Praia de Maracaípe
A praia de Maracaípe é a mais roots da região de Porto de Galinhas, queridinha entre surfistas ou por quem tenta fugir do agito. É uma enseada de três quilômetros de extensão, com ondas bem fortes, via de regra — eu só tive coragem de entrar até o joelho. Mas se você quer água rasinha e calma, é só caminhar até o Pontal do Maracaípe, especialmente na maré baixa. Até piscina natural tem ali.
Nessa região, você também encontra algumas atrações massa: o voo de paramotor, o coqueiral (um dos pontos altos do passeio de buggy), e o passeio de jangada no Rio Maracaípe. Fizemos tudo isso e trazemos em detalhes neste post.
A estrutura dessa região é mais modesta, não tem a variedade de restaurantes que há na Vila de Porto de Galinhas. Mas é possível encontrar bons restaurantes em Maracaípe — comi um camarão no abacaxi de lamber os beiços.
Também há belas opções de pousadas. Indico a Xalés de Maracaípe: os chalés coloridos e superfofos ficam espalhados por uma ampla área gramada, cheia de coqueiros e arbustos floridos. Há uma piscina à beira-mar e outra perto das canchas de areia, com bar molhado. Veja no post onde ficar em Porto de Galinhas.
Se você estiver pensando em alugar um apartamento, cheque onde fica exatamente. Normalmente, as pousadas ficam à beira-mar ou na Vila de Todos os Santos, que tem uma boa vibe. Mas saiba que adentrando a vila de Maracaípe, o visual é bem pouco aprazível para o turista: ruelas mega apertadas, às vezes de chão batido, abarrotadas de casas populares.
Praia de Maracaípe: onde fica e como chegar
Maracaípe fica em Ipojuca — Pernambuco, o mesmo município de Porto de Galinhas. Fica a apenas 3 km da Vila de Porto de Galinhas. Da capital Recife, dá pouco mais de 50 km, que podem ser percorridos em uma hora sem congestionamento. Algumas pousadas oferecem transfer a partir do aeroporto, por um preço adicional.
Se a ideia é só visitar por um dia, é bem tranquilo também. Quem quer praticar caminhada, pode ir a pé da Vila de Porto de Galinhas até Maracaípe pela beira do mar: dá uns 2 km até a área de quiosques. Também é possível para chamar Uber, táxi ou ir de carro próprio ou alugado — tem como estacionar o carro na Avenida Central de Maracaípe e arredores. A rua beira-mar é de chão de terra, não tem muita estrutura ali.

O que fazer em Maracaípe
Pegar uma prainha na própria Praia de Maracaípe
A Praia de Maracaípe é contornada por coqueiros e marcada por um mar azul intenso, geralmente com ondas fortes. Junto com o Cupe, é a preferida dos surfistas na região de Porto de Galinhas. Mas, para os banhistas, fica o alerta: é preciso ter muito cuidado. Eu mesma não tive coragem de entrar no fundo; molhei as pernas apenas. Para pegar mar calmo, vale ir caminhando até o Pontal do Maracaípe, de que falamos a seguir, especialmente na maré baixa.
A orla é extensa, você pode decidir se quer ficar perto dos restaurantes e barracas de comida ou se prefere estender sua canga sozinho em algum ponto mais isolado. A faixa de areia pode ser bem extensa na maré baixa, mas você perceberá que o mar "come" boa parte dela na maré alta. Ah, e como em várias praias de Porto de Galinhas, pode ventar bastante em Maracaípe.
O Bar do Marcão é o grande "point" da praia, com muitas cadeiras e guarda-sóis para os clientes na areia. Serve caranguejo, camarão, peixada, lagosta e até polvo. Também tem uma ala considerável do cardápio dedicada a carnes. Frutos do mar não são coisa barata, ainda mais à beira-mar, mas tinha mais de uma dúzia de opções do PF, custando em média R$ 50 em 2025. Logo ao lado, há mais opções de quiosques, como o Paradise Beach.
Eu disse que a estrutura de Maracaípe é mais enxuta, mas tem até barraca de massagem à beira-mar. Essa cabaninha com cortinas de conchinhas me pegou muito. As massagens corporais custavam em torno de R$ 200, mas havia sessões mais em conta focadas em pés ou rosto.

Almoçar ou tomar um drink na Vila de Todos os Santos
Maracaípe não tem um centrinho como a Vila de Porto de Galinhas, mas conta com uma avenida que concentra alguns (poucos) restaurantes próximos à praia; há pousadas por ali também. E o nome é uma graça: Vila de Todos os Santos.

Ali, fui no João Bar e Restaurante, uma casa bem fofa onde você pode sentar na rua, com vista para o mar. Comi um camarão havaiano delicioso, servido no abacaxi e gratinado com queijo. Vinha com purê de jerimum (abóbora) e castanha de caju. A porção para uma pessoa custava R$ 128 e, para duas, R$ 276 (mas talvez sirva três, hein).

As saladas lá também são bem gostosas — e vindo de mim, isso significa muito, viu? A Porto de Galinhas tinha muitos sabores reunidos (frango salteado em cubos, alfaces variados, cubos de manga, uva-passa, tomate, cenoura, beterraba, temperado com azeite de ervas). Mas a Maraca me chamou atenção também: camarões salteados, alfaces variadas, rúcula, tomate, cenoura, castanha de caju, cubos de queijo manteiga, pedaços de abacaxi, temperados com molho agridoce de goiaba. Assim fica fácil seguir a dieta.
Ou não, porque ouvi falar que ali tem cartola de chocolate. Cartola é uma sobremesa tradicional da culinária do Nordeste brasileiro, feita com banana frita, queijo derretido, polvilhada com açúcar e canela. E ali, eles fizeram essa adaptação para chocólatras.
Ao lado, tem um lugar que queria muito conhecer, também nessa mesma vibe colorida e aconchegante. Chama-se Quintal do Joca, e abre tanto para almoço quanto para janta — ou uns drinks pra celebrar as férias.
Curtir o mar calmo e as piscinas naturais do Pontal na maré baixa
A extremidade sul da praia, na foz do Rio Maracaípe, chama-se Pontal do Maracaípe e oferece um cenário bem diferente da praia de Maracaípe, especialmente na maré baixa. É possível caminhar muitos e muitos metros com água até o joelho; famílias com crianças e gente de mais idade fazem a festa nas partes rasinhas. A infraestrutura por ali é quase nula, mas ainda há tendas de comida ou bebida, guarda-sóis e cadeiras.
Bem lá na ponta do Pontal — desculpe a redundância — tem piscinas naturais, que, ressalto, só se formam na maré baixa, de 0,0 até 0,6 m são os níveis ideais. Pelo menos quando visitei, não tinha tanto peixe nas piscinas, eles estavam concentrados mais em um cantinho onde tinha uma galera (provavelmente com comida). Mas uma característica dessa piscina é que ela fica larga e vai afundando em alguns pontos, então pode ser gostosa para nadar.
Sempre há jangadeiros à disposição dos turistas no Pontal. Normalmente eles levam as pessoas até as piscinas em um trajeto de pouco mais de cinco minutos, deixam elas aproveitarem por aproximadamente uma hora e depois trazem de volta. Costumam cobrar a mesma coisa que na Vila de Porto de Galinhas — era R$ 60 por pessoa em setembro de 2025, pagos em Pix ou dinheiro. Eles são cooperativados, então o preço é tabelado. Estão identificados com uma blusa de manga comprida com a inscrição "jangadeiro" nas costas.
Quando o mar está bem baixinho, até dá para ir caminhando até as piscinas naturais. Mas só recomendo se você se garante no nado ou se manja das mudanças de maré, para não ser surpreendido pela subida da água. Vi uma família de argentinos que chegou por lá andando, mas foi alertada por um jangadeiro de que a maré já estava em elevação. Então contrataram com ele a "carona" de volta.
Como é um valor considerável, ainda mais se for a família inteira, eu sugiro que você coloque na balança. Meus pais, por exemplo, optaram por fazer o passeio de jangada nas piscinas naturais da Vila de Porto de Galinhas mesmo, não quiseram conhecer as piscinas de Maracaípe. Ah, e também tem o passeio de jangada no rio, que trago a seguir. De qualquer forma, vale ir até o Pontal de Maracaípe para curtir o mar rasinho da maré baixa:

Ver o pôr do sol, explorar mangues e ver cavalos marinhos
O pôr do sol no Pontal do Maracaípe é o mais famoso de Porto de Galinhas, já vi gente defendendo até que é o mais bonito de Pernambuco! Ele se põe atrás de uns coqueiros no horizonte, e a galera senta na prainha à margem do rio para assistir. Também é uma bela oportunidade de conhecer o manguezal e, se for do seu feitio, ver cavalos-marinhos.
Mas há diferentes formas de chegar ali, dependendo da maré e do tipo de rolê que você quer.

Com maré alta, uma forma tradicional é realizando o passeio de jangada no rio perto do entardecer — confirme com o jangadeiro que não vai terminar antes de o sol cruzar a linha do horizonte.
Não é o mesmo passeio das piscinas naturais: ali as jangadas não têm velas, são movidas com uma vara bem extensa. O jangadeiro vai na parte de trás, de pé, providenciando o deslocamento no braço. Mistura de Veneza com Brasil, né?! Até rola de fazer esse passeio com maré baixa, mas saiba que o rio estará mais minguadinho, pois o nível do rio baixa muito quando o mar recua.
As jangadas ficam atracadas no rio, junto a uma bilheteria operada pela cooperativa de jangadeiros — no Google Maps, o local está marcado como "Passeio de jangada cavalo marinho". Fica quase no final da R. Professora Erothides Flora Chalaça.
Comprei um bilhete ali (custava também R$ 60 por pessoa em 2025) e me dirigi ao primeiro jangadeiro da fila, como se fosse um ponto de táxi. Esse lugar é um point: tem banquinhas de artesanato, de biquínis, artistas de rua e um amplo estacionamento — estavam cobrando R$ 20. Mas vi outro um pouco antes por R$ 10.
Passamos perto de uma área de mangue e atravessamos o braço de rio até a outra margem, onde os jangadeiros pulavam do "veículo" para procurar cavalos-marinhos. Os animais são colocados em um pote transparente com água para os turistas verem. A galera estava se divertindo, mas eu admito que não curti muito essa parte. Os jangadeiros tinham dificuldade para encontrá-los, e o mesmo cavalo-marinho acabou passando de pote em pote por um bom tempo, antes de ser devolvido à água.
Depois disso, a jangada foi em direção à prainha do Pontal do Maracaípe e nos deixou na areia até o sol se pôr. Ele se despediu atrás das nuvens, meio tímido, mas ainda assim achei lindo. Tem alguns quiosques simples com venda de comida e bebida ali.
Tá, mas e se você não quer pagar para andar de jangada, como que faz para ver o pôr do sol? No mesmo ponto do rio onde tem a bilheteria das jangadas e um estacionamento, há também uma trilha no meio do manguezal, muito massa, por sinal. Ela é curtinha e leva apenas uns cinco minutos para ser percorrida, passando por árvores típicas com raízes finas sobre a terra.
Dependendo do nível da maré, no entanto, ela pode estar alagada. Eu peguei com a maré baixa, e estava como na foto acima, seca mas meio barrosa. E voltei outro dia, com a maré alta: olha o povo se aventurando com a água pela cintura. Não dá para enxergar onde pisa, então é preciso ir bem devagarinho para não se machucar. Mas a galera estava se divertindo com a aventura.
Se a maré estiver baixa, também rola de ir caminhando pela praia mesmo, contornar a foz e escolher um lugar na prainha à margem do rio.
Dica extra: aos fins de semana e durante o verão, há um bar que funciona sobre os manguezais, em uma ilha no meio do rio. Eu acabei não tendo a sorte de encontrá-lo aberto, mas estava muito curiosa para conhecer.
Tirar fotos no Coqueiral de Maracaípe
Essa é uma parada garantida em qualquer passeio de buggy em Porto de Galinhas. Tem horas que enche até demais, e parece um encontro de buggies. O coqueiral de Maracaípe é uma área com fileiras de coqueiros à beira-mar, a perder de vista.
Foram instaladas redes, balanços e arcos floridos para a galera tirar fotos. Mas o ápice foi a aparição do "drone humano": um fotógrafo que escala um coqueiro e fica lá no topo apontando o celular para baixo e tirando fotos do turista que quiser pagar por seus serviços inusitados.
O acesso é por estradas de areia, mas também dá para ir caminhando pela beira do mar. Fica bem pertinho do point de barracas de Maracaípe, e a pouco mais de 1 km da praia da Vila de Porto de Galinhas, caminhando pela beira do mar.
Em diferentes pontos do coqueiral, saem os passeios de paramotor e de helicóptero, que trazemos a seguir.
Passeio de Paramotor em Porto de Galinhas
O paramotor nada mais é que um parapente motorizado, com uma grande hélice acoplada nas costas do piloto. Sim, você pode voar nesse aparato engenhoso para ver a praia de cima. É uma aventura deliciosa. Pena que dura tão pouquinho, menos de dez minutos. Quando vi, já estava com os pés na areia de novo.
São voos duplos, ou seja, você voa junto com o piloto. Como o motor é bem barulhento, a gente bota um abafador nos ouvidos, um equipamento que parece fone de ouvido, mas é para amenizar o som. A subida é mega rápida: botei os equipamentos e, em segundos, já estava no ar.
Eu já voei de parapente e achei essa modalidade na praia bem mais de boas — justamente porque você não precisa correr para saltar do topo de um morro. A altura máxima alcançada é de uns 150 metros, aproximadamente:
A vista que os aventureiros têm é da Praia de Maracaípe, com destaque para o coqueiral e também para a praia da Vila de Porto de Galinhas. É demais ver as piscinas naturais e as jangadas lá de cima. O pessoal da empresa amarrou bem meu celular no braço para que não corresse o risco de cair, então rolou de levá-lo junto e fazer belas imagens. A sensação de balançar os pezinhos livres sobre o mar também é libertadora.
A experiência custava a partir de R$ 400 em setembro de 2025 e era realizada por duas empresas. Comprei a atividade no site da Civitatis e fiz com o piloto Sérgio, que tem mais de 20 anos de experiência. Eles me deram as coordenadas exatas do ponto de encontro, uma tenda montada à beira-mar junto ao coqueiral. Ah, claro que vai depender das condições do tempo para o passeio acontecer.
Passeio de helicóptero sobre Porto de Galinhas
É em Maracaípe que fica o heliponto, de onde partem voos panorâmicos sobre as praias da região. É outra forma de conhecer essa região de um ângulo diferente, mas nesse caso vai mais longe: rola de ver também a praia de Muro Alto e a praia de Cupe, tendo o oceano aos seus pés.
Mas também é uma experiência curtinha, com 7 minutos de duração. Também há a opção de realizar a atividade com transporte, que busca você na porta do hotel e o leva de volta depois. Veja mais informações neste link.
Volte para o guia de Porto de Galinhas.
Jéssica Weber
Jornalista apaixonada por mato e praia, interessada na história dos lugares, na arquitetura das cidades e em comida, é claro.