Como se locomover na Nova Zelândia
Quem embarca para a Nova Zelândia dificilmente tem a intenção de ficar em apenas uma cidade. O mais comum é percorrer todo o país e viajar tanto pela Ilha Norte quanto pela Ilha Sul, preferencialmente motorizado. Grande parte das atrações da Nova Zelândia está à beira das estradas, em paisagens espetaculares que seguem os viajantes a cada quilômetro de asfalto. Pensar na melhor maneira para se locomover pela Nova Zelândia faz parte da viagem e pode envolver muito mais do que apenas o trajeto entre duas cidades. O transporte escolhido pode ser também a sua casa em todos os dias da viagem! Claro que vale aliar o transporte terrestre ao aéreo, especialmente para percorrer trechos mais longos ou atravessar de uma ilha para a outra, trajeto que também pode ser feito por via marítima em um ferry. Não deixe, entretanto, de se aventurar nas sinuosas estradas de mão inglesa na Nova Zelândia. Elas são absolutamente apaixonantes e imperdíveis! As distâncias entre as atrações e cidades não são grandes e você poderá desbravar o país dirigindo sem problemas.
Apesar de haver vários aeroportos na Nova Zelândia, a melhor maneira de se locomover pelo país é mesmo pelas estradas. Exatamente para que você não perca nada dos cenários naturais que são as grandes atrações do lugar. Você poderá escolher entre ônibus, carro e até trem, porém o mais divertido e eficiente meio de locomoção para viajar pela Nova Zelândia é o motorhome e a campervan. Sim! A Nova Zelândia é um país extremamente preparado para os viajantes que desejam percorrer as estradas levando a casa, cozinha e até o banheiro junto. E essa é a maneira preferida dos moradores para viajar. Junte-se a eles e não tenha medo. A campervan e o motorhome ajudarão a economizar muito em hospedagem e alimentação. Em poucas horas de estrada, você já se sentirá em casa! Veja o post especial sobre como viajar de motorhome e campervan pela Nova Zelândia.
Nova Zelândia de carro, motorhome ou campervan
A primeira coisa a dizer sobre a Nova Zelândia é que o trânsito no país funciona na mão inglesa, ou seja, os motoristas dirigem no lado esquerdo da pista, o oposto do Brasil. Só isso já é suficiente pra causar certo receio de encarar as estradas, mas não se preocupe. Em poucas horas, você já estará adaptado e nem se lembrará mais que está na mão “errada”. Para diminuir o problema, o ideal é alugar um veículo com câmbio automático, assim você não precisará se preocupar em também aprender a passar a marcha com a mão esquerda.
Outra dica fundamental para quem pretende dirigir na Nova Zelândia é a documentação. Brasileiros devem estar de posse da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e também de uma cópia traduzida, que pode ser a Permissão Internacional para Dirigir (PID). A PID pode ser solicitada em qualquer Detran e o custo varia de acordo com a cidade do pedido. A validade da PID será a mesma da CNH. Outro meio de ter a tradução oficial é contratar um tradutor juramentado. De posse dos documentos, é hora de botar o pé na estrada! Mas não sem antes ter uma boa noite de sono. Acredite! A diferença de fuso pode deixar qualquer motorista sonolento. Ao chegar ao país, espere uma noite sem dirigir e só depois caia na estrada.
Ao viajar para a Nova Zelândia, é importante fazer um roteiro base para ter noção do tempo de deslocamento entre as cidades e atrações a serem visitadas. O ideal é sempre pegar a estrada durante o dia. E o motivo é óbvio: As estradas da Nova Zelândia são espetaculares! Perder a oportunidade de ver a paisagem à beira da pista é como deixar de lado metade da graça da viagem. Além de perder o visual impressionante (principalmente na Ilha Sul), quem viaja durante a noite corre mais risco de acidentes. As estradas da Nova Zelândia são quase sempre de pista dupla, o que torna o trajeto noturno mais perigoso. Por mais que o asfalto seja de excelente qualidade, muitos trechos são sinuosos e à beira de precipícios. Basta um motorista imprudente no caminho para aumentar o risco de acidentes. Evite o perigo e viaje sempre que possível durante o dia.
As estradas da Nova Zelândia são muito bem sinalizadas e não será difícil se adaptar às novas placas de trânsito. Algumas auxiliam muito na segurança do motorista, como a velocidade correta para fazer a próxima curva. Essa placa é fundamental, especialmente nas estradas mais sinuosas. Respeite a velocidade sugerida e você não terá problemas. A velocidade máxima nas estradas da Nova Zelândia varia entre 80 km e 100 km, contudo, ao chegar às cidades, a velocidade diminui para 50 km. Não é comum ver radares eletrônicos, porém há carros da polícia monitorando o tráfego e a qualquer momento você poderá ser interceptado por um deles. Evite multas e mantenha-se dentro do limite de velocidade estipulado para cada via. Fique atento também ao lado da pista correta na hora da ultrapassagem. A faixa de aceleração é a da direita, o oposto do Brasil. Caso não vá ultrapassar, mantenha-se sempre à esquerda da pista.
Uma sinalização, em especial, deve ser atentamente observada. As placas antes de pontes com apenas uma pista indicam a preferência de quem vai passar. Veja a sinalização que está do seu lado da via para saber se a preferência é sua ou do motorista que vem do outro lado. Se a seta vermelha estiver indicando a sua direção, a preferência não é sua. Espere na linha demarcada até que não haja ninguém do outro lado e só então siga devagar. Se a seta for preta, a preferência é sua. Siga sempre atento para ter certeza de que o motorista do outro lado não desrespeitou a preferência. Essa situação vai acontecer muitas vezes durante a viagem, especialmente na Ilha Sul.
As estradas na Nova Zelândia costumam ter excelente qualidade. O problema é que quase todas elas são de mão dupla, ou seja, com apenas uma faixa de cada lado. Em muitos casos, isso gera atrasos na viagem, especialmente quando uma campervan está na subida (essa pessoa pode ser você). Nas estradas mais lentas, é comum ter recuos para que os carros que estão trafegando em velocidade mais baixa deem passagem para os mais rápidos. Evite segurar o trânsito e, sempre que for seguro, saia da pista ou sinalize com a seta que está permitindo a passagem do outro carro. Não tenha pressa. Se estiver em uma campervan ou motorhome, aproveite o visual e não se desespere para acelerar ou ultrapassar outros veículos. Nas estradas, também é muito comum ter mirantes nas paisagens mais bonitas. Evite parar em local perigoso ou proibido e aguarde um mirante. Eles estão sempre bem posicionados para lindas fotos.
Os estacionamentos são sempre uma grande preocupação para quem viaja dirigindo. Nas atrações principais da Nova Zelândia, sempre há grandes estacionamentos e quase sempre eles são gratuitos. Caso esteja em um motorhome ou campervan, procure as áreas destinadas a grandes veículos. Nas cidades maiores e mais movimentadas, é importante ficar atento aos parquímetros. Eles estão próximos às vagas e o pagamento pode ser em moeda ou cartão de crédito, sempre antecipado e prevendo o tempo em que você ficará estacionado. Detalhe importante! Balizas são permitidas apenas na mão correta da via. Se estacionar na contramão, o carro poderá ser guinchado.
Ainda que a Nova Zelândia seja um país muito seguro, não é recomendável deixar objetos de valor ou malas à mostra dentro do carro. Se estiver viajando, deixe todos os pertences dentro do bagageiro ou, no caso de campervans e motorhomes, feche as cortinas para que ninguém veja o que tem dentro do carro. Trancar a porta também é fundamental. Não facilite a ocorrência de furto. Há alerta sobre isso em todos os estacionamentos, por isso não acredite que será impossível de acontecer.
Quem optar por viajar motorizado deve calcular os custos com combustível. As estradas muitas vezes exigem demais dos carros e é comum ter que reabastecer as campervans e motorhomes a cada dois dias, no máximo. Mais que isso! Nunca deixe o carro com o taque abaixo da metade. Há alguns lugares na Nova Zelândia, especialmente na Ilha Sul, onde é possível passar por mais de 100 km sem postos de combustível. E ainda pode acontecer pior! As bombas são quase sempre com cobrança em cartão de crédito e algumas vezes o cartão não funciona. Sendo assim, nada de ficar no aperto. Mantenha sempre o taque cheio, principalmente se a campervan ou motorhome for a diesel, que tem consumo ainda mais rápido. Passou por um posto? Pare e abasteça.
Alugar um carro, campervan ou motorhome na Nova Zelândia não será difícil. O custo de aluguel de um automóvel comum é bem baixo, porém é preciso ter em mente que um hotel será obrigatório (salvo se você estiver viajando com barracas de camping). Já quem opta por alugar campervans ou motorhomes pagará um pouco mais caro pela diária, mas economizará muito em hospedagem e alimentação, além de ter bem mais liberdade em relação ao roteiro. Veja mais sobre como viajar pela Nova Zelândia com uma campervan ou motorhome.
Nova Zelândia de avião
Quem chega à Nova Zelândia passa obrigatoriamente por um dos aeroportos do país e quase sempre a porta de entrada dos viajantes é a cidade de Auckland, na Ilha Norte. A partir de lá, será possível seguir por terra ou por ar. Para quem deseja economizar no tempo de trajeto, quer atravessar direto para a Ilha Sul ou pretende conhecer apenas algumas cidades, como Queenstown, o avião pode ser uma boa solução. As pequenas dimensões do país fazem com que os trajetos via aérea sejam rápidos e baratos. O custo de um voo interno na Nova Zelândia não é alto.
A Air New Zealand e a Jetstar são as principais companhias aéreas do país e operam em em diversos aeroportos. As principais cidades para quem deseja se locomover por um trecho de avião e seguir viagem de campervan ou motorhome são Queenstown e Christchurch, na Ilha Sul e Wellington e Auckland, na Ilha Norte. Isso porque as locadoras desses veículos não oferecem lojas em cidades pequenas. Sendo assim, se pretende viajar de campervan, procure chegar por uma dessas cidades ou verifique onde há ponto de retirada da empresa escolhida. Para quem pretende viajar de carro de passeio, a gama de opções é bem maior; é comum ter lojas das principais locadoras do país já nos aeroportos.
Os aeroportos mais importantes para quem está fazendo turismo na Nova Zelândia estão localizados nas cidades de Auckland e Wellington, na Ilha Norte e Christchurch e Queenstown, na Ilha Sul, porém há outros aeroportos pelo país. Caso seja necessário deslocamento de avião para outras regiões, isso não será um problema. Na Nova Zelândia, há aeroportos em todas as regiões abaixo.
Ilha Norte
- Auckland
- Gisborne
- Hamilton
- Kapiti Coast
- Kerikeri, Bay of Islands
- Napier, Hawke's Bay
- New Plymouth
- Palmerston North
- Rotorua
- Taupo
- Tauranga
- Wellington
- Whangarei
Ilha Sul
- Blenheim, Marlborough
- Christchurch
- Dunedin
- Hokitika, West Coast
- Invercargill
- Nelson
- Queenstown
- Timaru
Viajar pela Nova Zelândia de avião é bem simples, mas logo os brasileiros perceberão algumas diferenças bem características. O check-in, por exemplo, quase sempre será todo feito pelo passageiro. Isso inclui etiquetar, pesar e despachar a bagagem. Nos aeroportos menores, pode não haver esteira para retirar a bagagem. As malas chegam em um carrinho e cada um encontra a sua respectiva bagagem em meio ao amontoado. Outra diferença em relação ao momento de pegar a mala é que, em alguns aeroportos, a esteira estará em meio ao saguão onde circulam todas as pessoas. É bem estranho à primeira vista, mas a verdade é que o país é tão seguro que ninguém tentar roubar a mala de ninguém. É bom se acostumar rápido com o jeito despreocupado dos neozelandeses, que se reflete também na falta de raio-x e controle de segurança nos aeroportos das cidades pequenas. Bem estranho para quem está habituado há vários processos de segurança.
Nova Zelândia de ônibus
Para quem não deseja alugar um carro ou mesmo se locomover de avião, o ônibus pode ser uma boa solução. Há empresas especializadas na rota turística da Nova Zelândia e é possível comprar passes que dão direito a vários dias de viagem. As maiores vantagens de viajar de ônibus são não se preocupar em dirigir e poder aproveitar cada segundo da paisagem. Já a principal desvantagem é estar atrelado ao horário e roteiro dos ônibus, sem liberdade de locomoção e sem transporte dentro de cada região. Os ônibus normalmente chegam apenas até o centro da cidade ou ponto principal da região. De lá, será necessário se virar para encontrar outro meio de locomoção até os pontos de interesse. A viagem de ônibus pela Nova Zelândia pode ser em empresas comuns de transporte intermunicipal ou em empresas que funcionam no esquema de hop-on hop-off.
Empresas de ônibus comuns com passes de viagem - As principais empresas a operarem em sistema de transporte comum são a Intercity e a Naked Bus. As duas oferecem diversas opções de passes que podem se adequar a vários tipos de viagem e de roteiro, assim como tempo de duração. As passagens, incrivelmente, são anunciadas com preços a partir de um dólar neozelandês, por isso pode ser bem em conta para quem está viajando sozinho. São mais de 100 opções de pontos de paradas disponíveis em todo o país. Os sites das empresas são bem didáticos e apresentam diversas opções de roteiros. Na Naked Bus, por exemplo, um passaporte de três viagens tem custo de NZD 99, enquanto que um de 20 viagens sai por NZD 439. Já na Intercity há passes tanto por itinerário quanto por tempo total de viagem. É possível comprar passes que dão direito a até 60 horas de deslocamento pelo custo de NZD 459 e também passes que têm custo de acordo com a rota escolhida. A escolha vai depender do roteiro desejado por cada um.
Empresas de ônibus em sistema de hop-on hop-off - Há empresas na Nova Zelândia que funcionam em esquema de hop-on hop-off, aquele mesmo que estamos acostumados em grandes cidades do mundo. A diferença é que esses ônibus rodam por todo o país e é possível usar o passe dentro do período de doze meses. Basta você escolher o roteiro e a cidade de partida. De lá, será decisão sua onde descer e quanto tempo ficar em cada um dos destinos da sua rota. Para pegar outro ônibus, é só entrar em contato com a agência e reservar com 24h de antecedência para não ficar sem lugar. A grande vantagem dos ônibus hop-on hop-off é ter um motorista que também faz o trabalho de guia. Enquanto você viaja, já estará conhecendo mais sobre cada região. É uma excelente maneira de viajar pelo país, aprender um bocado e ainda fazer amigos. No geral, o público é bem jovem e os turistas acabam “colando” em um grupo para conhecer a região da próxima parada.
A principal empresa a oferecer esse serviço é a Kiwi Experience. No site da Kiwi, é possível consultar todos os roteiros disponíveis e os valores de cada passe. O pacote mais caro, que inclui parada em qualquer um dos pontos disponíveis nas duas ilhas, tem custo de NZD 1599 e exige o tempo de viagem mínimo de trinta dias. O pacote de 21 dias, que inclui as principais atrações do país, tem custo de NZD 1159. O pacote mais barato é de apenas dois dias e custa menos de NZD 100. Promoções são frequentes, por isso é bom ficar de olho no site. Veja todos os passes de ônibus disponíveis da Kiwi Experience. Outra empresa a operar no mesmo sistema, porém em transportes menores, é a Stray Travel. Ela é bem menos popular que a Kiwi, mas também opera diversas rotas por todo o país. Veja os roteiros oferecidos pela Stray Travel.
Nova Zelândia de trem
Além poder viajar de avião, carro e ônibus, é possível fazer alguns trechos também de trem na Nova Zelândia. Há rotas que têm fama pela bela paisagem, que fica especialmente interessante no inverno, quando os picos estão nevados. O custo da viagem de trem não é mais baixo se comparado ao avião ou carro, mas pode ser uma experiência interessante para quem é apaixonado por viagens sobre trilhos. São três rotas de trem na Nova Zelândia: Tranzalpine, Coastal Pacific e Northern Explorer. As três estão mais para um passeio do que para um meio de transporte. Elas não percorrem um grande trecho do país e conectam apenas algumas cidades.
A Tranzalpine é a mais famosa rota do país e considerada uma das mais belas do mundo. O trem atravessa a Ilha Sul de costa a costa, com saída de Christchurch até Greymouth. São 233 km de trilhos que passam por paisagem espetaculares em meio às grandiosas montanhas da Ilha Sul. É importante, porém, deixar claro que a viagem é bem mais interessante durante o inverno, quando os picos estão nevados e a paisagem ainda mais mágica. O tempo total do trajeto é de 5h e a passagem de trem nesse trecho tem custo a partir de NZD 120.
A Coastal Pacific (atualmente desativada devido a um terremoto ocorrido em novembro de 2016) percorre a costa leste da Ilha Sul e passa pela região famosa pelos animais marinhos, como focas e baleias. A viagem começa em Picton (cidade onde chega o ferry que atravessa da Ilha Norte para a Ilha Sul) e segue até Christchurch. O trajeto percorre 340 km em 5h de viagem. Esse trajeto é interessante para quem fez a travessia das ilhas de ferry e deseja alugar o carro ou campervan apenas em Christchurch.
A Northern Explorer é a rota menos bonita das três. Ela liga as cidades de Auckland e Wellington, com paradas em Palmerston North, Ohakune, National Park e Hamilton. O trajeto passa por dentro do Tongariro National Park, onde há belas montanhas e vulcões. Ao todo, são quase 700 km percorridos em pouco menos de 11h de viagem. Essa é uma boa opção para quem não vai viajar pelo centro da Ilha Norte e deseja seguir direto de AUckland para Wellington. Vale dizer que, de avião, esse trajeto é feito em apenas uma hora de viagem e o custo pode ser bem mais baixo. A passagem de trem nesse trecho custa a partir de NZD 100.