Wendell Oliveira

Torre do Silêncio

Antes da conquista islâmica, o Irã seguia majoritariamente o Zoroastrismo, uma das primeiras religiões da história da humanidade, com crenças monoteístas e rituais característicos. Embora muitos monumentos dessa época tenham sido destruídos, um dos principais ainda resiste: a Torre do Silêncio.

Localizada a poucos minutos do centro da cidade de Yazd, a gigantesca construção no meio do deserto chama a atenção. Também conhecida por Dakhma, esse tipo de torre possui registros ainda no século IX, como ossuários e lugar de exposição dos mortos.

Ira

Na crença zoroastra, os cadáveres são considerados impuros e indignos de entrarem em contato com a terra ou o fogo, vistos como elementos sagrados. Sem poder enterrar ou cremar seus corpos, a antiga tradição era levá-los até um poço no topo da torre, onde seriam expostos a moscas e abutres que se encarregariam de eliminar os restos mortais.

Originalmente os finados eram deixados na entrada do monumento, onde dois guardas proibidos de terem acesso à cidade manejavam os corpos até a torre. A proibição se dava, em parte, para evitar o alastramento de doenças, mas também porque esses homens eram designados para o trabalho mais sagrado e ao mesmo tempo mais impuro da religião: lidar com os mortos.

Algumas "torres do silêncio" ainda existem ao redor do mundo, especialmente no interior da Índia, em meio a debates sobre suas condições sanitárias. No entanto, a Torre do Silêncio de Yazd já está desativada há muito tempo, com seu poço aterrado. Atualmente, a visitação da torre é puramente contemplativa e nada tem de putréfata, permitindo visitas seguras e sem riscos.

O maior perigo é o da desidratação, já que a atração fica no meio do deserto. Leve bastante água.

Como chegar: de táxi, a partir de Yazd (15 km). O ideal é contratar um motorista que possa levar e trazer até o local. 300.000 riels é um preço justo para o trajeto de ida e volta. Os ingressos de entrada para a atração custam 150.000 riels.

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Torre do Silêncio

Yazd