Terceiro dia de passeio ao Salar de Uyuni
Fizemos o passeio do Salar de Uyuni em 4 dias e três noites, partindo de San Pedro de Atacama, no Chile, e retornando a San Pedro no fim da viagem. Abaixo você confere o cronograma de nossa viagem. Lembre-se que quem faz a viagem começando por Uyuni verá os pontos de interesse na ordem contrária.
No terceiro dia de passeio, o mais esperado por todos, tomamos o café da manhã cedo e deixamos o Hotel de Sal por volta das 6h da manhã. Andamos bons quilômetros por estradas de terra e passamos por alguns vilarejos até, finalmente, chegarmos ao famoso Salar de Uyuni. Como viajamos no início do verão, o Salar estava seco, com formações geométricas sobre o sal. A planície de sal é enorme, tem 12.000 km² e passando por ela vemos o chão branco, de sal, até onde a visão pode alcançar. Algumas vezes não se vê nada no horizonte, outras vezes vemos pedras bem distantes que parecem flutuar. Como o chão é muito branco, é extremamente importante ter óculos de sol para proteger os olhos e passar protetor solar para que o sol refletido pelo sal não queime sua pele.
O Salar é formado por diferentes camadas de sal, umas mais finas e outras mais grossas, por isso é importante atravessá-lo com alguém que tenha experiência em dirigir nesse local. Se o motorista dirigir o veículo sem rumo certo, ele pode se perder, ou pior, ficar atolado em um local onde a camada de sal é muito fina-sim, esse tipo de coisa pode acontecer. Como ponto de referência, os motoristas costumam seguir as trilhas já deixadas por veículos que passaram anteriormente pelo salar.
Nossa primeira parada no Salar foi na Ilha Incahuasi, uma ilha de cactos no deserto! É um lugar extraordinário, como um oásis no meio de tanto sal. Dizem que a ilha tem resquícios de corais, ainda da época em que o salar era uma área completamente alagada. A entrada na Ilha é paga (Bs30) e nela você pode fazer uma caminhada até o seu topo, que oferece uma visão panorâmica belíssima do Salar. A subida não é tão fácil, afinal, a altitude nesse lugar ultrapassa os 4.600 metros, mas com calma você pode subir e observar a paisagem. A quantidade de cactos é enorme, dos mais diversos tamanhos. A Ilha de cactos tem um banheiro e uma pequena lojinha de lembranças.
Após a parada para admirar os cactos em um local tão inesperado, fizemos uma parada no meio do Salar para tirar as famosas fotos em perspectiva. O tempo aqui foi menor do que gostaríamos, afinal, esse era o local que mais esperávamos conhecer ao longo do passeio, mas pudemos tirar várias fotos e conhecer a estrutura de sal sob nossos pés (bem mais dura do que imaginávamos). Passamos um tempo no meio do nada, tirando fotos e curtindo o visual que era dividido entre um branco que quase cegava e um céu azul de tirar o fôlego.
Seguindo nossa travessia pelo Salar, fizemos uma breve parada em um antigo hotel abandonado. Próximo ao local fica um monumento em homenagem ao Rally Dakar e uma área onde várias pessoas colocaram bandeiras de seus países de origem. Esse é mais um ponto onde há tempo para tirar fotos para levar de lembrança.
Saímos do Salar e paramos para almoçar em Colchani, um povoado que fica nos limites do Salar de Uyuni. Nesse povoado há pessoas vendendo lembranças da Bolívia e aqui você poderá comprar alguns presentes. O almoço foi feito em uma espécie de lanchonete, que vendia bebidas e lanches, como biscoitos e salgadinhos. No almoço servido ao nosso grupo havia macarrão, salada e carne, além de melancia de sobremesa. Não gostamos muito da cara da carne e acabamos não almoçando-melhor do que passar mal.
Terminado o almoço, viajamos mais 20 km até o último ponto turístico da viagem: o cemitério de trens, em Uyuni. O nome do lugar reflete exatamente o que ele é: um terreno onde há vários vagões de trens abandonados e surrados pelo tempo em exposição ao ar livre. Há quem ache o lugar sem graça, mas ele tem lá seu charme… é interessante para quem gosta de coisas diferentes. Ficamos vários minutos por lá, tiramos fotos e então seguimos para a Uyuni, chegando em torno das 14h na cidade.
Chegando em Uyuni, há pessoas que seguem viagem pela Bolívia, outras retornam para San Pedro de Atacama: nosso caso. Ficamos em Uyuni entre 14h e 16h, mais ou menos, e aproveitamos o momento para andar um pouco pela cidade. O comércio local é bom para comprar lembranças e fazer câmbio de moedas; há várias lojinhas no centro, além de uma feira. Como não havíamos almoçado, reservamos um tempo antes de voltar a viajar para almoçar.
Aqueles que começam a travessia ao Salar de Uyuni em San Pedro de Atacama e retornam a San Pedro, iniciam o retorno no terceiro dia de viagem. Saímos de Uyuni e então viajamos cerca de 3h em estrada de chão até um novo abrigo onde iríamos passar a noite. O carro no retorno era bem novo e como alguns dos turistas que faziam parte de nosso passeio ficaram em Uyuni, havia mais espaço. O retorno para San Pedro já não é considerado exatamente um passeio, e sim um “transfer”, mas se você fizer amizade com o motorista e quiser parar no caminho para ver alguns lugares e tirar fotos, provavelmente ele fará isso.
Na terceira noite dormimos em Villa Mar, um local pequeno e bem precário em estrutura. Os quartos eram pequenos, com camas de mola, alguns com duas camas, outros com três. O banheiro do local estava bem sujo e o chuveiro não tinha água quente. Nos haviam dito que pagando Bs10 o banho teria água quente, mas não foi bem essa a realidade. Vocês devem imaginar que tomar banho gelado a mais de 4.000 metros de altitude, à noite, é um pouco sofrido.
O jantar foi simples como o lugar em que estávamos. Havia sopa de legumes de entrada, além de macarrão e carne. Optamos por não comer e “jantamos” o lanche que havíamos levado e comprado em Uyuni.
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