuito muito íngrime
  • T15 - Dois Rios - Caxadaço / 4200 m / 2h30 / nível difícil / circuito muito íngreme
  • T16 - Dois Rios - Parnaioca / 7500 m / 3h / nível difícil / circuito muito íngreme 

Quem deseja fazer trilhas mais longas e de grau de dificuldade maior deve se preparar não só fisicamente, mas também ter bons equipamentos. Roupas adequadas, calçados próprios para trilhas, barracas para camping, lanternas, comida e repelentes são, no mínimo, extremamente necessários. Não aconselhamos o percurso de volta completa para quem não tem experiência em trilhas e mata, especialmente se não estiver acompanhado de um guia. Apesar de as trilhas serem bem delimitadas e sinalizadas, alguns trechos podem ser perigosos, especialmente devido ao excesso de chuvas. Nem sempre o sinal de celular funciona e o socorro médico poderá ser um problema em casos urgentes. Prepare-se para qualquer eventualidade e mantenha sempre alguém informado sobre a rota a ser percorrida. Segurança é fundamental. 


O trajeto mais longo, que costuma fazer sucesso entre os aventureiros, tem cinco dias de duração e total de 70 km de percurso. O circuito passa por 20 praias e percorre grande parte das trilhas. Caso não seja um viajante com experiência em trekking, procure fazer o trajeto com um guia credenciado pelo Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG) para não ser surpreendido por trilhas sem acesso. Quase todas as trilhas da Ilha Grande podem ser percorridas sem problemas, porém há exceções. Na Praia do Aventureiro, é autorizado o limite máximo de 560 turistas por vez no local. A área, junto com a Praia do Demo, é a única que pode ser visitada por turistas na região da Reserva Biológica da Praia do Sul. Além desse limite, há trilhas perigosas que serão mais seguras se percorridas com acompanhamento de guias. O custo médio do pacote para dar a volta na ilha acompanhado de guia é de R$ 1.300, com cinco dias de duração; os custos com refeição, hospedagem (pousadas e barraca), transporte de barco após o início do trekking e o serviço do guia de turismo estão incluídos no valor.  

Outro trajeto que atrai muitos turistas, e tem duração de 7 horas, é a subida ao Pico do Papagaio. O valor do passeio, acompanhado por guia, tem custo médio de R$ 375. Essa subida é muito arriscada e não recomendamos fazê-la sem o acompanhamento de um profissional especializado. Um dos mais procurados e respeitados em toda a ilha é o Guia Ecológico João Pontes. Ele é uma ótima referência para quem deseja se aventurar, mas com segurança.  

* Para ter acesso à Praia do Aventureiro, é necessária uma autorização emitida pelo Centro de Informações Turística, na Praia do Anil.  

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