O que fazer em Amsterdã
Ela pode não ser a maior capital da Europa, mas corre o risco de você ficar indeciso escolhendo o que fazer em Amsterdã, de tanta coisa massa que tem.
Dá para começar vendo algumas das pinturas mais famosas do mundo pela manhã, dar um rolê de barco nos canais de tarde, matar a curiosidade em um coffeeshop de noite. Ou melhor: você pode passear entre moinhos de vento centenários de manhã, experimentar o balanço mais alto da Europa de tarde, fazer um pub crawl nos melhores brown cafes de noite. Ah, pera, também dá para alugar uma bike e sair nas ruas procurando a ponte mais fofa da cidade de manhã, conhecer o Anexo Secreto de Anne Frank de tarde, experimentar comidinhas de todo canto do planeta no Foodhallen de noite.
Se você ainda não estiver sentado, acho uma boa, porque esse post vai ser longo. Trago nada menos que 40 dicas de o que fazer em Amsterdã para todos os gostos, bolsos e tipos de viajante. Se você não estiver com muito tempo para fazer uma programação "sob medida", pode ver nosso post de pontos turísticos de Amsterdã, que tem sugestão de roteiro para 4 ou 5 dias.
Mas antes das dicas de atrações, você precisa escolher onde ficar em Amsterdã. Hospedagem é coisa cara na capital holandesa, então quanto antes você resolver isso, melhor.
Amsterdã — as melhores opções de hospedagem!
A lista a seguir apresenta ótimas opções de hospedagem em Amsterdã. As acomodações estão em ordem alfabética e foram escolhidas pela nossa equipe, priorizando qualidade, preço das diárias e localização. Também incluímos as notas do Booking.com, que indicam a avaliação que hóspedes reais tiveram da acomodação.O que fazer em Amsterdã: 40 dicas incríveis
1 - Visitar a Casa de Anne Frank
Foi no número 263 da Rua Prinsengracht que Anne Frank se escondeu por dois anos dos nazistas, junto de outras sete pessoas. Também foi lá que ela escreveu seu famoso diário, que vendeu mais de 30 milhões de exemplares no mundo. O lugar foi transformado em museu, que conta a história dela desde a primeira infância, fazendo ainda um paralelo com a evolução da II Guerra Mundial na Alemanha e na Holanda.
Eu botei essa atração no topo da lista por dois motivos: porque é uma das mais importantes de Amsterdã e, especialmente, porque é a mais concorrida. Eu mesma fui agendar com "apenas" um mês de antecedência e só tinha disponibilidade para de noite. Saiba tudo sobre a visitação e os ingressos no post Casa de Anne Frank.
2 - Conhecer o Museu Van Gogh
Localizado no Museumplein, a "praça dos museus", ele abriga a maior coleção existente do artista holandês: são mais de 200 pinturas, além de desenhos, cartas e objetos pessoais. É emocionante ficar cara a cara com obras que nos apresentaram lááá nas primeiras aulas de Artes da escola, a bons 10 mil km de distância.
A história do pintor é apresentada de forma sutil ao passo que vamos conhecendo suas telas. A gente também pode admirar obras de artistas que inspiraram Van Gogh, como Monet e Paul Gauguin. Ah, se for com crianças, não se esqueça de pedir os livrinhos de caça ao tesouro, é uma forma lúdica e divertidíssima de conhecer o museu. Também é importante comprar o ingresso com antecedência — veja todos os detalhes no post sobre o Museu Van Gogh.
3 - Procurar o canal mais bonito de Amsterdã
O charme da capital holandesa está justamente nos seus canais. Há nada menos que 165 deles, com mais de mil pontes. Você vai se emocionar quando vir o primeiro, pensando que é o mais lindo, mas daí vai virar a esquina e achar que não, que é ali a foto perfeita, e assim vai ser enquanto você caminhar pela região central.
É uma peleia brava, mas eu acho que o Jordaan é o bairro que reúne os canais mais fofinhos, ou pelo menos é um dos mais deliciosos para desbravar a pé. O canal principal ali é o Prinsengracht, mas os canais menores que desbocam nele conseguem ser ainda mais bonitos. A pontezinha do Leidsegracht é uma das minhas favoritas. A poucos metros dali, o canal Looiersgracht (foto abaixo) também proporciona um passeio lindíssimo.
Mas mais ao norte tem o Egelantiersgracht também (será que você consegue uma mesa na rua no café ‘t Smalle?). Mais para cima ainda, o Brouwersgracht está no top 5 de muitos turistas apaixonados.
4 - Fazer um passeio de barco de Amsterdã
Se você prefere evitar a fadiga, essa é a outra forma de desbravar os canais de Amsterdã. Tem várias opções de canal cruises, ou cruzeiros, de diferentes pontos de partida.
Eu fiz o passeio da Blue Boat Company, porque era um dos inclusos no cartão I Amsterdam. Não foi necessário fazer reserva, eu cheguei dez minutinhos antes para comprar o passeio na bilheteria. Tinha duração de aproximadamente 1h15min e a gente passou basicamente pela cidade inteira: fomos da região da Leidseplein até o Rio Ij, onde vimos os prédios do A'dam Lookout, do Nemo Science Museum, do Eye Filmmuseum.
Estava meio frio no dia que fiz, com uma chuva fraca, portanto essa opção foi ótima também, por ser coberta com janelas panorâmicas. E ainda incluía um sistema de audioguia, que indicava os pontos turísticos pelos quais estávamos passando e informava algumas curiosidades da cidade. Tinha opção de áudio em português. Outro passeio com sistema parecido e audioguia é esse daqui, vendido pela Civitatis.
Também existe cruzeiro do hop on hop off, que te permite descer e embarcar em pontos de interesse turístico, cruzeiro noturno com queijos noturnos e até cruzeiro com jantar de luxo.
5 - Ver a cidade do alto no A'dam Lookout — e quem sabe andar nesse balanço
A'dam Lookout é o mirante mais alto de Amsterdã, com uma vista panorâmica de 360 graus da cidade. Se você tiver a bênção de um dia bonito, é provavelmente o melhor lugar para ver o pôr do sol na cidade. Veja o post completo sobre a atração.
O mirante fica no topo do edifício A'dam, mais especificamente no vigésimo andar. Lá em cima tem dois bares, um restaurante giratório e a atração que mais me surpreendeu na viagem: Over the Edge, o balanço mais alto da Europa. Quando teus pés deixam de tocar o chão, a sensação é parecida com a de voar sobre Amsterdã.
6 - Conhecer a história da Heineken da forma mais divertida possível
O Heineken Experience é um tour autoguiado realizado na antiga fábrica da cervejaria em Amsterdã, prédio todinho adaptado para receber os turistas. O tour discorre sobre a história da Heineken, desde a fundação até os dias atuais, e o processo de fabricação de cerveja. É possível interagir com quase todo o conteúdo disponível, tem até karaokê e videogame.
A parte mais divertida é uma ala com projeção multimídia em todo canto, paredes, chão e teto, onde a gente se sente uma cerveja sendo preparada e envasada hehe. Logo depois, dá para matar a sede e brindar com uma Heineken. Leia a matéria completa.
7 - Faça um bate e volta até Zaanse Schans, a vila dos moinhos
Além do cenário cheio de moinhos de vento, Zaanse Schans é um lugar para conhecer a história e as tradições da vida rural holandesa. Lá dá para ver como são fabricados os tradicionais sapatos de madeira, dá para experimentar grande variedade de queijos e delícias da confeitaria holandesa, entre outras coisas. A área é lindíssima, cheia de verde, e muitos atendentes usam roupas de época.
É o bate e volta mais popular entre quem visita Amsterdã a qualquer época do ano, a viagem de trem leva menos de 30 minutos, mas dá também para ir de ônibus e até de barco. Neste post, a gente explica tudo sobre o lugar.
8 - Sinta a marola dentro de um coffeeshop
Os coffeeshops levam muita gente para Amsterdã, especialmente os jovens. São lugares para comprar e consumir legalmente maconha e haxixe. Se você quiser entrar só de curioso, dá para comprar uma bebida: eles costumam vender drinques e mesmo bebidas quentes. Eu pedi um chá, para viver o meme completo.
Uma das redes mais tradicionais é a Bulldog. Eu visitei a loja The First (a primeira) no Red Light District, onde o negócio começou em 1975. O legal dessa loja é que conta um pouco da luta dos proprietários pela legalização, das multas pesadas exibidas na parede à laranja do "orange raid alarm". A fruta era lançada pelo garçom do andar de cima para alertar os traficantes no porão quando tinha alguma batida policial, de 1975 a 1982.
A maconha segue sendo vendida no porão, enquanto no andar de cima são comercializados bebidas e edibles, que são comidinhas que levam cannabis, como o space cake ou space picolé. CUIDADO: eles parecem inofensivos, mas podem bater ainda mais forte do que os produtos fumados. Ah, e leva mais tempo para causar efeito, o que pode ser bem traiçoeiro.
Outros coffeeshops interessantes ali perto são o Greenhouse Effect e o 420 Coffeeshop. Ambos contam com um bom atendimento e uma atmosfera mais sóbria, onde muita gente vai, inclusive, para fumar sozinha. Se você não tem sua seda e piteira ou se não saberia o que fazer com a erva, dá para pedir um baseado já bolado (pre-rolled). Ah, e lembre-se de que não é permitido usar drogas na rua.
10 - Alugar uma bike para explorar a cidade como um local
Se você quer se locomover por Amsterdã como um local, precisa alugar uma bicicleta. É muito gostoso de pedalar pelo centro da cidade, que é plano e tem bastante ciclovia. E mesmo quando não tem, há uma política notável de respeito ao ciclista.
Tem muitas lojas para locar magrelas, sendo que a tarifa mais barata que encontrei foi de oito euros. Como eu tinha comprado o cartão de museus I Amsterdam, acabei escolhendo uma das lojas que tem o aluguel incluso, a A-Bike. A minha tinha três marchas (a mais simples de todas) e custava 16,95 para 24h. Outras lojas famosas são a Black Bikes (tem 17 lojas), a Yellow Bikes e a Mac Bike.
As bikes alugadas já vêm com trava e cadeado, mas se você quiser outro apetrecho, como cestinha, capacete, suporte de celular, vai ter que pagar adicionais. Para usar a bike como meio de transporte mesmo, o Google Maps também é uma mão na roda. Ele te sugere os melhores caminhos, indicando inclusive a porcentagem de ciclovias de cada um. Leia mais informações no nosso post sobre transportes em Amsterdam.
12 - Ver Rembrandt, Vermeer e Van Gogh no Rijksmuseum
Ele é o maior museu de Amsterdã e entra facilmente na lista dos mais importantes de toda Europa. O Rijksmuseum guarda mais de 800 anos da arte holandesa, incluindo obras como "A Ronda Noturna" de Rembrandt (foto abaixo) e "A Moça do Brinco de Pérola" de Vermeer. Projetado pelo arquiteto Pierre Cuypers (o mesmo da estação de trens Amsterdam Centraal), em estilo gótico e renascentista, o próprio prédio do Rijks já é uma atração. Foi inaugurado em 1885.
E uma curiosidade: o próprio Van Gogh já circulou por esses corredores quando ainda não era famoso — lembra que ele vendeu só um quadro em vida?! Descobri isso na descrição da tela abaixo, O Singel Perto da Igreja Luterana em Amsterdã. Hoje, as telas do homem são as mais populares do museu, tem sempre uma multidão no entorno. Veja os preços dos ingressos e tire todas as suas dúvidas na matéria sobre o Rijksmuseum.
13 - E conhecer também os jardins do Rijks
Outra coisa que você precisa fazer é visitar os jardins do Rijksmuseum, que abrem os portões durante o dia, com acesso gratuito. Eles têm canteiros bem cuidados, esculturas do século XIX, uma estufa de vidro e um chafariz, obra moderna do artista dinamarquês Jeppe Hein, chamado de Hide and See(k) (significa esconde-esconde, foto acima).
A obra é uma variação moderna das fontes surpresas usadas em jardins barrocos geométricos do século XVII, que ligavam e desligavam inesperadamente, encharcando qualquer um dentro do alcance.
14 - Dar um rolê noturno no Red Light District
O Red Light District, ou distrito da Luz Vermelha, é uma das regiões que mais atraem curiosidade em Amsterdã em razão das vitrines de prostituição. Fica na região central da cidade, nas imediações da Oude Kerk (igreja antiga).
As trabalhadoras do sexo alugam salas com acesso direto à rua e usam seus janelões e portas de vidro para chamar atenção dos clientes, vestindo roupas provocantes ou até seminuas. O nome do distrito, Red Light, vem justamente das luzes vermelhas usadas para identificar essas vitrines e criar um clima de sedução.
Por ali tem vários coffeeshops interessantes e outras atrações, incluindo a própria Oude Kerk, que, durante o dia, abre as portas com exposições de arte contemporânea. Se você se interessa pela história, dá para agendar um tour guiado em português pelo Red Light District. Saiba tudo sobre o distrito neste link.
15 - Visitar o Albert Cuyp Market — de barriga vazia
Seja sua primeira ou décima vez em Amsterdã, a viagem não estará completa sem uma passadinha no Albert Cuyp Markt. Em dias de tempo bom, a maior e mais tradicional feira a céu aberto da cidade chega a reunir 260 barracas ao longo da rua Albert Cuypstraat, no bairro Pijp. Incluindo algumas das comidas de rua mais famosas da capital holandesa.
A feira funciona de segunda-feira a domingo, das 9h30 às 17h. Pena que eu a visitei em um dia chuvoso e frio, então tinha bastante barraca fechada. Mas tem de um tudo por lá, de cabo USB e pasta de dente a porcelanas pintadas, passando por flores, frutas e peixes. É um lugar interessante para conseguir souvenir, eu mesma fiquei tentada por umas pantufas fofinhas que imitam aqueles tamancos de madeira holandeses, sabe?
Mas o destaque da feira vai para as comidinhas de rua. Eis algumas coisas que encontrei por lá: rolinho primavera vietnamita, baos chineses, uma barraca com tanto sabor de cannoli italiano que nem consegui contar, queijos (muitos queijos) e quitutes tipicamente holandeses, como bitterballs (bolinhos de carne fritos) e chickenstick (uns croquetões de frango).
16 - Saborear um stroopwafel quentinho
Eu pensei neles assim que soube que voltaria para Amsterdã, docinhos, quentinhos, cheirosinhos, com caramelo escorrendo pelo lado. Significa, em tradução livre, “waffle com calda”. Basicamente, é um biscoito feito por duas partes de massa bem fina unidas por caramelo.
Dá para comprar os pacotinhos com dez wafels para levar na mala. Mas estando em Amsterdã, você precisa provar o que é feito na hora. Tem gente que enche de adicionais, chocolate, Nutella, biscoito, morango, mas eu amo ainda mais o tradicional.
Um dos melhores na cidade se chama Rudi’s Original Stroopwafels, abre em uma espécie de trailer no Albert Cuyp Market, a feira que eu acabei de descrever. Mas até o que você encontra para comprar nos supermercados é delicioso.
17 - Beber uma boa cerveja em um brown cafe
Brown cafes é como são chamados os pubs típicos de Amsterdã. O termo brown (marrom) se refere à cor escura das paredes e do mobiliário, que seria resultado do uso de tabaco e do desgaste ao longo dos anos. Costumam ser lugares decorados com madeira por todo lado — balcão, mesas, bancos — e iluminação baixa, bem fraquinha.
O Jordaan é um bairro com bons brown cafes. No Cafe T'Smalle, eu sentei no balcão mesmo, com o nariz nas torneiras de cerveja, e mesmo assim pedi uma garrafa de cidra — um novo vício adquirido na viagem. Estava tocando primeiro um blues, depois um rock pesado. Mesmo com os 12 graus que fazia, tinha gente sentada nas mesinhas simpáticas da rua, com vista para o canal.
O Cafe Chris (fotos abaixo) estava mais cheio e animado. Dois bartenders se viravam nos 30 para atender todo mundo ao redor de um balcão de madeira de uns 3 metros. Tive que beber na rua por obrigação, mas logo consegui um banquinho em uma mesa compartilhada, onde tentei ler um jornal holandês disponibilizado para os clientes. As cervejas servidas ali eram Amstel mesmo, eu experimentei uma bock sazonal só para me certificar de que não é minha praia.
Outro brown cafe massa que eu visitei foi o In ‘t Aepjen, que fica entre o Red Light District e a estação Amsterdam Centraal. Localizado em um dos edifícios mais antigos da cidade, datado de 1475, seu anexo era uma taverna no século XVII, mas o térreo só se tornou um café em 1990. É o mais escuro dos que visitei, com uma decoração que te transporta ao passado.
18 - Beber o tradicional genever em um pub de 1619
Falando em brown cafes, eu preciso sugerir o que te teletransporta para mais longe no tempo. Nos fundos da Niewue Kerk, o De Drie Fleschjes existe desde — pasmem — 1619. Eu me senti entrando em uma taverna do período medieval.
Quando chegar, você vai se deparar com 50 barris e com uma exibição de jarras com retratos dos prefeitos de Amsterdã — não me pergunte o porquê. No balcão, podem te ajudar a escolher um genever, tipo de gim holandês, um destilado com infusão de zimbro. O meu Bols Jonge Graangenever, o garçom encheu até o talo do copo, junto de uma cerveja. Me explicaram que era para ir intercalando, um gole de um, um gole de outro.
Mas também tem pelo menos 35 licores diferentes, cervejas, vinhos, cidras. O cardápio fica escrito em uns pedaços de madeira em um varal. Só atente que esse bar não fica aberto até tarde: abre por volta das 14h e fecha lá pelas 20h30.
19 - Na primavera, conhecer os jardins de tulipas
Essa dica é só para quem vai estar em Amsterdã entre o final de março e o começo de maio. Se for seu caso, você PRECISA conhecer o Keukenhof, o gigantesco jardim das tulipas localizado em Lisse. A minha próxima viagem à Holanda, eu quero marcar nessa época, que é para conseguir enfim vivenciar isso.
São cerca de 15 km de caminhos e dezenas de exposições de flores. Além das famosas tulipas, os jardins são coloridos também por narcisos, jacintos, lírios, orquídeas e por aí vai. Também rola de alugar bicicleta para explorar os jardins ou fazer um passeio de barco pelos canais do parque. Agende sua excursão ao Keukenhof com transporte.
20 - Dar um pulinho no Mercado de Flores
O Mercado das Flores de Amsterdam fica mais lindo e cheio na primavera, mas está aberto o ano inteiro. Ele existe desde o século XIX no canal Singel: ali chegavam todos os dias embarcações com plantas e flores para venda. Hoje, as bancas são montadas em plataformas logo acima do canal.
Você não deve levar muito tempo para cruzar o Bloemenmarkt, tem pouco mais de 200 metros. Ao longo do ano, vende bulbas e sementes, muitas vezes embalados como souvenir em saquinhos coloridos ou dentro de pequenos sapatinhos holandeses. Vai ser uma tentação se você é apaixonado por jardinagem, mas preciso alertar que esses mimos talvez não entrem no Brasil. Mas ali também há outros tipos de lembrancinhas mais tradicionais e essa floricultura superinstagramável:
21 - Em dia de sol, visitar um dos parques de Amsterdã
Os parques de Amsterdã atraem multidões em dias de sol para relaxar nos gramados ou fazer alguma atividade física. O Vondelpark (foto) é o parque mais famoso e popular, uma área verde de 47 hectares fundada em 1864.
Trata-se de um parque com amplos gramados, alguns lagos, bem arborizado também. Inclui caminhos largos para a circulação de ciclistas. Tem, pelo menos, quatro lugares para comer ou beber. O meu favorito é o Proeflokaal 't Blauwe, um bar aberto, descomplicado, com vááários tipos de bebida e, especialmente, de cervejas da marca local Brouwerij ’t IJ. Tem até Wi-Fi liberado e uma mesinha de ping pong para a galera.
Um pouco mais longe, na cidade vizinha de Amstelveen, tem ainda o Amsterdamse Bos, um dos maiores parques urbanos de toda a Europa. No verão, ainda tem área de piscina e passeios de barco. E, em razão das suas belas cerejeiras, o Cherry Blossom Festival acontece em abril para celebrar a chegada da primavera.
22 - Visitar o NDSM, um antigo estaleiro transformado em bairro alternativo
O NDSM é uma região de Amsterdã com bastante arte de rua, uma série de eventos culturais e bares para curtir um por do sol na beira do rio IJ — inclusive, tem um que parece praia!
A Nederlandsche Dok en Scheepsbouw Maatschappij — saúde! — era um estaleiro na metade do século passado. Hoje, é a região alternativa e descoladinha da capital holandesa, com mercado de pulgas, estúdios de artistas, um grande museu de arte de rua. Na fachada do prédio, tem esse painel incrível do artista brasileiro Kobra, retratando Anne Frank.
Para chegar lá, você tem que chegar na margem norte do rio IJ, mas não é difícil, tem um ferry gratuito. A gente explica direitinho neste post.
23 - Comer comida de todo canto do planeta no Foodhallen
O Foodhallen é uma vibrante praça de alimentação na região de Oud-West. Reúne cerca de 20 estandes de comida em uma antiga garagem e oficina de bondes de 1905. Um passeio, literalmente, delicioso.
Dá para fazer uma volta ao mundo sem sair do lugar: eu encontrei de comida vietnamita a mediterrânea, de mexicana a japonesa. Também é um bom lugar para beber cerveja/drinques e experimentar uns petiscos típicos holandeses.
Uma coisa deliciosa para provar lá são as Bitterballen, uns croquetezinhos redondos bem saborosos. O The Ballenbar tem sete sabores deles, do tradicional de carne a três variedades vegetarianas. Eu curti bastante, achei crocantes por fora e cremosas por dentro.
Se você quiser outras indicações gastronômicas, dá uma olhada no post Onde comer em Amsterdam.
24 - Fazer umas comprinhas nesses lugares:
A capital holandesa não é nenhum centro de comércio famoso, mas tem lugares bons para umas comprinhas. De lojas de departamentos, tem Primark, H&M, Bijenkorf, que é a grande referência na Holanda — tem roupas masculinas, femininas e infantis, também cosméticos, artigos para casa, livros, entre outras opções.
Rua no centro de Amsterdã, a Kalverstraat (foto) é uma das referências para compras. Ela se estende da Praça Dam até a área do Mercado de Flores, são pouco mais de 650 metros e muitas lojas. Lá você encontra lojas de grandes marcas de roupas, como Zara, Mango, Urban Outfitters, Bershka. Quando eu fui, tinha ainda uma unidade da H&M Home, com artigos de decoração, uma loja da rede de maquiagens europeia Kiko Milano e até uma divertida Lego Store. Ah, tem até um shopping por lá, o Kalvertoren.
Se você for mais exigente — e tiver orçamento mais gordinho —, vá até a P.C. Hooftstraat. Localizada perto do Vondelpark, é o endereço do luxo em Amsterdã, onde você encontra grandes grifes mundiais, como Prada, Louis Vuitton, Gucci, entre outras.
25 - Prove os queijos holandeses, todos que conseguir
Se eu pudesse, eu gastava meu salário inteiro com eles. As lojas que você encontra no centro são um santuário do lacticínio, com todos os tipos de queijo, de vaca e de cabra, jovens ou curados, defumados ou suaves. Tem também os queijos saborizados, de coco, cominho, pesto — não é minha praia, mas vai que você gosta. E o melhor é que elas costumam oferecer provinhas dos queijos, ficam em potinhos junto dos produtos.
Um dos lugares para encontrar essas lojas é a já citada Kalverstraat. Eu visitei duas: da Henri Willig, uma rede bem famosa, e da Amsterdam Cheese Company, que tem uns queijos de longa maturação de comer rezando.
26 - Leve as crianças para o Nemo Science Museum
O Nemo Science Museum é uma atração incrível para famílias com crianças em Amsterdã. Tem cinco andares de exposições interativas, experimentos e demonstrações, mostrando de forma lúdica o quão fascinantes são a ciência e a tecnologia. O museu já desperta curiosidade do lado de fora: inaugurado em 1997, com o projeto de um arquiteto italiano, tem uma forma única, que se assemelha a um navio verde de metal nas margens do lago IJ.
Lá dentro, brincadeiras remetem a fenômenos como eletricidade, som e gravidade. Também dá para aprender sobre o corpo humano, partículas e átomos, e astronomia, onde rola de encostar em um meteorito de verdade. Leia a matéria completa.
27 - Visitar a Praça Dam e o Palácio Real
A Praça Dam é um dos principais pontos de referência no centro de Amsterdã; mesmo sem querer, é provável que você passe por lá em algum momento. É uma área de uns 150 metros de extensão com grande movimento de pedestres e calçada de paralelepípedo, ao redor da qual há importantes pontos turísticos. É também um importante centro de compras.
O prédio que deve capturar logo sua atenção é o Palácio Real, ou Koninklijk Paleis, uma das três residências oficiais da monarquia holandesa — o rei Guilherme Alexandre vive em Haia. Foi erguido entre 1648 e 1665, quando Amesterdam se encontrava no auge. O prédio também pode ser visitado por turistas — veja informações sobre ingressos neste link.
28 - Conhecer o Moco, um museu amado pelos jovens
O Museu Moco é um museu de arte contemporânea, moderna e street art. É uma instituição independente que tem uma de suas sedes em Amsterdã, mais especificamente na Museumplein. Quando eu visitei, a exposição mais notável era a de Banksy, provavelmente o grafiteiro mais famoso (e misterioso) do mundo. Outros nomes expostos eram Andy Warhol, Keith Haring, Damien Hirst, Jeff Koons, Yayoi Kusama.
Me chamou atenção a quantidade de jovens quando eu visitei, o que provavelmente se justifica porque boa parte das obras são inspiradas em temas da cultura pop e movimentos sociais. Ah, e também em razão das exposições de arte imersiva digital. Tipo essa do Studio Irma (foto), que abusa de luzes e espelhos e torna a experiência superinstagramável.
29 - Entrar na casa onde viveu Rembrandt...
A Casa de Rembrandt é a residência do século XVII onde o famoso artista holandês viveu e trabalhou por quase 20 anos. Hoje é um museu completamente dedicado a ele, com móveis e objetos do seu acervo, bem como exposições de algumas das suas obras. Talvez você até se inspire e tente reproduzir um de seus desenhos no ateliê — eu falhei miseravelmente, óbvio.
É interessantíssimo para conhecer a história de Rembrandt Harmenszoon van Rijn e ver como era uma moradia em Amsterdã há quase 400 anos. Mas preciso alertar que as principais obras de arte de Rembrandt não estão lá, para vê-las, é melhor ir no Rijksmuseum.
30 - ... e conhecer a praça que homenageia Rembrandt
Rembrandtplein é o nome da praça que tem no centro uma escultura do artista feita com ferro fundido em 1852. Durante o dia, muita gente senta aos pés do Rembrandt para ler, colocar o papo em dia e, se o tempo colaborar, curtir um solzinho. Mas é de noite que o lugar vira um point, em razão dos bares e casas noturnas que rodeiam a praça.
Outra atração massa: no inverno, é construída uma pista aberta de patinação no gelo na Rembrandtplein. A praça fica na região do Anel de Canais (Grachtengordel), bem perto do centro — dá 15 minutinhos caminhando até a Praça Dam.
31 - Sextar na Leidseplein
Ou nem precisa ser na sexta: como você está de férias, o happy hour ali pode ser em qualquer dia da semana. A Leidseplein tem uma das cenas noturnas mais agitadas de Amsterdã. Ao redor dessa praça, há uma boa variedade de bares, restaurantes, coffeeshops, casas noturnas e lojas. Esse lugar parece não dormir nunca.
No verão, o lugar é ainda mais movimentado. Os bares enchem a praça com mesas cobertas por sombreiros gigantes, aumentando muito mais a oferta de lugares. Uma marca do lugar são os letreiros com nome de cerveja, que enfeitam as fachadas de tijolinho à vista.
32 - Tirar umas fotos no "jardim secreto" de Begijnhof
Begijnhof ficou conhecido como um "jardim secreto" no centro histórico de Amsterdã. Tecnicamente, não é um jardim, mas um antigo condomínio com aqueles prédios estreitos de tijolos à vista, bem característicos da capital holandesa, um extenso gramado, algumas árvores, estátuas e uma simpática igreja. É um lugar interessante para uma visita rápida, a fim de tirar fotos e conhecer uma história curiosa.
Esse lugar existe há mais de 600 anos — os livros mencionam este Begijnhof pela primeira vez em 1389. Era habitado apenas por "begijnen", ou beguinas, em português, mulheres católicas celibatárias que cuidavam de doentes ou educavam crianças, mas que não queriam viver em um mosteiro e, portanto, não tinham feito votos monásticos. Uma placa na entrada do condomínio relata que a última Beqijn morreu em 1971, mas que o local segue sendo habitado apenas por mulheres.
33. Assistir a um espetáculo no Concertgebouw
O Concertgebouw é a imponente casa de concertos de Amsterdã e um dos prédios que mais chamam atenção no Museumplein. É a casa da Orquestra Real, epicentro da música clássica na Holanda, mas também já foi palco para outros fenômenos musicais, do ícone do jazz Louis Daniel Armstrong ao roqueiro britânico Sting.
Inaugurado em 1888, o Concertgebouw é conhecido no mundo inteiro pela excelente acústica e pela sua beleza também, com elementos neoclássicos. Seu salão principal é adequado para uma orquestra completa, o salão pequeno, para quartetos de câmara, e há ainda uma sala de coro, para recitais intimistas. Antes de viajar para Amsterdã, é uma boa conferir o site oficial do Concertgebouw para informações atualizadas dos eventos.
34 - Visitar o Memorial Nacional do Holocausto
Vale a pena visitar o Memorial Nacional do Holocausto no bairro judaico de Amsterdã. É um labirinto em que cada tijolo traz o nome de uma vítima dos nazistas no país, com data do nascimento e idade da morte. Quando visto de cima, forma quatro letras em hebraico que significam "em memória".
De acesso gratuito, o memorial foi projetado pelo arquiteto americano-polonês Daniel Libeskind, que perdeu parentes no Holocausto. Placas com QR Codes te direcionam a um site, onde você pode buscar pelo nome de alguma vítima, e o sistema te aponta onde está o tijolinho correspondente. Um deles homenageia Anne Frank, cujo nome, na verdade, é Annelies Frank.
Você pode fazer também um tour da Anne Frank pelo bairro judeu de Amsterdã. O passeio te apresenta lugares, monumentos e edifícios através dos olhos da pequena Anne. Inclui a passagem pela sinagoga portuguesa, a sede do conselho judeu, o Monumento a Auschwitz e o Estivador e a Igreja Westerkerk. Veja mais detalhes e reserve sua vaga neste link, tem roteiro feito em português mesmo.
35 - Comer a famosa torta de maçã da Winkel 43
Ao visitar o Jordaan, inclua uma parada na Winkel 43, é o melhor lugar de Amsterdã para experimentar a famosa torta holandesa de maçã. É uma torta com gostinho de comida de vó, é macia e não é enjoativa, e vem com uma generosa porção de chantilly. Pedi com um chai latte e mega achei que combinou.
Fila por ali faz parte, mas como eu aceitei compartilhar uma mesa, consegui lugar logo. A dica para experimentar a iguaria com tranquilidade é chegar cedo e também evitar dias mais movimentados, como sextas e sábados. A Winkel 43 não faz reservas.
36 - Visitar o maior museu de arte moderna da Holanda
O Stedelijk Museum é o maior museu de arte moderna e contemporânea da Holanda. O histórico edifício de tijolos vermelhos data de 1895, e, há pouco mais de dez anos, ganhou um anexo moderno apelidado de "bath tub" (banheira).
A coleção do museu inclui obras de arte excepcionais de artistas modernos mundialmente famosos e também de grandes nomes do design, como Joseph Hoffmann, Gerrit Rietveld e Tapio Wirkkala.
37 - Fotografar um moinho em Amsterdam — ou beber uma cerva em outro
O Riekermolen (foto abaixo) pode não ser um dos pontos turísticos mais badalados, mas é um dos moinhos que compõem a paisagem de Amsterdã. Situado às margens do rio Amstel, o moinho data de 1636. Ele fica em uma área verde do Amstelpark, vizinho a uma estátua de Rembrandt, uma homenagem aos desenhos que o pintor fez na área.
O moinho já foi usado para drenar um grande pedaço de terra nas proximidades. Hoje ele é mais um testemunho do passado de Amsterdã, porém ainda é acionado para girar aos sábados e domingos de tarde, durante o verão, quando os ventos são favoráveis. Os turistas vão até lá para admirá-lo e tirar fotos do lado de fora: não é possível entrar no seu interior.
Outra possibilidade massa é ir até a Brouwerij ’t IJ. A tradicional cerveja holandesa, de 1983, é servida ao pé de um dos moinhos de Amsterdã. O local abre diariamente por volta das 14h.
38 - Ver seus ídolos feitos de cera no Madame Tussauds
A famosa rede de museus de cera Madame Tussauds tem uma de suas filiais em Amsterdam. Você pode tirar selfies com figuras de cera de celebridades, personagens históricos e ícones da cultura pop. Há também experiências interativas e cenários que ajudam a criar um ambiente imersivo. Vale a pena se você nunca foi em um museu do tipo e tem curiosidade.
39 - Conhecer o estádio do Ajax na Holanda
A Amsterdam Arena, ou Johan Cruijff Arena, é a casa do clube de futebol AFC Ajax. O estádio foi inaugurado em 1996, tem capacidade para mais de 50 mil espectadores e é conhecido por sua cobertura retrátil e pela moderna infraestrutura.
Além de jogos de futebol, a arena também é utilizada para concertos e eventos variados, tornando-se um importante espaço cultural e esportivo na cidade. O nome foi mudado em 2018 em homenagem ao famoso jogador de futebol Johan Cruijff, que teve grande impacto no Ajax e no futebol holandês. No site oficial, você pode ficar ligado na programação e ver mais informações de tours.
40 - Pedir um cone de batatas gigante
Essa é a dica infalível para uma larica em Amsterdã. As batatas fritas em cone são uma sensação em Amsterdã, crocantes por fora e macias por dentro, quentinhas e com pelo menos uma dúzia de opções de molhos. É perfeito para matar a fome rápido, a caminho da próxima atração ou da próxima balada. Se bem que com a quantidade de molho que eles derramam em cima, você deve chegar lá com as mãos melecadas.
A batata frita mais famosa é a Manneken Pis Vlaamse Frites, que tem um ponto no norte do Red Light District e outro pertinho da Praça Dam. As batatas chegam por lá fresquinhas diariamente, são pré-fritas, colocadas em uma placa de resfriamento, e fritas novamente na frente do cliente.
Cartão de museus em Amsterdam
Se você quer visitar vários museus, provavelmente valha a pena contratar um dos passes de museus que existem por ali. Eu sei que existe um cartão chamado Museumkaart, que tem uma longa duração e é usado inclusive por moradores, mas eu acabei testando o I Amsterdam City Card. Mas atenção: vale a pena ver quais museus você quer ir e se estão isentos com o cartão escolhido, porque os principais, tipo o da Anne Frank, não costumam estar.
O I Amsterdam City Card é um cartão que possibilita a entrada gratuita em algumas atrações da cidade e descontos em outras. Também isenta o uso do transporte público de maneira ilimitada, durante o período que você contratou, e inclui passeio de cruzeiro e aluguel de bicicleta.
O visitante faz a opção pelos passes de 24, 48, 72 ou 96 horas, sendo que o preço diário vai decaindo em períodos maiores. A compra pode ser feita on-line e você faz tudo pelo aplicativo mesmo, por meio de um QR Code. Só atente que alguns museus pedem para reservar com antecedência, é necessário checar caso a caso no app.
A ideia do cartão é boa, especialmente se você é do tipo de turista que faz mil coisas por dia. Eu peguei o passe de três dias, sendo que programei para esse período todas as atrações inclusas no cartão que me interessavam. Como eu faço muitas atrações, para falar sobre todas elas aqui no guia, acabei economizando bastante. E ainda incluí algumas atrações que nem previa inicialmente.
Mas se você gosta de curtir as coisas com calma e escolher bem quais os museus quer visitar, talvez não compense, porque o passe também não é barato. É isso: tem que colocar na ponta do lápis.
Preços em 2024:
- 24 horas: 60 euros
- 48 horas: 85 euros
- 72 horas: 100 euros
- 96 horas: 115 euros
- 120 horas: 125 euros
Visite o site da I Amsterdam City Card para tirar todas as suas dúvidas, conferir a lista de atrações inclusas e adquirir o seu cartão. Também rola comprar no site da Civitatis, que já te apresenta o valor final em reais.