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Montevidéu
Jéssica Weber Jornalista apaixonada por mato e praia, interessada na história dos lugares, na arquitetura das cidades e em comida, é claro.

O que fazer em Montevidéu

Há muito o que fazer em Montevidéu. A capital uruguaia é uma cidade deliciosa para caminhar sem pressa, observar os prédios antigos, ir a museus, passear por parques urbanos, curtir a paisagem à beira do Rio da Prata e comer bem.

Dá uma olhada na nossa lista de hotéis abaixo, uma boa hospedagem vai tornar a experiência mais especial. Agora, se você já chegou à cidade, leve sua fome direto para um restaurante de parrilla. Depois volta aqui para a gente percorrer todas as atrações dessa muy preciosa cidade. 

A lista a seguir apresenta ótimas opções de hospedagem em Montevidéu. As acomodações estão em ordem alfabética e foram escolhidas pela nossa equipe, priorizando qualidade, preço das diárias e localização. Também incluímos as notas do Booking.com, que indicam a avaliação que hóspedes reais tiveram da acomodação.

HOTEL NOTA LINK
Hampton By Hilton Montevideo Carrasco 8.6 Ver preços
Radisson Montevideo Victoria Plaza 8.5 Ver preços
After Hotel Montevideo 8.5 Ver preços
Palladium Business Hotel 8.4 Ver preços
Regency Golf - Hotel Urbano 8.3 Ver preços
ibis Montevideo Rambla 8.2 Ver preços
Pocitos Plaza Hotel 8.2 Ver preços
Days Inn by Wyndham Montevideo 8.1 Ver preços
Dazzler by Wyndham Montevideo 8.0 Ver preços
Hotel America 7.9 Ver preços

O que fazer na Ciudad Vieja de Montevidéu

A Cidade Velha, ou Ciudad Vieja, em espanhol, é o bairro com a maior concentração de pontos turísticos. Comece pela Praça Independência e seu grande mausoléu subterrâneo, onde guardas fardados vigiam os restos mortais do grande herói da independência uruguaia. Ao redor da praça, ficam o Palácio Salvo, que é uma das principais obras arquitetônicas da cidade, o Palácio Estévez, hoje Museu da Casa do Governo, e o elegantíssimo Teatro Solís. Vale muito a pena assistir a uma peça na sala principal, ou ao menos fazer a visita guiada pelo prédio.

Atravessando a Porta da Cidadela, resquício da fortaleza que cercava Montevidéu no período colonial, você adentra na Rua Sarandí, que é a mais bonita da Cidade Velha. Repare que há uma espécie de calçada da fama, com sóis em vez da marca das mãos das celebridades. Você vai logo avistar dois prédios antigos que merecem sua visita.

O primeiro é o Museu Torres García, com exposições do artista que ficou conhecido pelo desenho do mapa da América do Sul de ponta-cabeça, crítica às normas cartográficas e culturais ditadas pela Europa e Estados Unidos. Além dessa peça, lá você vai ver dezenas de telas e réplicas fotográficas do artista sul-americano com maior contato europeu de vanguarda no século XX.

Ao lado, fica a Librería Más Puro Verso. O prédio é muito chique, inaugurado há mais de um século como uma espécie de ótica. A escadaria de mármore rouba a cena logo na entrada, e sobre ela há um vitral de decoração sóbria com um grande relógio no topo. Cada estante de livros estava milimetricamente arrumada e, de alguma caixa de som escondida, brotava um tango, baixinho. Queria eu estar vestindo um chapéu fedora e um sobretudo de veludo para combinar com esse lugar. No segundo andar, a livraria divide espaço com um café e um restaurante vegetariano, o que é uma raridade nessa cidade carnívora.

O que fazer em Montevidéu

Uma quadra adiante na Sarandí, você já chega à charmosa Praça da Matriz, ou Praça da Constituição. Ela é coberta por plátanos e rodeada por restaurantes, com mesas na rua. Ali fica a Catedral de Montevidéu, inaugurada em em 1804 em estilo neoclássico, e o Cabildo, museu histórico ambientado em prédio colonial que serviu como primeira sede administrativa do Uruguai. A visitação de ambos é gratuita. 

O que fazer em Montevidéu

Ali perto, tem ainda o Museu Andes 1972, que conta a história do mais emblemático acidente aéreo com uruguaios, e a Casa de Rivera, a principal sede do Museu Histórico Nacional do Uruguai.

O lugar mais tradicional para comer na Ciudad Vieja é o Mercado del Puerto, que parece um santuário da parrilla. Circulando entre as bancas, você vê pedaços suculentos de carne, linguiças, legumes estirados em grelhas por todo lado. O El Palenque é um dos restaurantes mais tradicionais ali:

O que fazer em Montevidéu

Se depois de encher a barriga você ficar a fim de um cafezinho ou uma sobremesa, eu tenho duas cafeterias maravilhosas para sugerir. O Café Brasileiro foi fundado (pasmem!) em 1877. Conserva tudo direitinho no mesmo lugar, inclusive a mesa onde o escritor Eduardo Galeano se sentava para escrever. Fica logo a direita de quem entra, atrás da porta.

O outro é o La Farmacia, uma antiga drogaria que virou café. A decoração inclui armários de boticário que avançam do chão ao teto, potes de vidro com ervas e raízes, maceadores e, com destaque em uma parede, uma grande página amarelada do Ministério da Saúde que dita a legislação reguladora de medicamentos. Veja mais detalhes e dicas no post onde comer em Montevidéu.

Caminhar pela Rambla e observar o sol se pondo é o desfecho ideal para terminar o dia. Para terminar o dia, eu repito, porque à noite tem muito tango, candombe e outros gêneros musicais no divertido Baar Fun Fun.

Ah, ia quase esquecendo: também ocorrem walking tours pela Cidade Velha, em que você colabora com o valor que quiser. Tem uma guia que parte da Praça Independência às 10h, de segunda a sexta, e 15h30 aos sábados e domingos. A caminhada dura cerca de duas horas. 

O que fazer em Montevidéu

O que fazer na região central de Montevidéu

A avenida principal do centro de Montevidéu é a 18 de Julio. É o coração comercial da cidade, cheia de lojas, bancos e lanchonetes, e também é bem convidativa para uma caminhada.

Ela começa na Praça Independência, mais especificamente na esquina do Palácio Salvo, e percorre 3,3 quilômetros até o parque do Estádio Centenário, sede da primeira Copa do Mundo. É possível entrar no estádio comprando o ingresso do Museu do Futebol que existe ali, parada obrigatória para quem é apaixonado pelo esporte.

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Essa mesma Avenida 18 de Julio passa pela prefeitura de Montevidéu, onde um elevador de vidro leva a um mirante panorâmico gratuito no 22° andar. A rua corta também o bairro Cordón, onde, aos domingos, ocorre a tradicionalíssima Feira de Tistán Narvaja. Não dá nem para contar quantas bancas são montadas vendendo de legumes a antiguidades, de souvenir a roupas íntimas, de martelo a creme de arnica. É o maior mercado de pulgas que eu já vi.

Ali mesmo na Rua Tristán Narvaja, fica a Babilonia Libros. A livraria parece coisa de filme - dava vontade de puxar cada livro das estantes para ver se não abria algum portal mágico. Mas preferi evitar a fadiga, uma vez que a Babilonia é atulhada de publicações, antigas e novas. Algumas plantas, espelhos e máscaras dramáticas fazem parte da decoração.

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Outra livraria interessante ali no bairro Córdon é a Escaramuza Libros. Localizada em uma casa centenária, é pequena e charmosa, com três salas bem iluminadas forradas de livros. Mas eu aposto que a maioria das pessoas vai até lá pela cafeteria que tem nos fundos, um bom lugar para tomar uma (ou duas) xícaras com um (ou dois) alfajores. Há um quintal com mesinhas entre folhagens e árvores e uma parte interna com teto removível para ver o famoso céu azul uruguaio. Mesmo em uma quinta-feira de tarde, tinha fila de espera. Ao menos dá para aguardar enquanto folheia uns livros.

De lá, fui caminhando para o Parque Rodó, um dos espaços mais adorados pelos montevideanos para passeios ao ar livre. A área que homenageia o escritor uruguaio José Enrique Rodó tem amplos gramados, árvores de flores e de sombra, um lago, vários monumentos e chafarizes.

O que fazer em Montevidéu

Do lado dele, fica o Museu Nacional de Artes Visuais de Montevidéu (MNAV), mais uma atração gratuita incrível. O museu tem um acervo de seis mil telas e esculturas, a maior parte das obras é de artistas uruguaios, como Rafael Barradas, Carlos Federico Sáez, José Cúneo e Joaquín Torres García. Imagino que os amantes das artes visuais queiram gastar uma tarde inteira ali.

O que fazer em Montevidéu

O que fazer na Rambla de Montevidéu

A rambla é a orla do Rio da Prata e é muito extensa, tem cerca de 30 quilômetros. Ela pode ser curtida em diferentes trechos, inclusive junto à Ciudad Vieja. Mas tem três bairros em que ela adquire uma importância ainda mais especial: Punta Carretas, Pocitos e Buceo.

O que fazer em Montevidéu

Você vê muita gente correndo, andando de bicicleta, pescando, passeando com o cachorro, patinando em pistas públicas, caminhando ou apenas descansando nesses espaços. 

A praia de Pocitos é considerada por muitos a melhor de Montevidéu. É praia de rio, mas bem que parece mar. No verão, você vê uma galera tomando banho — ali a água não chega a ser clarinha como em Piriápolis, mas também é bem calminha.

Encontrei bastante gente pegando sol, jogando bola, crianças brincando na areia, e fiquei com uma invejinha do povo que relaxava e botava a leitura em dia estirado nas cangas. Na ponta da praia, fica o cenário mais demandado para fotos: o letreiro de Montevidéu.

Na orla de Punta Carretas, você encontra o misterioso Castelo Pittamiglio (foto), a casa-labirinto do excêntrico alquimista Humberto Pittamiglio, que faleceu em 1966 sem deixar herdeiros; e também um farol do século XIX.  Nessa região, tem dois dos principais pontos para compras da cidade: o Shopping Punta Carretas e o Shopping Montevideo.

O que fazer em Montevidéu

À noite, tem várias opções de baladas, restaurantes e bares. Eu recomendo o Tabaré, que abriu em 1919 como bar de pescadores e armazém de bairro, daqueles de secos e molhados. Ele manteve sua origem na decoração, com gavetas de vidro que expõem grãos, massas e feijão e o antigo baleiro, que hoje guarda as rolhas de vinhos bebidos ali, e tem noites de música ao vivo. O sorrentino de presunto cru, muçarela e manjericão com molho de tomates secos que comi ali estava divino!

Também na orla, mas ainda mais distante do centro, fica o Sofitel. Além de um dos hotéis mais luxuosos de Montevidéu, é o cassino mais tradicional da cidade. Foi aberto em 1921 no bairro Carrasco como Hotel e Cassino Carrasco — hoje é Hotel Sofitel Montevideo Casino Carrasco and Spa.

O que fazer em Montevidéu

Tem ilhas de caça-níqueis por toda parte (eles aceitam cédulas de pesos uruguaios e dólares). O cassino tem dois grades saguões divididos por uma escada rolante. No inferior, fica o "palace point exclusive", onde crupiês de camisa branca e colete distribuem fichas e operam as mesas de jogo. No mesmo andar, há um bar e um telão transmitindo jogos. O cassino fica aberto 24h por dia e não cobra entrada.

A gente tem ótimas dicas de hotéis perto da rambla no post de onde ficar em Montevidéu

O que fazer no bairro Prado

O bairro Prado fica a uns sete quilômetros da Cidade Velha, é um bairro com ruas cheias de plátanos e casarões estilosos. Queria morar ali se me mudasse para Montevidéu — e fosse rica, tem mais esse detalhe.

É onde fica o Jardim Botânico de Montevidéu, o melhor lugar que encontrei na cidade para sentar na grama e relaxar ouvindo os passarinhos cantar. É um parque cercado, superarborizado, com chafarizes e playground para a criançada. E o melhor: é uma atração gratuita.

Seus atuais treze hectares se somam com os 106 hectares de área do grandioso Parque Prado e Roseiral, constituindo uma das maiores áreas verdes da cidade. O parque abriga grandes gramados, um laguinho, um miniparque de diversões e muitas esculturas. Um bom negócio é parar na Churreria Puerto Chico e comprar uma dúzia de churros fritos na hora. É um lanche barato, tradicional e gostoso - que provavelmente vai te dar um banho de açúcar.

O que fazer em Montevidéu

Já o Rosedal de Montevidéu, ou Rose Garden, é uma obra de 1912 de um paisagista francês. Foram importadas 12 mil roseiras da França, distribuídas por uma espécie de pergolado de metal de 60 metros de comprimento, com oito cúpulas em estilo Art Nouveau. Infelizmente, em fevereiro de 2023, quando fui, só vi duas rosas abertas, mas imagino o quão magnífico esse ponto turístico já foi todo florido.

O que fazer em Montevidéu

Também existe um walking tour com contribuição espontânea pelo bairro Prado, você pode obter mais informações neste link.

Vinícolas em Montevidéu

Vinho não é exatamente uma tradição uruguaia, pelo menos não uma reconhecida aqui no Brasil. Mas eu me surpreendi com alguns rótulos locais que provei — e sei que, quem gosta de vinho, vai querer umas garrafas.

Para quem quer beber "direto da fonte", eu recomendo a premiada Bodega Bouza, que fica a uns 20 km da Cidade Velha. A propriedade é lindíssima, dá para almoçar lá e passar uma tarde superagradável.

Fiz a visita guiada e a degustação de quatro rótulos, acompanhados de tapas que harmonizavam. Obviamente também há no local uma loja de vinhos. A Bouza produz vinhos finos — os preços ficavam entre R$ 200 e R$ 3.700.

Mas ela não é a única: na região de Montevidéu, há também a Bodega Carrau, a Bodega Juanicó & Familia Deicas e a H. Stagnari.

Se você tem mais tempo no Uruguai, não deixe de ler nosso post sobre as atrações próximas a Montevidéu.

As 7 atividades preferidas dos turistas em Montevidéu