Transportes em Amsterdam
Quando o assunto é transporte, Amsterdam dá aula. É muito fácil se locomover pela cidade, seja de bonde, de trem, de ônibus, de ferry ou de bike — é conhecida como a "cidade das bicicletas". Sem falar que dá para chegar à maioria dos pontos turísticos andando mesmo, é a capital mais "caminhável" que eu já conheci.
Claro que dá para alugar carro, pedir Uber ou parar um táxi na rua, mas além de caras, são opções pouco usadas pelos turistas e mesmo pelos próprios moradores. Nesse post, a gente explica cada meio de transporte na capital holandesa, como pagar e os cuidados necessários.
Transporte em Amsterdam: como é o pagamento
Tentar usar dinheiro no transporte de Amsterdam é má ideia. Não é possível pagar pela passagem em euros dentro do transporte e eu não vi em nenhum lugar alguma bilheteria que receba dinheiro em espécie. Então, antes mesmo de falar dos tipos de transporte, nossa primeira dica é: leve um cartão de crédito habilitado para compras no exterior (bandeiras Mastercard ou Visa) ou cartão de débito internacional, tipo Wise ou Nomad.
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Se você vai usar pouco o transporte público, rola pagar com o cartão dentro do veículo. Você posiciona seu cartão de crédito/débito internacional ou wallet do smartphone nos leitores que ficam na entrada dos ônibus e bondes ou na catraca do metrô, com a função contactless. Mas não se esqueça de fazer o mesmo na saída, senão vão te cobrar o valor máximo. E tem que ser, obviamente, com o mesmo cartão que você usou para a entrada, então deixe ele separado para não gerar confusão.
Isso porque o sistema calcula o quanto vai te cobrar pela passagem com base na distância que você percorreu. Em 2024, quando eu viajei, aparecia depois no extrato com um nome bem doido: a sigla "Nlov" seguida de 14 números e letras aleatórias. Para mim, as viagens custaram de 1,53 euros a 5,55 euros.
Mas se estiver viajando com a família, sem que cada um tenha o próprio cartão, ou se pretende usar bastante o transporte público, vale comprar os tickets pré-pagos, com quantidade de horas ou dias pré-estipuladas. Eles valem para trams (bondes), ônibus e metrôs e ficam mais baratos se contratados por períodos maiores. Custavam o seguinte em 2024:
- 1 hora: 3,40 euros
- 24 horas (um dia): 9 euros
- 48 horas (dois dias): 15 euros
- 72 horas (três dias): 21 euros
- 96 horas (quatro dias): 26,50 euros
- 120 horas (cinco dias): 33 euros
- 1,5 hora de ônibus noturno: 5,40 euros
Você pode comprar nos totens que existem perto de algumas paradas, que te imprimem o bilhete na hora, mas eles não são tão fáceis de achar. A alternativa é baixar o aplicativo da GVB e comprar on-line mesmo. Se você estiver viajando com mais pessoas, escolha o número de tickets que quer — é possível viajar entre várias pessoas com bilhetes individuais por meio de um único smartphone.
Assim que você ativar seu ticket no app, as horas do ticket vão começar a correr, e daí basta posicionar o QR Code no leitor do veículo, tanto na entrada quanto na saída. Esse aí da foto abaixo é o leitor dos ônibus, o cartão você encosta na frente, e se tem um ticket/QR Code, faz a leitura na parte de baixo.
Ah, outra informação importante: quem comprou o cartão de museus I Amsterdam tem direito a isenção do transporte público durante o período de vigência do pacote. Também funciona com leitura de QR Code, direto no aplicativo.
Como descobrir que transporte eu pego?
Dependendo do itinerário, você vai usar ônibus, bonde, metrô ou mesmo aliar mais de um na mesma viagem. O próprio aplicativo da GVB, que eu citei acima, tem um planejador de rotas, mas eu prefiro mesmo o Google Maps.
Usei o tempo todo e não me abandonou em nenhum momento. Inclusive, mostrava os horários dos transportes e, no caso do ônibus, dava até para ver o seu veículo se aproximando.
Bonde (tram) em Amsterdam
Dentre as modalidades de transporte público, o principal de Amsterdam é o tram, um bonde elétrico que percorre trilhos no meio das ruas e avenidas. É fácil usar, nas paradas costuma ter uma placa eletrônica indicando as linhas que passam ali e o tempo de espera.
É um transporte, dentro do possível, pontual, porque não enfrenta congestionamentos, mas eu vi a previsão de chegada errando por dois ou três minutos. Os veículos são extensos e muito limpos. Só não se esqueça de passar seu cartão ou ticket na entrada e na saída para não ser cobrado do valor máximo.
Ônibus em Amsterdam
Os ônibus em Amsterdam são bem novinhos e limpos, alguns deles são articulados. Pelo que reparei, nem toda parada tem placa eletrônica mostrando o tempo do próximo veículo, mas o Google Maps pode te ajudar com isso.
Os veículos portam GPS e o app mostra eles se deslocando pela cidade. Só que pode ter um breve delay, não espere para ir para a parada apenas quando ele estiver chegando, que talvez já tenha passado hehe. E não se esqueça de passar seu cartão ou ticket no leitor que existe na entrada e também na saída do ônibus.
Ah, e se você precisar usar transporte público de madrugada, só vai ter o ônibus à disposição. Mais especificamente, as linhas noturnas (nachtlijnen). As tarifas noturnas são mais altas.
Metrô em Amsterdam
Sim, Amsterdam tem metrô. Mas diferente de Londres ou de Paris, não é o modal mais importante. Isso porque não é lá tão abrangente, tem apenas cinco linhas, e é mais interessante para acessar zonas periféricas mesmo. Em compensação, justamente por não ter aquele emaranhado confuso de linhas, é um metrô fácil de entender.
Ali, você vai passar seu cartão ou ticket de transporte no leitor que tem nas catracas, que ficam perto das portas de cada estação, antes de acessar a área de embarque. É necessário passar na entrada e na saída, com o mesmo cartão.
Balsas em Amsterdam
Tem balsas em Amsterdam também, os ferries do Rio Ij. Há ao menos sete linhas, sendo que duas são muito usadas por turistas: a que leva ao NDSM, um antigo estaleiro revitalizado, e a que leva ao prédio do A'dam Lookout, um mirante com balanço no topo. É superpontual, rápido e, inclusive é o único meio de transporte gratuito da cidade.
Essas duas atrações que eu citei podem ser acessadas por balsas que partem dos fundos da estação Amsterdam Centraal. Elas levam, respectivamente, os nomes NDSM e Buiksloterweg. Saem com grande frequência e aceitam bicicletas.
Táxi e Uber em Amsterdam
Bem como o táxi, o Uber também funciona muito bem em Amsterdam, mas ambos são opções caras. Eu cheguei a simular preços, mas acabei não pedindo em nenhum momento.
Os táxis normalmente são pretos (foto acima) e tem uma placa identificando no teto. É possível pegar direto nos pontos de táxi que existem em áreas de interesse, tipo na frente do aeroporto, ou pedir por aplicativos.
As tarifas de táxi em Amsterdã tinham, em 2024, uma taxa inicial de cerca de 3,60 euros. Um veículo maior (cinco a oito passageiros), uma taxa de embarque de 7,33 euros. O taxímetro calcula o preço da corrida de acordo com a distância percorrida.
Uber tende a ser um pouco mais barato, mas também é salgado. As corridas muito curtas, tipo de 1 km, estavam custando por volta de 9 euros. Já para ir do aeroporto até o cento da cidade, era quase 50 euros.
Aluguel de bicicleta em Amsterdam
Se você quer se locomover por Amsterdam como um local, precisa alugar uma bicicleta. É muito gostoso de pedalar pela região central da cidade, que é plana e tem bastante ciclovia. E mesmo quando não tem, há uma política notável de respeito ao ciclista.
Eu admito que me decepcionei um pouco ao constatar que, em 2024, ainda não havia aqueles sistemas de bikes compartilhadas que tem em várias capitais (tipo Bike Itaú). Mas lá tem que ser feito do jeito antigo mesmo, em lojas de aluguel de bikes, por períodos que vão de uma hora a vários dias.
Tem muitas lojas para locar magrelas, sendo que a tarifa mais barata que encontrei foi de oito euros. Como eu tinha comprado o cartão de museus I Amsterdam, acabei escolhendo uma das lojas que tem o aluguel incluso, a A-Bike. Outras famosas são a Black Bikes (tem 17 lojas), a Yellow Bikes e a Mac Bike.
Fiz a reserva um dia antes pela internet e retirei rapidamente no horário marcado. Mas se você vai pagar do bolso, imagino que dê para ir alugar na hora mesmo, pelo menos tinha muitas bikes paradas lá. Essa que eu aluguel tinha três marchas (a mais simples de todas) e custava 16,95 euros para 24h.
Eles acabaram nem me pedindo documento, mas já li relatos em que foi necessário apresentar passaporte. Ah, e eu decidi na hora contratar um seguro, vai que a bike some e eu tenho que arcar com o preju? Para o sim ou para o não, paguei esse seguro de 3,95 para todo o dia, a fim de ficar tranquila.
As bikes alugadas já vem com trava e cadeado, mas se você quiser outro apetrecho, como cestinha, capacete, suporte de celular, vai ter que pagar adicionais.
Para usar a bike como meio de transporte mesmo, o Google Maps também é uma mão na roda. Ele sugere os melhores caminhos, indicando inclusive a porcentagem de ciclovias de cada um.
Se você for meio descoordenado como eu, pode ter alguma dificuldade de acompanhar o trajeto enquanto pedala — cuidado com as barbeiragens! Uma alternativa talvez seja se juntar a um grupo de turistas. Algumas lojas oferecem, além do aluguel, tours de bicicleta, tipo a Mikes Bike.
A Civitatis também oferece tours guiados de bicicleta com o aluguel incluso, tanto em inglês quanto em espanhol. Com a vantagem de já te apresentar o preço final, já em reais. É uma forma massa de explorar a cidade e conhecer várias curiosidades no caminho.
Na hora de estacionar a bike, eu procurava lugares onde já havia outros veículos parados, para ter certeza de que não estava deixando em lugar proibido — ela inclusive pode ser confiscada se estiver mal estacionada. Em alguns pontos, tem marcação no chão delimitando onde as bikes podem ser deixadas, mas não é sempre. Na verdade, eu vi só uma ou duas vezes.
Trem em Amsterdam
O trem é o transporte mais usado quando você faz um bate e volta, para chegar a Zaanse Schans, por exemplo, ou para ir e voltar do Aeroporto de Amesterdão Schiphol.
Nesse caso, você deve comprar um ticket nas bilheterias ou nos totens de autoatendimento amarelos que existem aos montes nas estações. Para ir ao aeroporto, por exemplo, custava 4,90 euros e 1 euro de taxa o trecho em setembro de 2024, e levava cerca de 15 minutos a partir da estação Amsterdam Centraal. É rápido, limpo, pontual e ainda conta com uns janelões para observar a vista.
Estima-se que aproximadamente 200 mil passageiros circulem por essa estação todo dia, e isso é motivo para você ficar alerta. Eu não vi nada, mas ouvi relatos de que teria pickpockets — ou, no velho e bom português, batedores de carteira. Não custa ficar alerta.