Isla Martillo - Pinguinera do Ushuaia

A Isla Martillo é uma ilha habitada por pinguins no meio do Canal de Beagle. Também conhecido como "Pinguinera do Ushuaia", ou Ilha dos Pinguins, ela é palco para um dos passeios mais disputados do "fim do mundo". 

A ilha é lar da espécie papua (com bicos e patas laranjas) durante o ano todo, mas enche de pinguins mesmo na primavera e no verão, quando recebe para o período de reprodução colônias de magalhães (brancos e pretos, os mais numerosos) e pinguins-reis (maiores e mais raros de se avistar por ali). Eles não se misturam muito, mas, aparentemente, praticam a política da boa vizinhança. 

No Ushuaia, os pinguins escolheram essa ilha em razão da quantidade de alimento (crustáceos, sardinhas e outros peixes) e por ter só um predador, uma ave chamada skua. E a gente aprende muita coisa massa sobre eles ali, como o fato de que atingem até 45 km/h nadando (caminham devagar só porque as patas são curtinhas) e que, quando um macho se interessa por uma fêmea, busca a pedrinha que acha mais bonita na ilha para lhe presentear e propor matrimônio. 

Tem duas formas de conhecer a Isla Martillo: em caminhada entre os pinguins, que precisa ser reservada com boa antecedência, ou em passeios de barco, sem descer na ilha. As excursões ocorrem de outubro a março, normalmente, quando a ilha está cheia de pinguins. Não há garantia de operação no inverno; é necessário confirmar com a agência responsável antes de viajar. 

Independentemente da opção escolhida, vá agasalhado. Como o Canal de Beagle é uma passagem interoceânica (liga o Pacífico ao Atlântico), os ventos tendem a ser mais fortes, e a temperatura, menor. 

Caminhada na Isla Martillo — Pinguinera do Ushuaia

A Isla Martillo tem seu charme, com praias de pedrinhas cinzas, cercada por verde e montanhas. Mas ninguém paga a pequena fortuna que custa esse passeio por causa dela: a estrela são os pinguins, que passam caminhando do seu lado daquele jeito desengonçado e fofo que só eles têm. 

Para chegar na ilha dos pinguins do Ushauia, primeiro há um trajeto de duas horas de ônibus até a Estância Harberton, uma fazenda enorme e histórica da Terra do Fogo. Parte do trajeto é feita em estrada de terra (para quem se sente enjoado com frequência, vale tomar um remedinho antes). 

Da estância, o grupo toma um bote motorizado e faz um percurso de cerca de 15 minutos até a ilha. Colocando a cabeça para fora do barco, você já os enxergas — e escuta também, os bichanos gostam de se comunicar. Esses aqui parece que fizeram um coral: 

A permanência na ilha tem tempo contado: é uma hora apenas. Os grupos, de até 20 pessoas, caminham em ritmo lento, com muitas paradas para fotos. Os visitantes não podem se afastar do guia e devem evitar chegar a menos de três metros dos pinguins. Para o conforto dos bichinhos e para a própria segurança, afinal, você pode levar uma bicada. 

Agora, a verdade é que eles parecem não estar nem aí para a gente. Seguem fazendo seus afazeres de pinguins, tipo seus power naps (eles tiram cochilos de 30 segundinhos), brincadeiras na água (parecem até golfinhos nadando) e bicadas para tirar pulgas dos amiguinhos (oinnnn). 

Outra coisa linda é vê-los cavando ninhos e buscando folhinhas para forrá-los, a fim de esquentar os ovos e os filhotes. Você consegue reconhecer recém-nascidos devido à penugem fofa e desgrenhada. 

Uma escada de madeira leva até a parte mais alta da ilha, e cordões indicam aos visitantes onde é possível caminhar. Essa parte estava cheia de buracos no chão (os ninhos); é o momento em que a gente chega mais perto dos pinguins. 

Não se engane, entretanto, se eles fizerem movimentos com a cabeça, inclinando-a para um lado e depois para o outro. Eles não estão se preparando para a selfie; é provável que estejam medindo a distância para bicá-lo. 

De volta à estância, o passeio ainda inclui uma visita ao museu de aves e mamíferos austrais, com guia. O museu se chama Acátushun, que é também o nome da baía ali, e foi fundado na década de 1970. Biólogos e voluntários percorrem as costas da Terra do Fogo buscando ossadas de baleias, lobos-marinhos, focas e outros animais, a fim de limpar, rotular e catalogar para o museu. 

O rolê completo dura aproximadamente sete horas. A única empresa que tem autorização para o desembarque na Isla Martillo é a PiraTour; as outras agências apenas intermediam a compra do passeio. É indicado fazer a reserva com pelo menos dois meses de antecedência. 

Em março de 2024, o passeio estava custando em torno de R$ 860, com a possibilidade de incluir uma navegação pelo Canal de Beagle, à tarde, no pacote, o que eu achei bem vantajoso. 

Se sua vontade de ver esses animais fofos não for tão grande, talvez valha mais a pena conhecer a ilha sem desembarque, com vista apenas para a praia dos pinguins, que sai mais barato.

Como ver pinguins no Ushuaia em passeio de barco

Existe um tipo de navegação pelo Canal Beagle que também inclui uma passagem pela Isla Martillo. O barco ancora a alguns metros da margem, mas os turistas não podem descer. Essa é uma opção menos concorrida do que a caminhada entre os pinguins, e custava, no câmbio de março de 2024, R$ 470. 

O passeio de barco sai do Porto Turístico do Ushuaia, passa pela Ilha dos Pássaros, pela Ilha dos Lobos, onde se pode observar lobos-marinhos e leões-marinhos, e também pelo famoso Farol Les Eclaireurs, um cartão-postal do Ushuaia. 

Normalmente, do barco também dá para enxergar a Base Naval de Puerto Williams, na costa chilena, antes de se chegar à Pinguinera do Ushuaia. A embarcação fica ancorada por um tempo, para que todos consigam tirar fotos dos pinguins que estiverem na costa da ilha. 

O passeio é oferecido por várias agências e normalmente dura em torno de cinco horas. Também é possível reservar antecipadamente e pagar em reais no site da Civitatis. 

Confira os 5 hotéis mais reservados por nossos leitores em Ushuaia

• Antarctica Hostel
• Hotel Tierra del Fuego
• Hosteria y Restaurante America
• Posada Del Fin Del Mundo
• Hotel Albatros