Memorial do Muro de Berlim

Não há lugar melhor para entender como funcionava toda a estrutura que fisicamente dividia a Alemanha em Oriental e Ocidental do que o Memorial do Muro de Berlim. Ali se pode ter uma noção do poder das fronteiras na época, conhecer a história de famílias que foram abruptamente separadas e tentar imaginar a angústia das pessoas que perderam a vida tentando passar de um lado para o outro.

O memorial está localizado na Rua Bernauer, nas fronteiras dos bairros Mitte (Centro) e Wedding — que, nesse trecho, pertenciam aos setores soviético e francês, respectivamente. Com a construção do Muro de Berlim, em 1961, a Bernauer Straße virou palco de fugas desesperadas, com pessoas descendo com cordas para o lado ocidental e outras até se jogando pelas janelas. 

No número 48 da rua, aliás, aconteceu a primeira morte provocada em decorrência do muro: o caso de Ida Siekmann, que se atirou do terceiro andar do prédio em que morava e ficou gravemente ferida ao cair na calçada. Após os primeiros episódios como esse, os prédios do lado soviético começaram a ser evacuados, e as janelas, cimentadas. A partir de 1963, algumas construções já haviam sido inclusive demolidas.

Nesse cenário, que carrega parte da trágica história alemã, está hoje o Memorial do Muro de Berlim, onde o visitante pode ver o mais bem preservado trecho do famoso paredão de concreto, além da faixa de terra logo atrás dele: a Faixa da Morte, uma área repleta de obstáculos e extremamente vigiada.

No memorial ainda está um monumento formado por vigas de ferro, que tracejam a linha por onde o muro passava. Há placas informativas ao longo do percurso, que mostram como o muro foi construído, além de histórias vinculadas a ele. Fazem ainda parte do espaço um painel com fotos das 138 vítimas, além de placas no chão que mostram locais onde pessoas tentaram fugir e por onde passavam túneis clandestinos que possibilitaram a passagem de alguns desertores do lado oriental para o ocidental.

Do outro lado da rua, antigo lado ocidental, está o Centro de Documentação. Vale muito a pena subir até a torre para ter uma visão panorâmica do trecho de 60 metros do muro e da Faixa da Morte (com a torre de observação e postes de luz ainda originais da época). 

Pertinho do Memorial do Muro de Berlim, vale também a visita à estação de metrô Nordbahnhof, onde fica uma exposição que trata do impacto do muro no sistema de transporte público. A mostra, em fotos e textos, fala das chamadas estações fantasmas que foram abandonadas (e até cimentadas) por quase três décadas, pois por ali passavam linhas de metrô da então Berlim Ocidental.

Para melhor absorver a história retratada no local, que é para lá de interessante, recomendamos fortemente que você faça um passeio guiado. O próprio memorial oferece tours em inglês conforme programação que pode ser conferida no site. 

Quando estivemos em Berlim, preferimos fazer o Free Tour do Muro de Berlim ainda mais completo, passando por outras regiões da cidade, focando também nas estações fantasma e terminando com uma longa passagem pelo memorial. O tour é feito em espanhol e pode ser reservado aqui. Super recomendamos!

Horários e como chegar

A entrada no memorial é gratuita e tem a sua área ao ar livre aberta o dia todo, podendo ser visitada a qualquer momento. Os centros de documentação e de visitação ficam abertos de terça a domingo, das 10 às 18h. O último horário para acessar a torre (e observar a Faixa da Morte de cima) é às 17h45.

A estação mais próxima ao Memorial do Muro de Berlim é a Nordbahnhof, por onde passam o S-Bahn (linhas S1, S2, S25, S26), metrô (linhas U6 e U8), além da linha M10 do Tram e 247 do sistema de ônibus.

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