Jéssica Weber
Jornalista apaixonada por mato e praia, interessada na história dos lugares, na arquitetura das cidades e em comida, é claro.
Rijksmuseum
O Rijksmuseum é o maior museu de Amsterdam e entra facilmente na lista dos mais importantes de toda Europa. Ele guarda mais de 800 anos da arte holandesa, incluindo obras como A Ronda Noturna de Rembrandt e A Moça do Brinco de Pérola de Vermeer.
O próprio prédio do Rijks já é uma atração. Foi projetado em estilo gótico e renascentista pelo arquiteto Pierre Cuypers, o mesmo da estação de trens Amsterdam Centraal. Foi inaugurado em 1885.
E uma curiosidade: o próprio Van Gogh já circulou por esses corredores, quando ainda não era famoso — lembra que ele vendeu só um quadro em vida?! Descobri isso na descrição da tela abaixo, O Singel Perto da Igreja Luterana em Amsterdam.
"Tendo economizado dinheiro diligentemente, Van Gogh viajou para Amsterdam para visitar o então recém-inaugurado Rijksmuseum. Lá ele viu pinturas de Frans Hals e Rembrandt. Ficou tão impressionado com suas pinceladas soltas que ele pintou esta vista do Singel. Ele havia trazido um pequeno painel e uma caixa de pintura com ele e imortalizou esta vista com rápidas pinceladas de tinta".
Hoje, as telas do homem são as mais populares do Rijks, costuma reunir uma pequena multidão no entorno.
O ideal é visitar o Rijksmuseum com tempo. Com duas horas, você vai ver as principais obras, mas vai ter que pular muita coisa. Se é apaixonado por arte, capaz de ficar uma tarde inteira lá dentro.
Rijksmuseum: como é a visita ao importante museu de Amsterdam
O Rijks se situa em uma das pontas do Museumplein, a Praça dos Museus de Amsterdam, onde também ficam o Museu Van Gogh, o Concertgebouwn, entre outros. A entrada se dá com horário marcado — veja mais informações sobre ingressos para o Rijksmuseum abaixo.
Se você gosta de tirar o máximo de informações possíveis de uma exposição, pode alugar um audioguia por 6,50 euros na bancada que existe no saguão de entrada (foto), mas eu não achei necessário, porque o aplicativo do museu disponibiliza audioguias gratuitos maravilhosos, inclusive, em português. Eles praticamente te guiam pela mão para chegar às obras mais importantes, colocando, além das direções, as fotos das salas, escadas, corredores a percorrer. E ainda dá para usar o Wi-Fi do museu, eu nem gastei meus suados dados móveis.
A obra mais famosa do Rijksmuseum é a A Ronda Noturna, de 1642. Trata-se da maior tela de Rembrandt van Rijn, com 3,63 m de altura e 4,37 m de largura, feita para um salão da guarda cívica e polícia de Amsterdam. Quando eu visitei o museu, em setembro de 2024, estava em restauro, isolada por portas de vidro.
Rembrandt foi o primeiro a pintar figuras em um retrato de grupo realmente fazendo algo. O capitão, vestido de preto, está dizendo ao seu tenente para começar a marcha da companhia. O pintor holandês usou a luz para focar em detalhes particulares, como a mão gesticulando do capitão e a jovem ao fundo.
Mas vou ser sincera, a obra do Rembrandt que mais me encantou não foi a célebre aí em cima, mas essa daqui, Os Guardiões da Guilda dos Drapers de Amsterdam, conhecidos como The Syndics, de 1662. Mostra um grupo de síndicos que inspecionavam a qualidade do tecido tingido. Rembrandt os retratou olhando para cima de seu trabalho, como se estivessem perturbados com nossa chegada. Realmente parece que estão nos encarando, enquanto a gente fica lá, encarando eles de volta. Dá até vontade de desviar o olhar, não?
O museu ainda tem salas temáticas, como essa de casas de boneca de adultos, encomendadas por gente muito rica há mais de 300 anos, e sobre o poder naval da Holanda. No meio da sala, chama a atenção essa impressionante réplica de navios de guerra holandeses do século XVII.
Mas como minha paixão por palavras é maior do que por pinturas, uma das coisas que mais me impressionou no Rijksmuseum foi a biblioteca, que mais parece um templo de culto à literatura. Essa biblioteca de história da arte é a maior de seu tipo na Holanda. Concluída em 1881, a biblioteca manteve em grande parte sua forma e ornamentação originais.
As paredes são todas cobertas por livros, perfeitamente arrumados. A minha vontade era de descer as espirais de ferro para catar alguns tesouros, mas o acesso é restrito.
Ah, coisa que eu não sabia: a exposição do Rijks vai além da arte holandesa. Também possui uma coleção significativa de arte asiática, por exemplo, com porcelanas, têxteis, esculturas, incluindo obras com mais de mil anos.
Rijksmuseum além das obras de arte
Dentro do museu, tem uma cafeteria e uma lojinha de souvenirs, mas o que nem todo mundo sabe é que o Rijksmuseum também abriga um restaurante famoso, finérrimo.
O RIJKS® foi visitado até pelo Michellin, que o definiu como a "gastronomia holandesa 2.0". "É um reflexo da movimentada cidade de Amsterdã. A sofisticação dos pratos bem pensados é imediatamente impressionante. Com uma ideia alucinante após a outra, esta é uma culinária cativante e intrigante".
Outra coisa que você precisa fazer é visitar os jardins do Rijksmuseum, que abrem os portões durante o dia, com acesso gratuito. Têm canteiros bem cuidados, esculturas do século XIX, uma estufa de vidro e um chafariz, obra moderna do artista dinamarquês Jeppe Hein, chamado de Hide and See(k) (significa esconde-esconde, foto acima).
A obra é uma variação moderna das fontes surpresas usadas em jardins barrocos geométricos do século XVII, que ligavam e desligavam inesperadamente, encharcando qualquer um dentro do alcance.
Ingressos para o Rijksmuseum
O ideal é comprar o ingresso antecipadamente pelo site oficial, com horário marcado. Mas se a visita não estava nos planos, também dá para adquiri-lo na lojinha Museumshop, na Praça dos Museus, para admissão no horário disponível mais próximo. Quando eu fui, também tinha placas com QR Code para comprar on-line no acesso ao museu.
O ingresso do Rijksmuseum custava, em 2024, 22,50 euros, sendo que para menores de 18 anos era gratuito. Ah, esse é um dos museus inclusos no I Amsterdam Card.
