Zaanse Schans
Zaanse Schans é um vilarejo turístico famoso no mundo inteiro pelos moinhos de vento, mas também é um lugar para conhecer a história e as tradições da vida rural holandesa. Ah, e dá para saborear muita coisa boa também — se não pela beleza, te conquista pelo estômago!
É o bate e volta mais popular entre quem visita Amsterdam, a viagem de trem leva menos de 30 minutos, mas dá também para ir de ônibus e até de barco. Vale reservar, no mínimo, quatro horas para o passeio (a maioria das atrações está aberta entre 9h e 17h). Neste post, a gente explica tudo sobre o lugar.
Zaanse Schans: como é a visita
Passar pela Holanda e não ver um moinho de vento é tipo ir a Roma sem ver o Papa. E em Zaanse Schans você vai ver 11 deles em um vilarejo temático que é a coisa mais fofa! Eu fui em um dia horroroso, com muito vento e muita chuva, mas olha a paisagem no dia que o nosso colega Sandro Kurovski visitou:
A ideia da atração é nos levar em uma viagem aos séculos XVIII e XIX, época em que era muito comum usar esses equipamentos para moer grãos, fazer óleo, tingir tecidos, entre outras atividades. Moinhos e casas históricas foram transferidos de vários cantos da Holanda para essa região na margem do Rio Zaan a partir da década de 1960.
Muitos foram levados já prontinhos, de barco ou carreta, para formar essa espécie de museu a céu aberto. O moinho de vento De Kat, por exemplo, foi construído originalmente em 1781, restaurado e reconstruído ali em 1960, passando a produzir tintas e pigmentos em Zaanse Schans — é um dos abertos à visitação. Neste link tem um mapa interativo, onde você descobre o que tem em cada moinho/prédio.
A área é lindíssima, cheia de verde, e muitos atendentes usam roupas de época. Não custa nada para entrar em Zaanse Schans, mas algumas atrações do vilarejo cobram ingresso. Talvez você queira gastar em algum souvenir típico holandês (quem sabe um sapato de madeira?). Aposto que vai querer gastar em comida.
Além do stroopwafel, aquele biscoito redondo recheado com caramelo, lá você vai encontrar outro divino, chamado speculaas. É uma bolacha natalícia originária do condado de Flandres, território que hoje abrange Bélgica, a França e os Países Baixos. Os temperos são o diferencial, e normalmente levam uma mistura de canela, noz-moscada, cravo-da-índia, gengibre em pó, cardamomo e pimenta-branca. Você pode comprar até as forminhas e o tempero em sachê para fazer em casa, ou, se for prático como eu, se atracar nos biscoitos já prontos mesmo. Isso com um cafezinho no meio da tarde é tudo!
E se essa é sua praia, você precisa visitar o Bakery Museum In de Gecroonde Duyvekater, um museu de padaria e loja de doces com várias delícias tradicionais holandesas. Ali eu experimentei um appel beignet, que é uma espécie de bolinho frito de maçã (foto), mas minhas colegas foram no kaas brodge, um pão de queijo que em nada parece com o nosso. Curtiram muito também.
A casa foi originalmente construída como uma moradia em 1658, parcialmente convertida em uma padaria em 1753 e transferida ali para o Zaanse Schans em 1972. Vale comprar seu lanche e café e tomar sem pressa na sala anexa, que parece casa de vó em um filme de Natal. Ah, essa galera ali está sentada no que antigamente era uma espécie de dormitório.
Gosta de queijo? Você precisa entrar na Fazenda de Queijo Catharina Hoeve. Apesar do nome, é, na verdade, uma casa onde tem uma loja da Henri Willig, a marca de queijos mais famosa da região. Também é um espaço onde grupos têm demonstrações rápidas de como é preparado o alimento.
O que eu amo nessa loja é que tem provinha de quase tudo, de queijo de vaca e de cabra, jovens ou curados, defumados ou suaves. Tem também os queijos saborizados, de coco, cominho, pesto — não me ganhou, mas vai que você gosta.
Até a maior rede de mercados do país, o Albert Heijn, tem uma espécie de museu lá. A casinha que abrigava a primeira loja da marca foi transferida para lá também, oferecendo uma visão nostálgica de uma mercearia no final do século XIX. Tem móveis originais daquela época, incluindo um balcão de madeira resistente, grandes balanças de cobre e potes de armazenamento usados para conter café, chá, grãos e outros produtos.
E um lugar que vale demais a visitação é a fábrica de Klompen, que são os sapatos ou tamancos de madeira. O corredor de entrada foi transformado em um museu sobre como sapatos de madeira foram usados na história, do trabalho aos decorados para casamentos. Passa também por alguns exemplares exóticos, tipo um feito na cidade gaúcha de Teotônia e esse "diamond clog".
Em máquinas antigas, também vão ocorrendo demonstrações gratuitas de como os sapatos são preparados há mais de cem anos. Os funcionários falam várias línguas, inclusive deram a demonstração em espanhol para a gente.
E se você tiver espaço na mala para uma lembrancinha diferentona, pode comprar um sapato de madeira, tem de tudo que é cor! Usa-se com meias grossas e um dedo de espaço sobrando — claro, isso se você conseguir usar, para mim seria um souvenir mesmo.
Cafés e restaurantes em Zaanse Schans
Uma das opções de restaurantes de Zaanse Schans é o de Kraai, que prepara panquecas com 29 centímetros de diâmetro. No cardápio do local, que tem espaço interno e externo, também há sopas, sanduíches, saladas e cafés.
Mas se você quer algo mais substancioso, uma boa seleção de cervejas e uma bela vista do rio Zaan, considere o De Hoop op d’Swarte Walvis. É simplesmente perfeito para um dia de sol, devido ao espaço no pátio, mas também pode ser legal em um dia feio como o que eu fui.
O restaurante funciona dentro de três prédios de 1717, que já serviram de orfanato, casa de comerciante e armazém. O lugar parece um museu: entre a famosa sopa de mostarda local e sua salada Caesar, você pode se perder assistindo às histórias bíblicas pintadas nas centenas de pequenos azulejos cobrindo o "smuiger" (lareira).
Se a intenção é economizar alguns euros, nada te impede de levar próprio lanche e fazer um piquenique gostoso nos gramados da vila ou à beira do rio.
Como chegar a Zaanse Schans
Dá para chegar em Zanse Schans de ônibus, de trem e até de barco, é superfácil. A forma mais comum e rápida é de trem. Da central de Amsterdã até a estação Zaandijk – Zaanse Schans são 20 minutos e a passagem custava 8,90 euros em 2024. Ao sair da estação, tem uns 15 minutos. Ah, não deixe de fazer uma foto da ponte Juliana (Julianabrug), de onde se avista os moinhos com suas velas girando lentamente e belos campos verdes como pano de fundo.
Ingresso Zaanse Schans
Não custa nada para entrar na área do Zaanse Schans, mas algumas das atrações cobram ingresso. Não é essencial visitar esses lugares (eu mesmo acabei não entrando), mas se você quiser uma experiência completa, pode avaliar comprar o Ticket Zaanse Schans. Ele dá acesso ao Zaans Museum, Weaver’s House, Cooperage, Museum Zaanse Tijd, Heritage Chambres Kalverringdijk, Windmill Museum e um audiotour.
Ah, e se você gosta de aprender curiosidades e detalhes da história e não se arrisca muito no inglês, rola fazer o tour completo com uma guia que fala português. O meu grupo saiu da estação de trem Amsterdaam Central, nós fomos e retornamos juntos, com o transporte já incluso. Veja mais detalhes neste link.
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