Comida e bebida na Namíbia
A culinária da Namíbia, à primeira vista, é bastante familiar ao paladar dos brasileiros. No dia a dia da viagem, nos restaurantes das cidades, nos lodges ou mesmo nos supermercados, não haverá muito estranhamento em relação a temperos e ingredientes. A forte influência da colonização germânica, o grande número de angolanos (com a tradicional culinária portuguesa) que vive na cidade e o alto índice de visitantes europeus dá aos pratos locais contornos muito conhecidos pelos brasileiros. Sabores mais tradicionais ficam dispersos em pratos típicos de diferentes tribos e dificilmente são encontrados nos restaurantes locais. Os mais fáceis de serem degustados são o potjiekos (uma espécie de ensopado de carne com legumes bem temperado) e o braaivleis (um churrasco de carnes bem parecido com o brasileiro e facilmente encontrado em katutura, periferia de Windhoek).
Ainda que as diferenças culturais não sejam notadas com tanta evidência, um pouco de atenção ajuda a perceber alguns ingredientes bastante incomuns e muito surpreendentes para quem vive no Brasil. Os bifes de um buffet, por exemplo, podem ser de carne de caça, ou, como dizem na Namíbia, “game food”. Cortes de animais como órix, kudu, zebra, springbok e crocodilos são facilmente encontrados nos restaurantes mais refinados e nos lodges onde se hospedam os turistas, até mesmo dentro do Etosha são servidas carnes de caça. As mesmas carnes podem ser encontradas também em versões secas. Chamadas de Game Biltong, elas são vendidas em saquinhos variados e consumidas como aperitivo e snack.
Para quem vai passar alguns dias em Windhoek, boas pedidas para experimentar game food são o Joe’s Beerhouse e o Roof of Africa. Vale destacar que, na Namíbia, mesmo os cortes de carne de gado são muito especiais, isso porque no país os rebanhos são criados soltos e se alimentam apenas de gramíneas. Não há nenhum tipo de aditivo na alimentação dos animais e esse detalhe está presente em vários cardápios locais.
A Namíbia, por ser um país costeiro, também tem como ponto forte na culinária os frutos do mar. Ostras são o carro-chefe da elegante cidade de Swakopmund. Presentes em todos os cardápios e até mesmo nos passeios de barco — graças às grandes fazendas na região —, as ostras são as estrelas de Swakop e muito apreciadas pelos moradores e visitantes. Já em Luderitz, o destaque fica por conta das lagostas, que podem ser apreciadas nos restaurantes dos hotéis. Já o peixe mais tradicional em toda a costa é o Kabeljou, que pode ser encontrado em diversos tipos de preparação em todo o litoral.
Ainda que haja comidas típicas da Namíbia, elas não serão de todo estranhas ao paladar brasileiro. Mas quem gosta de sabores realmente conhecidos não passará aperto. Massas, hambúrgueres, saladas, pizzas, sopas e outros pratos comuns aos brasileiros são facilmente encontrados nos cardápios do país.
Os preços dos restaurantes no país não chegam a assustar os brasileiros que vivem nas capitais. Os restaurantes mais caros costumam ter refeições completas com valores entre NAD 150 e NAD 250, enquanto pratos mais simples não passam de NAD 100.
Um detalhe em relação aos restaurantes da Namíbia é muito importante e deve ser sempre observado. O horário de funcionamento é bem restrito e não é comum encontrar restaurantes abertos depois de 22h, sendo que a maioria fecha as portas às 18h. Fique ligado para não passar fome.
Comida nos lodges e campings
Quem vai percorrer o país e se hospedar em lodges e campings não precisa se preocupar. Grande parte deles oferece restaurantes para os hóspedes. Entretanto, é bom confirmar com o lodge o horário da refeição e se realmente há restaurantes disponíveis para não passar aperto. Em regra geral, onde há lodge, há restaurante. Contudo, os locais que oferecem apenas área para camping podem não contar com restaurante próprio. É comum também que os pontos de hospedagem ofereçam mercadinhos com itens de consumo básico e algumas comidas. Macarrão, molhos, cereais, pães, enlatados e embutidos são facilmente encontrados. Ainda que seja comum encontrar pontos de venda, é sempre bom ter um estoque para emergências dentro do carro.
O custo das comidas e bebidas nos lodges não é exorbitante. Os estabelecimentos não costumam cobrar valores excessivos simplesmente por serem a única opção de refeição nas redondezas. Pratos rápidos, como sanduíches e saladas, custarão menos de NAD 100, enquanto refeições mais completas podem sair por NAD 150. Dentro do Parque Nacional Etosha, os lodges oferecem refeições em diferentes estilos (alguns têm pratos no menu e outros em buffet) e os preços variam entre NAD 50 e NAD 200, com refeições que vão de cachorro-quente a game food.
Para quem vai investir nos campings, levar utensílios de cozinha será muito importante. As áreas destinadas às barracas costumam ter cozinha e pequenas churrasqueiras, o que permite preparar refeições bem completas e até assar uma carne sob a luz das estrelas. Faz parte da diversão e será muito bem acompanhado de uma cerveja local! Não esqueça o carvão.
Bebidas na Namíbia
A colonização germânica deixou no país traços que vão além do Schwarzwälder Kirschtorte (bolo floresta negra) e do Apfelstrudel (folhado de maça). A Namíbia mantém as tradições ligadas à produção de cerveja e oferece aos visitantes boas opções que seguem os preceitos da Lei de Pureza Alemã, em que as cervejas devem ser produzidas apenas com três ingredientes: malte, lúpulo e água. Por isso, aproveite para degustar algumas das cervejas locais entre um safári e outro.
Entre as mais populares cervejas do país estão a Windhoek e a Tafel, vendidas em toda esquina. Os destaques, porém, são as cervejas especiais da Camelthorn e da Urbock, encontradas em supermercados e bares. Para ir a um ambiente regado a cerveja, experimente a Butcher & and the Brewer (cervejaria artesanal à beira-mar em Swakopmund com lindo ambiente decorado pelos tonéis de cerveja) ou o superturístico, porém encantador, Joe’s Beerhouse em Windhoek. Para quem não é fã de cerveja, vale também investir nos vinhos e sidras sul-africanos.
Além das bebidas alcoólicas, que são facilmente encontradas em mercados, as bebidas do dia a dia são bem semelhantes às do Brasil. Sucos de fruta, refrigerantes e isotônicos são comuns, assim como vários tipos de água. Aliás, é comum ouvir na Namíbia que a água da torneira é potável, contudo, para garantir um estômago forte até o final da viagem, nós sugerimos dar preferência para a água mineral.