Jéssica Weber
Jornalista apaixonada por mato e praia, interessada na história dos lugares, na arquitetura das cidades e em comida, é claro.
Cousiño Macul
A Cousiño Macul é a vinícola mais próxima de Santiago, no Chile. Tanto que é possível chegar de transporte público ou de Uber. São pouco mais de 10 km de distância dos bairros Las Condes e Providencia e 15 km do Centro de Santiago.
Localizada no Vale do Maipo, a vinícola tem diferentes tipos de visitação: o tour tradicional, com degustação de três rótulos; o premium, que soma mais três degustações da linha premium; além de tours privados e um tour de bicicleta junto aos parreirais. E você pode levar a taça personalizada de brinde.
Saem vários grupos ao longo do dia, sendo que pelo menos dois horários são guiados em português. Os preços, em julho de 2024, variavam entre 22 mil pesos chilenos (R$ 130) e 47.500 (R$ 285). Também dá para ignorar a visitação e curtir apenas os jardins junto aos parreirais, por 5 mil pesos chilenos (R$ 30). Tem toalhas de piquenique e até redes para descansar. Veja que lindo:
Você pode reservar antecipadamente no site oficial ou apenas checar os horários do tour e comprar o ingresso na hora, mediante disponibilidade de vagas. Como eu já sabia o horário que iria, reservei um dia antes pela internet, e o pagamento ocorreu na hora mesmo.
A gente fez o tour tradicional e conta como foi:
Como é o tour tradicional da Vinícola Cousiño Macul
Eu já conhecia a Cousiño Macul; tinha comprado seus vinhos no supermercado da minha cidade mesmo, então já imaginava que era uma vinícola grande, mas ainda assim me surpreendi na visita. Especialmente pela bodega subterranea e pela beleza da área da viña. Embora esteja localizada em uma zona urbana, é cercada por verde, com fileiras majestosas de plátanos e lindos parreirais com vista para a Cordilheira dos Andes. Também tem vários animais, com uma pegada de fazenda.
A visita começa com uma taça de vinho branco em frente à loja. Eram recém 10h da manhã, mas não me acanhei, afinal, são sempre cinco da tarde em algum lugar do mundo. Foi isso que pensei na hora, mas agora aqui um parêntese, para alertar que, no final do tour, eu estava me esforçando para não passar vergonha. Se forem fazer a visitação cedo, tomem um bom café da manhã. Eu só pensava: "Graças a Deus, não escolhi o tour de bicicleta; seria um desafio e tanto, hehehe."
As demais degustações ocorreram no interior da vinícola, entre as pipas de madeira usadas antigamente. Enquanto isso, ouvimos a guia falar sobre a história da empresa e o processo de fabricação. Quando o tal do Cousiño comprou a vinícola, o foco eram as cepas de uvas espanholas para produzir vinhos para missas, até que ele as substituiu por cepas francesas.
A degustação era pra incluir três rótulos, mas, na verdade, a gente provou quatro vinhos Cousiño Macul — eu que não vou reclamar, né!? Foi um riesling, um merlot, um cabernet franc e um carménère, o meu favorito. Inclusive, fiquei chocada em descobrir que os chilenos salvaram essa uva.
A guia contou que a cepa foi extinta na França por causa de um parasita e, 131 anos depois, descobriu-se que ela ainda estava presente por aqui, em outra vinícola da Região Metropolitana de Santiago. Muito obrigada, chilenos.
A parte mais legal para fotos ainda estava por vir, na bodega subterranea. A gente desce uma escadaria escura iluminada por umas luminárias fraquinhas, para ir entrando no clima. Lá embaixo, há vários barris armazenados e também uma sala, chamada de biblioteca, onde eles guardam uma seleção dos melhores vinhos já produzidos ali desde 1927. Mas a guia contou que os vinhos acabaram comprometidos por falta de ventilação. Uma tragédia, vai dizer?!
Você não pode ir embora antes de visitar a lojinha de vinhos e os parreirais. Como visitei no inverno, as videiras estavam peladas, mas é bonito mesmo assim. Quem deseja vê-las carregadas tem que ir no verão.
Se você viajou com mala de mão, não tem problema: em voos entre Brasil e Chile, o passageiro pode levar até cinco litros de bebida alcoólica na bagagem de mão. Ou seja, se cada garrafa de vinho tem 750 ml, é permitido levar até seis unidades.
Nessa área dos parreirais também fica o jardim que mencionei. Terminei meu passeio curtindo um solzinho com essa vista:
Como chegar à Cousiño Macul
Se você estiver de carro alugado, coloque a vinícola no aplicativo de GPS (Av. Quilín 7100, 7921077 Peñalolén) e vá sem medo. Tem estacionamento logo na entrada. Eu estava hospedada no bairro Las Condes e optei por ir de Uber. Paguei 9,8 mil pesos chilenos cada trecho (cerca de R$ 60). Mas repare que, em um horário de pico com tarifa dinâmica, a conta pode sair muito mais cara.
Também dá para ir de transporte público, mas você precisa do cartão recarregável de Santiago. No metrô, a referência é a linha 4, descendo na estação de Quilín, que fica a 2,7 km da vinícola. Mas muitas vezes compensa mais ir de ônibus mesmo, que o deixam bem pertinho. Você pode usar aplicativos como o Moovit ou mesmo o Google Maps para encontrar a linha mais vantajosa.
Cousiño Macul: Fotos
Veja mais alguns registros que fiz durante minha visita na vinícola Cousiño Macul, em junho de 2024:
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