Jéssica Weber
Jornalista apaixonada por mato e praia, interessada na história dos lugares, na arquitetura das cidades e em comida, é claro.
Puerto Blest e Cascata de Los Cántaros
O passeio de barco para Puerto Blest e Cascata de Los Cántaros é um dos mais lindos que você pode realizar no lago Nahuel Huapi. A atividade começa no Puerto Pañuelo, em Bariloche, e dura o dia inteiro. Pode ser feita em qualquer época do ano.
A navegação é agradável, com paisagens lindíssimas do lago emoldurado por bosques e montanhas. Dá para ir do lado externo do barco, mas ninguém aguenta muito tempo lá em razão do frio, então se apresse para pegar um assento junto às janelas.
Um guia vai apontando pontos de interesse pelo caminho, como a Cascata Blanca, que termina dentro do lago, parcialmente congelada, e a ilha onde estão os restos mortais do grande explorador argentino Perito Moreno.
Os passageiros desembarcam no Puerto Blest — onde, nos poucos dias de sol, a cor verde do lago deixa qualquer um impressionado — para subir os 734 degraus da escadaria da Cascata de Los Cántaros. O número pode assustar, mas, parando nos mirantes ao longo da queda d'água, a gente não sente tanto.
Eu fiz esse passeio no inverno, por isso esse cenário da cascata branquinha, cheia de gelo nas pedras. Estava difícil de vencer os degraus, escorregadios com tanta neve acumulada, mas não reclamo. Parecia um cenário de sonho.
Como é o passeio do Puerto Blest e Cascata de Los Cántaros
O passeio de barco começa no Puerto Pañuelo, que é uma das portas de entrada do Parque Nacional Nahuel Huapi. Há uma pequena lanchonete no porto, com sanduíches e outras comidinhas prontas para levar na mochila. No nosso barco também vendia café, cerveja e alguns lanchinhos, mas só aceitava efectivo (dinheiro em espécie).
Além do custo do passeio em si, é necessário pagar uma taxa ao embarcar no porto. Os preços na Argentina mudam o tempo todo, mas custava 5.500 pesos argentinos em setembro de 2023, o que equivalia a R$ 45 à época ou R$ 8 para crianças de 6 a 16 anos.
A navegação até a primeira parada, o Puerto Blest, leva um pouco mais de uma hora. Junto ao cais, tem um letreiro com a palavra Blest, um deque, mesas e cadeiras ao lado do lago verdinho, com um tom esmeralda em alguns pontos.
Ali também tem um hotel aconchegante, com um bom restaurante, piscina coberta e quartos com linda vista. Fiquei com vontade de me isolar do mundo por uns dias ali? Fiquei. Mas terá que ser na próxima.
Ali, é opcional fazer um passeio curtinho em outro barco pelo Lago Frías, de água de degelo das montanhas. É um passeio à parte de cerca de 40 minutos com outro barco, que cabe direitinho dentro do roteiro do dia. Isso faz parte da rota do Cruce Andino, uma travessia de barco para o Chile por meio dos lagos andinos.
Se você não quiser fazer o passeio de barco, pode curtir um tempo à beira do lago, caminhar pelos bosques da região, fazer uma trilha curtinha, quem sabe até não vê uma lontra, um cervo, um puma?! Eles fazem parte da fauna local, mas já alerto que não é fácil avistá-los durante o dia.
De volta ao barco, o trajeto é curto até o pé da escadaria da Cascata de Los Cántaros, onde todos desembarcam novamente. Como eu já comentei, são longos 734 degraus. Mas vou ser sincera: estava caminhando tão devagar para não escorregar no gelo que nem senti.
Tem três mirantes até o lago na parte superior, que leva o mesmo nome da queda d'água. Também tem uma árvore milenar lá no topo, um alerce andino, espécie prima do pinheiro. Com 60 metros de altura, ela pode ter 3 mil anos. Uau!
A vista do lago é para fechar o passeio com chave de ouro, especialmente no inverno, quando as montanhas ficam cobertas de neve.
Dá para contratar o passeio com as agências locais ou no site da Civitatis, onde você consegue ter ideia de preço.
Puerto Blest e Cascata de Los Cántaros: fotos
Seguem mais algumas fotos que tirei durante essa experiência única:
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