Catedral de Sal de Zipaquirá
Tem tudo lá: a Via Crucis, a pia batismal, a cúpula, o altar. Seria uma igreja normal, se desse para ignorar que está a quase 200 metros abaixo do solo, dentro de uma mina de sal.
A Catedral de Sal de Zipaquirá é a atração mais impressionante da região de Bogotá, na Colômbia. Mesmo para quem não tem religião, como eu: a grandeza da obra e a criatividade do projeto arquitetônico me embasbacaram. Fora que foi a minha primeira experiência em uma mina de verdade — a catedral ocupa um cantinho das galerias subterrâneas do empreendimento, que segue com as extrações de sal.
E como se eu não estivesse surpresa o suficiente, quando terminei de conhecer a catedral, descobri que tinha mais coisa para o turista dentro da mina. O complexo de Zipaquirá é um verdadeiro parque temático do sal, com lanchonetes, lojas, museus e até um pequeno spa debaixo da terra. Doido, né?!
Dá para conhecer a Catedral de Sal em um bate e volta a partir de Bogotá. O mais cômodo é contratar um passeio: o que fiz aliava Zipaquirá e a lagoa da lenda de El Dorado no mesmo dia (reserve aqui). Mas a gente explica melhor as alternativas de como chegar mais abaixo.
Catedral de Sal de Zipaquirá: como é a visita
Você pode conhecer a Catedral de Sal de Zipaquirá em uma visita guiada ou por conta. Eu sou do time da primeira. Especialmente porque a catedral não tem placas informativas como em um museu e, sozinho, é capaz de você cruzá-la sem saber de sua história e curiosidades. Ou então vale pegar um audioguia, que tem versão em português.
Levou uma hora o percurso pela catedral. Depois a guia nos liberou para explorar a parte comercial do complexo.
A versão original era, na verdade, uma capela, construída em 1932 para os próprios mineiros, que levavam suas imagens de santos para debaixo da terra. Ela foi sendo ampliada e virou uma igreja com capacidade para 8 mil pessoas.
A igreja, entretanto, foi interditada por risco de desabamento, e em 1990 o governo federal anunciou a construção de outra catedral subterrânea em substituição. Um concurso foi realizado para escolher o projeto. O vencedor foi o arquiteto colombiano Ruswel Garavito Pearl. A obra foi inaugurada em 1995, sendo escolhida a 1° Maravilha da Colômbia.
A experiência já começa na boca da mina: com um cheiro forte, de enxofre, a gente desce um túnel arredondado até chegar à primeira galeria, onde fica a Via Crucis. Já a partir dali, todas as paredes são de sal. Perguntei para guia se dava para experimentar. "Tem gente que lambe, mas é por sua responsabilidade", riu ela. Não que me orgulhe, mas dei uma provada, sim. Tudo em nome do post.
Ao longo de um corredor de 400 metros, há 14 pequenas capelas com cruzes de sal erguidas em diferentes alturas para representar a queda de Jesus. Ao final dela, há uma cúpula de 11 metros de altura e 8 de diâmetro que demandou um compasso gigante e algumas cargas de dinamite para ser construída. Simbolizando as imperfeições da Terra e o esplendor do Céu, apenas a cúpula é lapidada, enquanto as paredes da sala são em rocha bruta.
Mas não perca muito tempo ali, porque o mais impressionante continua por vir. Esse caminho culmina em três grandiosas naves. A primeira, à esquerda, representa o nascimento e tem uma grande pia batismal feita de sal, junto a uma parede com infiltração controlada. Ao escorrer pela parede, a água forma a imagem de uma grande cascata branca que representa o rio Jordão.
Também tem um grande presépio gigante de arenisco. Repare que o menino Jesus tem abdômen de tanquinho. Dizem que é para homenagear a força dos mineiros hehe.
A nave central representa a vida e tem uma cruz de 16 metros de altura recortada na pedra, com uma iluminação cênica colorida. No meio do corredor tem outra coisa que chama atenção: a reprodução da obra "Criação do Homem", feita originariamente por Michelangelo na Capela Sistina, em 1511 (foto lááá em cima).
O trajeto até a terceira nave, que representa a ressurreição, pode ser feito por meio de um túnel rudimentar apertadinho que parece uma passagem secreta.
Como já dei spoiler, a visita não acaba aí: atravessando um portão, você está na parte comercial do parque de sal. Ali, dá para tomar um café, comer um lanche e comprar toda sorte de souvenir de sal. Achei os preços bem justos, mas preciso alertá-lo sobre um detalhe: eu trouxe dois ímãs aqui para Porto Alegre e eles não param de derreter, tive que tirar da geladeira.
Nessa área existem atrações pagas e gratuitas. Vale entrar em uma das sessões do cinema 3D. Eu sei, também acho meio brega, mas o vídeo exibido é curtinho (uns 15 minutos) e dá uma ótima dimensão do tamanho dessa mina de sal.
Tem pequenos museus também nessa área e um pequeno spa, com massagens pagas à parte. A guia tinha falado que eles davam uma esfoliação de cortesia ali, mas na verdade o que há são dois tachos de sal onde as pessoas podem esfregar as mãos para "tirar as energias negativas". Ou seja, não vale a pena. Mas há massagens pagas à parte e venda de cosméticos à base de sal.
Fiquei duas horas dentro da mina de sal, explorando a catedral e toda a área do parque do sal, mas admito que achei pouco; queria ter umas duas horas a mais. Se você estiver com tempo, dá para fazer um passeio ainda mais completo, com a chamada Rota do Mineiro e acesso ao Museu da Salmora.
Você pode comprar o ingresso na hora ou já garanti-lo antecipadamente. Neste site você já tem o valor final em reais.
Zipaquirá: como chegar
A maneira mais fácil e cômoda de ir para a Catedral de Sal de Zipaquirá é com excursão. Tem algumas agências que promovem essa rota, mas a gente comprou pelo site da Civitatis o passeio que tinha, no mesmo dia, a Catedral e a Lagoa de Guatavita. Foi bem confortável, divertido e prático, os ingressos já estavam até inclusos.
Se você estiver de carro, ótimo também, vai poder conhecer tudo a seu tempo. Deve-se pegar a rodovia norte, passando por Chía e Cajicá. Todavia, as estradas podem ficar bem trancadas nessa região, a gente pegou bastante congestionamento na volta. Se você optar por transporte público, a melhor opção é ir até o Portal Norte, localizado na Rua 170, e lá pegar um ônibus até a cidade de Zipaquirá.
Se você tiver o dia livre, também vale conhecer melhor a cidade de Zipaquirá, um dos municípios mais representativos da savana de Bogotá. Ela é conhecida como Capital Salineira da Colômbia e foi onde estudou o grande escritor Gabriel García Márquez.
O seu centro é bem lindinho e considerado Patrimonio Histórico e Cultural da Colômbia. Vá direto à praça central, rodeada pela Catedral de La Santíssima Trindad, o Palacio Municipal e a sede administrativa das salinas.
Catedral de Sal Zipaquirá — Fotos
Seguem mais algumas fotos que fiz lá em abril de 2024:
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