Jéssica Weber
Jornalista apaixonada por mato e praia, interessada na história dos lugares, na arquitetura das cidades e em comida, é claro.
Glaciarium
O Glaciarium - Museu de Gelo de El Calafate é um dos poucos centros interpretativos glaciológicos do planeta. É um museu moderno que explica de forma simples e lúdica o que são e como se formam as geleiras da Patagônia Argentina. Vale a pena conhecer, especialmente antes de visitar o Perito Moreno e outros glaciares da região, para já chegar às atrações entendendo sua dimensão e importância.
O formato do prédio é a primeira coisa que chama a atenção; lembra as paredes de uma geleira. A segunda, na verdade, porque a vista dos morros e do Lago Argentino ali é deslumbrante. Vale reservar uns minutinhos para curtir a paisagem com aspecto desértico dessa região, a oito quilômetros do Centro de El Calafate.
Entrando no museu, uma frase do famoso escritor Pablo Neruda nos recepciona: "O gelo fez cidades elevadas sobre uma agulha de cristal." Por meio de fotografias, infográficos e maquetes, a gente descobre que as geleiras são feitas de neve que se deposita e se compacta ali ao longo de anos e que vai se esparramando como resultado da tensão produzida pelo próprio peso.
O Glaciarium traz as curiosidades dos principais glaciares dessa região da Patagônia, como o Upsala, o Viedma, que é o maior da Argentina e segundo da América do Sul e, é claro, o Perito Moreno, que é a geleira mais famosa da região.
O Perito Moreno tem 254 quilômetros quadrados de área, o que equivale a mais de 30 mil campos de futebol. No Glaciarium eu entendi que o que a gente vê do Perito Moreno é apenas uma amostra: tem 60 metros de altura na parede mais alta, mas mais de cem debaixo d'água. E lááá no meio dele, chega a ter 700 metros de altura de puro gelo! Nessa imagem dá para ter uma ideia:
A geleira é mais famosa do que as outras por sua beleza, é claro, mas também pela facilidade de acesso: é possível chegar pertinho dos seus paredões por meio de passarelas ou passeios de barco, ou mesmo fazer trekking sobre ele, necessariamente em grupo e com guia. Leia a nossa experiência neste link.
O Glaciarium ainda conta quem foi o tal do Perito Moreno, um dos primeiros exploradores da região; explica sobre formações como os icebergs e sumidouros; faz projeções de como seria o mundo sem gelo; entre outras informações curiosíssimas.
Atente que a atração não abre pela manhã; quando estive lá, funcionava das 12h às 19h. Reserve no mínimo uma hora para absorver todas essas informações e, se possível, aproveite alguma das visitas guiadas em espanhol, disponíveis em diversos horários. Você também pode fazer um lanche na cafeteria do Glaciarium (foto), que tem janelas panorâmicas e uma linda vista, e conhecer o bar de gelo no subsolo.
Bar de gelo no Glaciarium
O Glaciobar é uma atração adicional do Glaciarium, um pequeno bar de gelo no subsolo do museu onde a temperatura é negativa em qualquer época do ano.
Entrei com um grupo de aproximadamente 15 pessoas no horário marcado ao comprar o ingresso. Todos ganham dois drinks em copos de gelo e o direito de ficar 20 minutos dentro do bar, o que é normal em bares de gelo para que ninguém se congele. Toca música latina relativamente alta lá dentro, mas não chega a ficar muito animado. Eu admito que dancei um pouquinho apenas para me esquentar hehe. O bar é pequeno e tem algumas (poucas) esculturas de gelo, basicamente uma poltrona, um iglu e uma águia.
A gente recebe casacos e luvas antes de entrar no grande freezer que abriga o bar, mas eu recomendo que você vá com calça comprida e botas, porque o frio não é brincadeira. Pode ser uma atração interessante se você nunca conheceu um bar de gelo ou tem interesse em uma experiência congelante.
Glaciarium: ingressos
A gente sabe que os preços e a cotação na Argentina mudam o tempo todo, mas o ingresso para o Glaciarium custava, em fevereiro de 2024, 9 mil pesos, o equivalente a R$ 36 na época. Para o museu mais o bar de gelo, era 15 mil pesos, algo como R$ 60. Há desconto para crianças e para estudantes com carteirinha, e menores de cinco anos não pagam.
Como chegar ao Glaciarium
Como o museu fica distante do Centro, um transfer que parte de um estacionamento aberto ao lado do hotel ACA é disponibilizado, mais especificamente na Calle 1° de Mayo, entre a Av. Libertador e a Av. Roca. As vans são gratuitas e partem de hora em hora, das 12h até pelo menos as 17h.
Quem quer ir de carro dirige 8 km na Rota Nacional 11 e dobra à esquerda quando vê a sinalização do Glaciarium. Em seguida, há um quilômetro de ripio (pedras). Você pode esclarecer outras dúvidas no site oficial.
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