Restaurantes em El Calafate
Podem me chamar de doida, mas apesar de El Calafate ficar em uma região quase desértica, o centro da cidade tem uma atmosfera serrana. Sim, eu senti algo meio Gramado ou Campos do Jordão por lá.
Pode ser pelo friozinho, pelos jardins floridos, prédios de madeira, pela fileira de ciprestes na avenida central, mas a gastronomia também tem seu papel nisso. Os restaurantes de lá não perdem para os demais destinos argentinos — mas prepare o bolso, porque também não são tão baratos.
Neste post, a gente traz sugestões de restaurantes em El Calafate e, principalmente, de pratos que você precisa experimentar. A barriga já roncou por aí?
Restaurantes em El Calafate: o que comer por lá
Não tem chance de você passar por El Calafate sem ver a imagem de um cordeiro inteiro estirado em estacas ao redor de um fogo de chão. Esse é o cordeiro patagônico, provavelmente o prato mais tradicional da região.
Alguns restaurantes do centro, inclusive, expõem o cordeiro sendo preparado em vitrines. Eu admito que cordeiro não é minha carne preferida devido ao sabor forte, mas fica muito macio, você praticamente nem precisa de faca para degustá-lo.
Esse da foto acima eu registrei no La Tablita, um dos restaurantes mais famosos e tradicionais de El Calafate. Mas quando eu reservei uma mesa lá (vale fazer reserva para não pegar fila), eu resolvi experimentar outro clássico patagônico: a truta.
As trutas patagônicas pescadas nas águas geladas da região compõem um dos pratos mais maravilhosos. É uma truta salmonada: se esse peixe laranja/rosinha chegar à sua mesa sem informações prévias, provavelmente você vai achar que é salmão. Inclusive, eu perguntei para a garçonete para me certificar que não era hehe.
Eu pedi a truta al limon, um preparo bem simples, que valoriza o gosto do peixe mesmo. Vinha com alguns poucos legumes, mais um enfeite que uma guarnição, então acabei pedindo mais legumes.
E como eu sou apaixonada pelo doce de leite argentino, me rendi às panquecas na sobremesa. O ambiente do La Tablita é sofisticado e aconchegante ao mesmo tempo. Mas eu não amei o atendimento (talvez eu que dei azar, porque os reviews são elogiosos), e amei um pouco menos o preço, pois foi uma das minhas refeições mais caras na Patagônia. Ainda assim, foi uma boa experiência.
Outra especialidade dos argentinos são as empanadas. Elas até podem ser fritas, mas ali é bem mais comum encontrá-las assadas. Tem vários sabores, mas os mais comuns são de carne, frango (pollo, em espanhol), cordeiro e presunto (jamon). Para os vegetarianos, tem de queijo e de verduras também.
As empanadas podem ser uma entrada, um lanche ou, para economizar, substituir alguma refeição. Essas da foto, eu experimentei na lanchonete da Base Spegazzini, na navegação pelo Parque Nacional Los Glaciares. Peguei uma saladinha junto e estava feito meu almoço.
Ainda falando em poupar dinheiro, minha dica é passar no supermercado La Anonima na avenida principal (Av. del Libertador) e levar um sanduíche pronto, algumas frutas, biscoitos. Inclusive, os passeios ocorrem bem cedo em El Calafate, então vale passar lá no dia anterior para fazer umas comprinhas, a fim de levar na mochila.
Parrilla em El Calafate
El Calafate fica na Argentina. Sabe o que isso quer dizer, né? Isso mesmo, parrilla!
Os assados argentinos estão entre os pratos mais comuns na cidade. No Casemiro Biguá, um dos maiores e mais bonitos restaurantes da avenida principal, eu pedi esse lindo ojo de bife acompanhamento de vegetais grelhados, estava uma delícia.
Também tinha bife de chorizo, bife de lomo e parrillada para duas ou quatro pessoas, com cordeiro, vitela, frango miúdos e "morci", que, acredito, seja morcilha.
El Calafate em El Calafate
A redundância aqui não é gratuita. A cidade homenageia no nome uma frutinha típica, uma espécie de berry azul-escuro que cresce livremente em arbustos espinhosos da Patagônia.
Como eu fui bem na época (dá entre janeiro e fevereiro), encontrei enquanto explorava os balcones da cidade e pude comer a fruta direto do pé. Mas dá para provar o ano inteiro como geleia, recheio de alfajor, licor... A minha amiga ficou viciada no sorvete.
Você não terá dificuldade de encontrar esses produtos ao caminhar pela Avenida del Libertador. Uma referência é a loja Koonek, com produtos artesanais de vários ingredientes locais, especialmente calafate. Uma boa pedida é unir dois clássicos da região: alfajor de calafate.
Mesmo se não estiver muito interessada no fruto em si, talvez queira provar por uma questão supersticiosa. Dizem que quem prova calafate volta à região. Para garantir, eu enchi a pança!