Museu do Ouro de Bogotá
O Museu do Ouro de Bogotá é uma das principais atrações da capital colombiana. Localizado no Centro da cidade, ele abriga a maior coleção de ouro do período pré-hispânico: são 34 mil peças, além de outros 25 mil objetos de cerâmica, pedras e tecidos que pertenceram às culturas Calima, Zenú, Tairona, Tolima, entre outros povos originários do país.
Se você não tem uma tarde inteira, recomendo que vá direto ao segundo e, especialmente, ao terceiro andar. É onde estão as peças mais curiosas de ouro. Também é uma boa participar de uma visita guiada em inglês ou espanhol. Elas acontecem ao menos três vezes por dia (confira os horários neste link).
Leva um pouco mais de uma hora, e o guia traz muito mais curiosidades do que está escrito nas plaquinhas — eu senti falta de um conteúdo mais completo nelas. Se preferir, também dá para alugar um equipamento de audioguia no andar da entrada. Tem versão em português.
Museu de Ouro de Bogotá: o que você vai encontrar
A peça mais famosa tem sua própria sala. Feita em ouro com uma pequena quantia de cobre, a Balsa Muisca faz alusão à cerimônia da lenda de El Dorado: é uma miniatura da jangada usada pelos indígenas na Lagoa de Guatavita, de onde lançavam ouro e joias para ofertar aos seus deuses. Não se sabe o período exato de confecção, porém foi entre os anos 1200 e 1600 d.C.
O guia até se desculpou para quem achava que ela era maior (tipo eu hehe): é uma balsa de nem 20 centímetros de comprimento, com algumas figuras humanas sobre ela. A maior figura que se destaca no meio representa aparentemente o cacique, que está enfeitado com cocares, argolas para o nariz e protetores de orelha.
A peça foi encontrado por camponeses no início de 1969 em uma caverna, dentro de um vaso de cerâmica adornado com uma figura humana de dentes afiados. Um padre protegeu a peça de ser vendida ou fundida até ser adquirida pelo banco nacional.
No Museu do Ouro, há expansores de orelha, narigueiras (uma espécie de piercing gigante de nariz) e até o vestuário completo de ouro usado por caciques. Quando colocavam peças como essas abaixo, o líder religioso acreditava encarnar as forças superioras criadoras do sol.
A coleção pertence ao Banco da República, que começou a montá-la em 1939 ao adquirir essa imagem abaixo. É um poporo, ou seja, um recipiente usado pela etnia quimbaya no ritual de mascar coca. Em 1940 se realizou a primeira exposição em uma sala do banco, e em 1959 o museu abriu suas portas ao público.
Muitas das peças foram salvas da fundição. Era muito comum, há algumas décadas, as pessoas assaltarem tumbas para roubar o ouro. O banco nacional acabou comprando boa parte das peças dessas pessoas para evitar que fossem derretidas ou perdidas.
Uma peça que não é de ouro, mas vale conhecer, é A Múmia de Pisba Boyacá. Bem como no Egito antigo, povos originários colombianos também buscavam preservar corpos de lideranças para a vida que eles acreditavam existir em outro mundo e para manter sua presença na comunidade. Eu passei reto por ela, então vale pedir informações para os monitores para conseguir localizá-la.
O que há em cada andar:
O prédio tem sete andares, sendo que os três pisos subterrâneos abrigam auditório e exposições temporárias.
1° andar: É onde fica a bilheteria, o balcão de informações, o restaurante e uma lojinha de souvenires que vende produtos interessantes (mas caros). Uma dica: se você quer economizar, atravessando a rua tem uma galeria de souvenires com produtos que fazem alusão ao Museu do Ouro.
2º andar: Inclui a sala de Metalurgia, que descreve as técnicas de mineração e fabricação da metalurgia antiga, e a sala O Povo e o Ouro na Colômbia Pré-Hispânica, que revela o uso e o contexto dos metais na organização política e religiosa. É onde fica a já citada múmia também.
3º andar: A sala Cosmologia e Simbolismo explora temas míticos, o xamanismo e a simbologia dos metais, e a sala Ofrenda mergulha o visitante no mundo das cerimônias de oferenda. Neste andar fica a Balsa Muisca.
4° andar: É onde fica o Exploratóriom, uma sala que promove a interatividade e a reflexão em torno da diversidade e do significado do patrimônio preservado pelo Museu.
Ingresso no Museu do Ouro de Bogotá
É cobrada entrada no Museo do Oro de Bogota, como se grafa em espanhol, mas o valor é praticamente simbólico. Quando fui, em abril de 2024, estava 5 mil pesos colombianos, algo como R$ 7. Nos domingos a entrada é gratuita. O museu não abre nas segundas-feiras.
A visita guiada já está inclusa no valor do ingresso, não é preciso pagar nada a mais. Só se você quiser locar um equipamento de audioguia, que custava 8 mil pesos em abril de 2024 (R$ 11).
Museu do Ouro de Bogotá: fotos
Seguem mais alguns registros que fiz por lá em abril de 2024:
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Museu do Ouro de Bogotá
Carrera 6,15-88Santa Fé
110321
https://www.banrepcultural.org/bogota/museo-del-oro